Vallon
Há quadros meus espalhado pelo ateliê,ando olhando pra cada um deles,parando em um que pintei, é o céu com uma aurora boreal expressada nele, sempre tive vontade de conhecer,mas nunca tive a oportunidade, acho lindo a mistura de cores que o céu pode ter,é lindo.
Olho então para minha mão machucada e suspiro.-Como vou colocar tudo isso pra fora agora ? Eu vou sufocar...- digo em voz baixa e logo em seguida escuto meu celular tocar.
Fecho as portas do ateliê e sigo de volta para o meu quarto,abro minha bolsa que está em cima da cama e pego meu celular,vendo o nome de minha mãe no visor.
-Oi mamãe,não precisa se preocupar,eu juro que estou bem. -digo de forma antecipada,sei que minha mãe viu as notícias sobre o acidente e está preocupadíssima.
-Como bem,Vallon? Você foi atropelada. Quem foi ? Me diga e vou acabar com ele- ela fala brava e tenho certeza que está andando de um lado para o outro em sua sala.
- Não sei quem ele é - minto,quer dizer,mais ou menos,sei o nome dele mas não sei quem ele é - foi só um acidente,eu juro - digo e me sento na cama,sentindo minha perna doer.
Escuto minha mãe suspirar.
- Seu pai está furioso,meu amor, me ligou e pediu para falar com todos os meus Contatos para retirar todas as matérias e as capas envolvendo seu acidente de circulação. Estou tentando abafar o caso,espero que tudo esteja resolvido até amanhã.
-Eu sei mamãe,me desculpe,mas não tive culpa.
- Seu pai falou com você?
-Sim - digo de forma chorosa e olhando para para baixo,lembrando do castigo que recebi.
- E o que ele falou ?
-Não posso sair de casa por 20 dias - Digo enquanto escorre uma lágrima pelo meu rosto - e só posso comer por 10 dias.
-Vou conversar com ele,Vallon.
-Tá certo mãe ,mas por favor não insista tanto,sabe como ele fica...
-Tá certo meu amor,qualquer coisa me ligue, te amo.
-Eu amo você. -E desligo o celular.
Coloco no Instagram e mexo por algum tempo,e logo escuto a companhia tocar.
Enquanto desço as escadas vejo Antonella indo em direção a porta-Ah,não sabia que já tinha voltado,senhorita. Cheguei agora pouco do mercado - ela fala quando nota que estou descendo.
-Cheguei faz pouco tempo também,pode deixar que eu abro a porta. - digo e a vejo concordar com a cabeça e ir em direção a cozinha.
Ando até a porta e a abro. Vejo Ronald,meu professor de piano do lado de fora e o mesmo solta um sorriso.
Ronald deve ter uns 45 anos de idade,levemente mais alto que eu mas toca piano e violino lindamente. Ele me ensina piano desde os 11 anos,e por mais que ele diga que eu sou ótima nisso,sei que não é o instrumento ideal para mim.-Boa tarde senhorita Vallon. -Solta de modo formal e sorri.
-Boa tarde senhor Ronald,eu esqueci por um momento que tínhamos uma aula agendada para hoje.
-Tínhamos ? -ele pergunta com a sobrancelha arqueada,em dúvida do tempo verbal que usei.Então levanto minha mão e mostro a mesma com o lenço envolta dela. -Ah,sim. Seu pai me notificou sobre isto,mas ele me afirmou que a aula continua agendada.
O olho incrédula e ele fica visivelmente sem graça. Abro então completamente a porta e o mesmo entra indo em direção ao piano que fica na sala de estar.
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Filha do governador
RomanceVallon Bianchinni é o exemplo a ser seguido,pelo menos é o que a mídia acha e deve achar. Com seu pai ocupando o cargo de governador,ele sempre foi muito exigente com Vallon,querendo provar ao mundo que sua família é alvo de idolatria e de adequação...