Thais Ribeiro
Ele tem bipolaridade.
Não é possível.
Hoje eu te odeio, amanhã te desejo. Agarra você com todo o tesão do mundo, então se afasta como se nada nunca tivesse acontecido. Nem mesmo a amizade de vocês. E depois de séculos fingindo demência, te ignorando de propósito, ele aparece na sua frente. No pior dia da sua vida, bancando o maldito do herói.
Odeio Kim Seokjin nesse momento, mas... Acho que amo o fato de ser ele aqui nesse momento meu de fragilidade. Não que eu não preferisse uma das meninas, já que foi para elas que mandei mensagem, mas o fato de Seokjin ter deixado qualquer palhaçada de lado, para me estender a mãozinha linda dele. Dane-se o quão clichê ele foi, é o meu herói.
Só não vou contar isso a ele, não agora, não está merecendo que infle o ego dele.
- Entra. -diz todo cavalheiro ao abrir a porta da casa dele, encaro seu olhar inseguro falando comigo, já que passei cada minuto do percurso calada dentro do carro.- Vou pegar um roupão para você.
- Ok. -suspiro e deixo meus ombros caírem em rendição. Tinha até me acostumado com o gelado da roupa.
Deixo meu tênis ensopado no pequeno hall de entrada e piso no chão quente amadeirado da casa. Chego a fechar os olhos pensando no quão aconchegante isso é. Dá a sensação de lar. Passo o corredor estreito que leva até a sala e sinto meu queixo cair com o quão impressionante é essa vista da janela. É claro que, um homem como Seokjin, moraria num apartamento de rico desses. Ele não é egocêntrico o suficiente para morar numa cobertura, mas claro que mora em um apartamento alto o suficiente para ter uma vista superior da cidade e dos outros prédios. Tudo isso em um condomínio afastado o suficiente dos vizinhos para manter a sua privacidade dentro de casa.
- Quando está sol é mais bonito. -saio de meus devaneios e fecho a boca, encontrando Seokjin saindo de algum lugar ainda desconhecido para mim, com um roupão cinza nas mãos.- Eu ainda não decidi se coloco ou não cortinas, porque às vezes o sol da manhã é inconveniente, mas no fim da tarde é hipnotizante. -comenta parando ao meu lado encarando as nuvens que cobrem o céu, deixando o dia escuro mais cedo que o normal.
- Dá pra ver o pôr do sol? -me joga um olhar presunçoso enquanto ergue uma sobrancelha e me entrega o roupão.- Claro que dá, é a sua casa. -reviro os olhos.
- Vou crer que isso foi um elogio. -sorriu trêmulo e sem jeito.- O lavabo é a única porta à esquerda no corredor. -aponta o caminho.- Aquela é a cozinha. -se apressa em responder quando notou meu olhar em uma outra porta à esquerda pouco antes do corredor.
Sinto ele me observar, esperando que saia para trocar de roupa, mas estou nervosa demais para lembrar como andar. Estou na casa do meu chefe. O mesmo que me agarrou sem dó e deixou claro o quanto queria me comer dias atrás. Ainda que tenha agido como sonso depois, eu ainda podia sentir a tensão das palavras não ditas entre nós e as coisas que não foram terminadas. Sozinha aqui com ele, em sua casa, estava me fazendo temer pela minha sanidade.
- Eu... E.. -me repreendo por gaguejar.- Eu já volto. -consigo dizer firme depois de respirar fundo.
- Certo, vou fazer alguma coisa para comermos.
- Acho que também deveria trocar de roupa. -aponto para suas roupas molhadas, a situação estava menos pior que a minha, mas ainda sim.
- Vou fazer isso. -faz graça batendo continência e reviro os olhos novamente.- Para de fazer isso.
- Se você parar de agir como um adolescente sonso, quando na verdade já é um homem. Talvez, e eu repito, talvez pare de achar entediante essas suas palhaçadas. -alfineto me referindo a como se portou nos últimos dias.
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Deixado para trás
FanfictionPense na situação, Você organiza todo o seu casamento, a casa onde vai morar com o seu amor, está transbordado de felicidade, aguardando ansioso pela linda viagem de lua de mel surpresa que preparou para sua noiva. E então, no dia do casamento ela s...