Capítulo 13

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Kim Seokjin

Alguém me interna porque eu enlouqueci! Pelo amor de Deus, estou parecendo o Namjoon, que acha prudente se agarrar em qualquer lugar.

O Sr. Kang está falando sem parar e tudo que consigo pensar é na loucura que acabei de cometer. Ora meu olhar está na imagem do meu cliente na tela do computador, ora perdido pela sala, pensando no que acabou de acontecer.

Nunca na vida pensei que alguém levaria o meu lado racional para o ralo.

Primeiro fico triste pela pergunta de Thais, me traz lembranças que quero esquecer. Meio minuto depois, com aqueles olhos decididos em cima mim, o arrependimento e a vontade de se desculpar, cuidar de mim... Aquilo acabou comigo, eu to carente isso deveria ser considerado crime. Dos graves.

Não cuide de uma pessoa carente, que ainda não superou seus medos, ela pode se apegar. E foi a porra do que eu fiz, agarrei aquela personificação de tentação.

Como alguém pode, em sã consciência, não querer tocar com desejo naquele corpo? Quero fazer isso desde a segunda vez que a vi, já que na primeira queria matar ela por ter acabado com todo o meu planejamento.

Ela olhar nos meus olhos e saber que eu não estava só irritado, além disso, querer cuidar de mim. Tudo só piora quando percebo que fiz o mesmo dias atrás. Sabia que estava triste, como mágica. Cuidei dela, fui sua companhia, ouvir suas besteiras porque precisava de alguém para lhe ouvir. Eu fui esse alguém. Hoje foi ela quem cuidou de mim. insistiu em ficar. Juro que se me prometer mais uma vez que vai ficar, enlouqueço.

"Quando encontrar alguém que além de te mostrar o que sente, consegue ler o seu olhar, tenha certeza que encontrou seu amor..." A voz da minha mãe, como um sussurro, surge em meu ouvido no exato momento que penso na maciez dos lábios da Thais.

- Não encontrei o meu amor mãe, é só carência. -suspiro.- Tesão no máximo. -afundo na cadeira.- Sempre é. -como um filme meu noivado se passa em minha mente enquanto esfrego o rosto.

- Não consigo ouvir Seokjin, seu microfone está desligado. -a voz do Sr. Kang me traz de volta a realidade.

Nunca agradeci tanto por mutar minhas reuniões como nesse momento. Volto foco no meu trabalho, aquilo que deveria estar fazendo desde o minuto que entrei nesse escritório. Talvez me permita pensar mais um pouco na bendita secretária na qual vou evitar, pelo menos até colocar meus sentimentos em ordem.

Não posso usá-la para esquecer outra pessoa.

Naquele mesmo dia me tranquei na sala, ouvi suas batidas no fim do expediente, mas não respondi. Esperei alguns minutos, para dar a ela tempo de ir embora sem termos um diálogo constrangedor sobre como me arrependo da impulsividade. Quase com a mão na maçaneta querendo finalmente ir embora, mais batidas. Dessa vez hesitantes, perdendo a força gradativamente. Apoiei a testa na porta sentindo meu coração brigar fervoroso com o cérebro, para não ser tão racional e o que o deixasse comandar as coisas. O problema é que ele não sabia fazer isso muito bem, mesmo ferido queria se entregar novamente a uma aventura sem garantia nenhuma.

Por isso respirei fundo e ignorei cada um dos seus chamados.

Não falei com Thais por duas semanas, literalmente, mesmo sendo minha secretária. A frigidez foi tanta que ela desenvolveu um método prático para não falar com as paredes, debatia tudo comigo por e-mail. Nunca na vida o usei tanto como nesse momento. Acreditei que com o tempo as coisas ficariam mais fáceis, claro que não. Meu coração continuou gritando por atenção, o problema foi quando meu cérebro começou a comprar a briga dele.

Deixado para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora