Ana Cecília Baumer Senna
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Circuito Internacional do Bahrein - Março de 2022Eram 8 horas da manhã de um domingo e eu estava caminhando no meio de um paddock no Bahrein porque aparentemente eu não sei dizer não para as coisas que a Luisa me chama.
— Eu acho no mínimo ridículo vocês me fazerem assistir a corrida na garagem da Ferrari — falei cruzando os braços olhando para Luísa e Lorenzo — Vocês lembram que o Charles me odeia ?
— Ele não te odeia — Lorenzo falou fazendo careta.
— Imagina se odiasse — sorri sem mostrar os dentes. — Vou dar uma volta inclusive para não ver a cara dele.
A verdade era que eu e Charles não nos suportávamos desde o dia que eu pisei meus pés em Mônaco e ele derrubou todas as minhas malas após esbarrar em mim no aeroporto e ainda me culpou por isso, um grande idiota arrogante.
Revirei os olhos vendo o número dele estampado em toda garagem e sai andando pelo padock quando vi um senhor sorrindo para mim e logo o reconheci sorrido.
— Cecília Senna — escutei meu nome ser chamado assim que pisei os pés fora da garage e virei avistando Galvão sorrindo — Quanto tempo não vejo você menina.
— Faz um bom tempo Galvão — sorri para ele.
— Claro — Galvão sorriu — Como está seus pais ?
— Ótimos - cruzei os braços — Estão viajando em uma nova lua de mel.
Galvão gargalhou e eu sorri junto com ele, meu pai sempre foi o lado leve da família Senna e minha mãe o completava muito bem. Eles eram apaixonados e a admiração e o amor que tinham um pelo outro depois de tantos anos era lindo.
— Como está Henrique ? — Galvão perguntou — Ouvi dizer que agora ele é pai.
— Sim, uma menina linda chamada Aurora — sorri lembrando da menininha que era a luz da nossa família.
— E Viviane, Bruno e Luisa ? — ele perguntou e eu revirei os olhos ao escutar o nome da minha tia.
— Tia Viviane continua insuportável da mesma forma — falei baixo ao lado de Galvão — Tirando o juízo de Bruno como sempre.
— Já Luísa está morando em Mônaco ainda — ele concordou com a cabeça.
— Meu Deus Viviane não mudou em nada então — Galvão falou — Mande Bruno me ligar, ele anda meio sumido.
Viviane Senna era digamos a parte insuportável, ela sempre ficou à frente do sobrenome que o meu tio tornou famoso e se acha no direito de ditar as memórias dele do jeito que bem entende. Fora que sempre quer esta dando pitaco na vida de todos.
Eu não cheguei a conhecer o tio Ayrton, sempre conheci ele como a lenda do automobilismo e as histórias dele contadas pelo meu pai me fazem manter ele vivo na minha memória. Me despedi de Galvão e continuei andando pelo padock lembrando das poucas vezes que meu pai me trouxe para assistir as corridas ao vivo e a paixão que eu sempre tive pelo barulho dos motores. Minha caminhada sem atenção me levou até uma sala que parecia ser a lavanderia e eu só notei quando entrei.
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TIME
FanfictionA busca pelo sucesso nunca é um caminho feliz sozinho e a família nunca é sobre sangue e sim sobre sintonia. Quando nosso caminho é cruzado por outro, o destino sempre se encarrega de nunca cruza-lós em vão.