Cap 3.Beethoven me fez mal

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Vallon

Há quadros meus espalhado pelo ateliê,ando olhando pra cada um deles,parando em um que pintei, é o céu com uma aurora boreal expressada nele, sempre tive vontade de conhecer,mas nunca tive a oportunidade, acho lindo a mistura de cores que o céu pode ter,é lindo.
Olho então para minha mão machucada e suspiro.

-Como vou colocar tudo isso pra fora agora ? Eu vou sufocar...- digo em voz baixa e logo em seguida escuto meu celular tocar.

Fecho as portas do ateliê e sigo de volta para o meu quarto,abro minha bolsa que está em cima da cama e pego meu celular,vendo o nome de minha mãe no visor.

-Oi mamãe,não precisa se preocupar,eu juro que estou bem. -digo de forma antecipada,sei que minha mãe viu as notícias sobre o acidente e está preocupadíssima.

-Como bem,Vallon? Você foi atropelada. Quem foi ? Me diga e vou acabar com ele- ela fala brava e tenho certeza que está andando de um lado para o outro em sua sala.

- Não sei quem ele é - minto,quer dizer,mais ou menos,sei o nome dele mas não sei quem ele é - foi só um acidente,eu juro - digo e me sento na cama,sentindo minha perna doer.

Escuto minha mãe suspirar.

- Seu pai está furioso,meu amor, me ligou e pediu para falar com todos os meus Contatos para retirar todas as matérias e as capas envolvendo seu acidente de circulação. Estou tentando abafar o caso,espero que tudo esteja resolvido até amanhã.

-Eu sei mamãe,me desculpe,mas não tive culpa.

- Seu pai falou com você?

-Sim - digo de forma chorosa e olhando para para baixo,lembrando do castigo que recebi.

- E o que ele falou ?

-Não posso sair de casa por 20 dias - Digo enquanto escorre uma lágrima pelo meu rosto - e só posso comer por 10 dias.

-Vou conversar com ele,Vallon.

-Tá certo mãe ,mas por favor não insista tanto,sabe como ele fica...

-Tá certo meu amor,qualquer coisa me ligue, te amo.

-Eu amo você. -E desligo o celular.

Coloco no Instagram e mexo por algum tempo,e logo escuto a companhia tocar.
Enquanto desço as escadas vejo Antonella indo em direção a porta

-Ah,não sabia que já tinha voltado,senhorita. Cheguei agora pouco do mercado - ela fala quando nota que estou descendo.

-Cheguei faz pouco tempo também,pode deixar que eu abro a porta. - digo e a vejo concordar com a cabeça e ir em direção a cozinha.

Ando até a porta e a abro. Vejo Ronald,meu professor de piano do lado de fora e o mesmo solta um sorriso.
Ronald deve ter uns 45 anos de idade,levemente mais alto que eu mas toca piano e violino lindamente. Ele me ensina piano desde os 11 anos,e por mais que ele diga que eu sou ótima nisso,sei que não é o instrumento ideal para mim.

-Boa tarde senhorita Vallon. -Solta de modo formal e sorri.

-Boa tarde senhor Ronald,eu esqueci por um momento que tínhamos uma aula agendada para hoje.

-Tínhamos ? -ele pergunta com a sobrancelha arqueada,em dúvida do tempo verbal que usei.Então levanto minha mão e mostro a mesma com o lenço envolta dela. -Ah,sim. Seu pai me notificou sobre isto,mas ele me afirmou que a aula continua agendada.

O olho incrédula e ele fica visivelmente sem graça. Abro então completamente a porta e o mesmo entra indo em direção ao piano que fica na sala de estar.

Filha do governador Onde histórias criam vida. Descubra agora