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Ana Cecília Baumer Senna
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Mônaco - Fevereiro de 2024

Estacionei o carro na frente do condomínio pois eu iria sair de novo daqui a pouco.

— Bom dia, Peter. — Sorri cumprimentando o porteiro.

— Bom dia, dona Ceci. Como está a senhora e Evinha ? — Ele perguntou sorrindo, Eva era totalmente privilegiada. Pois antes mesmo de nascer já existia inúmeras pessoas que a amavam.

— Estamos bem Peter — Sorri pra ele — Acabei de ver ela no ultrassom.

Havia passado a manhã no hospital para a consulta de rotina para ver como Eva estava, acabado de entrar no oitavo mês e estava contando os dias para ver a carinha da minha menininha.

— Que bom — ele se apoio na cadeira — Daqui a pouco vamos ver ela por aqui, seu Max que está ansioso.

— Vejo ele sempre falando nela, lendo e vendo coisas de bebê — o porteiro falou e eu ri.

— Falta pouco, Max quer está mais preparado que os médicos — falei fazendo ele rir e negar com a cabeça — Vou só subir para pegar minha roupa do hospital, acabei esquecendo.

— Cabeça de grávida é uma loucura — acenei seguindo até o elevador, e apertando o meu andar assim que entrei nele.

Ainda teria que voltar para o hospital pois tinha plantão hoje e havia esquecido meu pijama e jalecos em casa. Minha cabeça estava cada vez mais cheia de coisas, pois eu queria adiantar o que podia da residência antes de entrar de licença após Eva nascer.

— Cecília — Ouvi meu nome e olhei para cima vendo o vizinho que tinha puxado briga com Henrique a duas semanas atrás.

— Oi — respondi olhando para ele totalmente desconfiada, umas das coisas de ter sido treinada por Henrique é que tenho em mim essa desconfiança em quem não conheço e não sei de onde veio.

— Queria te pedir desculpas... — ele se aproximou e eu dei um passo pra trás não deixando ele se aproximar tanto — Pela briga com seu irmão.

Henrique estava treinando um cão farejador novo na unidade de Mônaco, e acabou trazendo o animal para o condomínio pois tinha que deixar Aurora comigo e aparentemente o vizinho estressadinho não gostou.

— Tá tudo bem. — Sorri nervosa e incomodada com o jeito dele perto de mim — É só isso?

Sustentei o olhar dele que riu indignado e quando menos esperei avançou na minha direção me deixando sem espaço para correr.

— Seu irmão vai me pagar — Gritou me segurando pelo pescoço e me arrastando pra fora do elevador.

— Me solta seu idiota — gritei enquanto tentava me soltar, mas a única coisa que conseguia era que ele me segurasse mais forte — Socorroooo

— Ele vai aprender a não acabar com o negócio dos outros — Ele riu indignado entrando em um apartamento comigo.

— Socorro — as lágrimas logo começaram a cair pelo meu rosto, enquanto eu tentava me debater pra sair do aperto dele e salvar a minha vida e de Eva.

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