Cap 6 Eu sou o chefe

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Dominic

Uma das coisas que me mantém no cargo da Triarquia e me livra de muitos problemas,são meus instintos,e neste momento,eles estão apitando. Desde que cheguei,Vallon Bianchinni não para de rodar em meus pensamentos. Ela está bem mais magra do que a vi anteriormente, não sei se tem a ver com seus machucados,mas sei que há coisa por trás disto. Tudo nesta casa faz meu radar apitar,desde o medo que ela sente de que eu conte coisas bobas para seu pai,a sua mão sangrando no Gabinete do governador,isso sem contar na mudança repentina de peso. Teorias e mais teorias me rodam,mas por enquanto,tenho que absorver o que consigo enxergar e ouvir,isso pode me ser útil no futuro com o Joseph.
Que tem alguma coisa acontecendo diante desta mesa,tem sim. A tensão entre Vallon e Joseph é quase palpável para mim,observo a troca de olhares entre eles. Joseph está na cabeceira e Vallon está quatro cadeiras sua direita, o babaca nem se importa em fingir com convicção que não está de olho na filha,e pelo visto,em mim também.
Até agora tenho uma certeza,Vallon não iria participar deste jantar. A forma como seu pai pontuou que ELE logo viria para a sala de jantar me fez desconfiar do rumo que sua Princesinha tomaria hoje,em seguida pontuei claramente que esperava Vallon no jantar também.Chegando a mesa e contando os pratos não foi difícil descobrir que eu estava certo, a princesa não iria jantar conosco,e eles ainda tiveram a cara de pau de fingir que a empregada errou na contagem dos pratos. Vallon ainda mentiu descaradamente fingindo que tinha uma aula de piano marcada para hoje,quando até mesmo nem consegue desenhar por causa do machucado em sua mão...Amadores. Será que ela está envolvida em algum esquema do pai ? Tão nova...meus sentidos não acusam que ela tenha alguma coisa a ver,mas com certeza não vou confiar apenas cegamente nos meus instintos,vou tomar cuidado com os dois.
O jantar correu tudo bem,notei que Vallon quase não comeu e a todo momento parecia olhar para seu pai para pedir algum tipo de aprovação. Logo após tudo, saímos em direção a sala de estar, observo Vallon andar até seu pai,mas minha visão é interrompida por uma mulher de cabelos loiros e longos que agora está parada na minha frente.

-Dominic Petrov certo ? - Ela fala de forma...oferecida? O que ela está querendo hein ? Meu Deus,daí-me paciência.

-Sim,senhora - falo de forma sucinta e andando para o lado esquerdo,querendo tirar aquela mulher de 1,80m da minha visão.

-Elisa,por favor- ela fala colocando a mão no peito,tentando parecer charmosa.

-Certo,senhora Elisa,lamento mas tenho que atender uma ligação muito importante, com licença.- falo sem nem mesmo pegar meu celular para disfarçar,apenas saio.

Elisa nem mesmo finge que não está incomodada pelo fora que dei nela, masnão ligo, ando até perto da lareira,dali consigo ver os três homens conversando, Elisa agora conversa com Katrina e Vallon está agora conversando com o pai.
Consigo notar daqui a discordância sobre o que estão conversando. Vallon olha o tempo todo para baixo,enquanto seu pai baixa sempre para sussurrar alguma coisa em seu ouvido. Ela o olha com um semblante triste e toca disfarçadamente sua mão machucada,que está coberta pela luva,logo em seguida ela o olha e ele sorri,mas com certeza não de forma espontânea, parecia mais maldosa. Ele anda em direção ao centro de todos e fala em bom som.

-Senhores,Vallon gostaria de tocar um soneto para nós hoje. - ele fala feliz e apontando para Vallon que olha para o pai boquiaberta e depois olha para todos no recinto,de forma assustada,e logo depois olha para mim,seus olhos pousam em mim e ela muda sua expressão para impassível. O que está passando nesta sua cabecinha?

Ela não vai conseguir tocar,o que ele está fazendo ?
Ela caminha então,calmamente em direção ao piano,enquanto todos fazem uma roda ao redor do mesmo.
Ela senta na banqueta e olha para as teclas de forma triste e pousa suas mãos sobre elas.

Filha do governador Onde histórias criam vida. Descubra agora