Capítulo 52

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Inácio foi tirado de um sono profundo no meio da madrugada pelo som estridente e persistente da campainha. Seus olhos se abriram lentamente, ainda sonolentos, enquanto tentava entender o motivo daquela interrupção abrupta. O relógio marcava uma hora inusitada, e a curiosidade se misturava com um leve desconforto pela quebra do silêncio noturno.

Com passos sonolentos, Inácio se dirigiu à porta, tentando imaginar quem poderia estar do outro lado. A campainha continuava a soar, ecoando no corredor vazio. Ao abrir a porta, sua surpresa foi evidente ao se deparar com Danna, visivelmente nervosa e com os olhos marejados.

Danna: José Inácio, precisamos conversar

Inácio: O que está acontecendo, Danna? - bocejando

Inácio franziu a testa, tentando compreender a razão para aquela visita inesperada em plena madrugada. Ele convidou Danna a entrar, e, enquanto fechava a porta, a mente dele tentava se ajustar ao cenário surreal daquele encontro noturno.

Danna: Precisamos conversar, Inácio. Eu não aguento mais esse distanciamento entre nós.

Inácio: Aconteceu alguma coisa? - preocupado

Danna: Sim, muita coisa. Eu não suporto mais ficar longe de você, Inácio. Eu sinto sua falta - com lágrimas nos olhos

Inácio:  Danna... - Surpreso

Danna: Eu sei que cometemos erros, ambos, mas não podemos continuar assim. Precisamos conversar e acertar as coisas de uma vez por todas.

O silêncio da noite se rompeu com palavras sinceras e, à medida que a conversa avançava, uma compreensão mútua começava a se formar. Inácio percebeu a profundidade das feridas que causara, e Danna começou a enxergar nuances que antes passavam despercebidas.

Danna: Por mais que eu tenha tentado negar, percebo que ainda há algo entre nós

Inácio, ainda processando a confissão de Danna, respirou fundo antes de responder.

Inácio: Danna, eu sinto muito a sua falta. Cometemos erros, eu sei, mas eu mudei. Estou disposto a fazer o que for preciso para consertar as coisas

Danna: Eu quero acreditar em você, Inácio, mas não podemos simplesmente apagar o passado. Precisamos construir algo novo, algo baseado na confiança e no respeito

Inácio concordou, ciente de que reconstruir a confiança levaria tempo e esforço. A conversa continuou, explorando os detalhes do que havia acontecido e como poderiam seguir em frente.

Danna: Não podemos voltar atrás, mas podemos aprender com nossos erros. Se decidirmos tentar novamente, será diferente, certo?

Inácio: Com certeza. Eu não quero repetir os mesmos erros. Aprendi muito com o que aconteceu

A madrugada se estendeu, não apenas com palavras, mas com a construção de um entendimento renovado entre Inácio e Danna. Ao amanhecer, eles não resolveram todos os problemas, mas deram os primeiros passos em direção à reconciliação, encarando a possibilidade de um recomeço.

Inácio: Eu te amo Danna

Danna: Eu também te amo, Inácio

As palavras simples, mas carregadas de significado, foram ditas com sinceridade. Inácio e Danna estavam começando uma nova fase em seu relacionamento, e o amor que sentiam um pelo outro tornava cada passo mais significativo. O caminho da reconstrução seria longo, mas ambos estavam comprometidos em trilhá-lo juntos.

Danna, sentindo a intensidade do momento, inclina-se e suavemente pressiona seus lábios nos de Inácio. O beijo é carregado de emoções, representando o recomeço de uma jornada que ambos decidiram trilhar juntos. A troca de carinhos selou não apenas o perdão, mas também a esperança de um futuro melhor para o casal.



ENQUANTO ISSO...


Na quietude da madrugada, Any sentia o suave toque da caneta contra o papel enquanto escrevia a carta para Poncho. O quarto estava envolto em uma penumbra suave, iluminado apenas pela luz da lua que se infiltrava pelas cortinas entreabertas.

O reflexo de Poncho dormindo, capturado pelo espelho da penteadeira, adicionava um toque de poesia ao ambiente. Seu semblante tranquilo era uma cena que Any admirava enquanto traduzia seus sentimentos em palavras.

A caneta deslizava suavemente, delineando cada linha da carta. Cada palavra era cuidadosamente escolhida, uma expressão verdadeira de amor e apreço. Any deixava transparecer em suas palavras a saudade que já sentia antecipadamente, a incerteza do que o futuro reservava e, acima de tudo, o amor que persistia mesmo diante da iminente distância.

A atmosfera era carregada de emoções, e o ato de escrever aquela carta tornou-se um ritual de conexão, uma tentativa de prolongar a presença de Poncho mesmo quando ele estivesse fisicamente distante. Cada palavra era um suspiro do coração, um desejo de que a mensagem chegasse até ele de maneira tão intensa quanto a forma como ela a sentia.

Ao terminar de escrever a carta, Any depositou-a com ternura sobre a superfície da penteadeira. Com um suspiro, ela se recostou na cama, permitindo que o peso das emoções se dissipasse gradualmente. Mesmo com o coração ainda ecoando as palavras escritas, o cansaço da noite a envolveu delicadamente.

Enquanto a escuridão da madrugada persistia, Poncho, mesmo dormindo, instintivamente percebeu a agitação de Any. Sutilmente, ele a abraçou, oferecendo-lhe conforto e segurança em seus braços. Aconchegada ao calor dele, Any encontrou um refúgio momentâneo naquele abraço, onde as palavras da carta ecoavam em sua mente como uma melodia suave.

Mesmo no mundo dos sonhos, Alfonso permanecia como um guardião afetuoso, envolvendo Any com o carinho silencioso que só o amor verdadeiro pode proporcionar. Juntos naquela cama, envolvidos pela penumbra serena, eles compartilhavam não apenas o espaço físico, mas também a intimidade de seus sentimentos.

No silêncio da noite, enquanto o mundo lá fora descansava, Any encontrou consolo nos braços de Poncho, abraçando a esperança de que, quando ele acordasse, encontraria suas palavras de amor eterno, seladas na carta, como um elo indissolúvel entre seus corações.

De repente é Amor AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora