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— Acho que prefiro vê-lo pulando por aí e me dando dores de cabeça do que assim, triste — Eva resmungou invadindo o quarto e abrindo as cortinas.
As horas haviam se passado como uma tempestade de longa estadia. Jimin não viu a noite desaparecer, e muito menos se deu conta de que já era dia. Porém cada segundo, em suas lembranças distantes e que voavam para tentar encontrar uma maneira de resolver a situação em que estava, foi lento, frio e angustiante.
Ele queria poder se esquecer da onda de calor que provocava faíscas agressivas contra seu peito. Machucava tanto que foi inevitável controlar suas lágrimas mais uma vez. Temia acabar adoecendo e causar transtornos desnecessários ao seu irmão e cunhado, porém era quase inevitável tentar se manter firme. Afinal, como poderia?
O suspiro de Eva foi o que preencheu o quarto. Ela ficou em sua porta, sem sair de perto ou descansou um só instante apenas para ter certeza de que não precisaria de nada durante a madrugada. Contudo, tudo que ela ouviu foi grunhidos de choro e tosse de uma garganta maltratada pelo tempo em que se manteve a trabalhar.
Ela veio em sua direção e pediu permissão para se sentar antes de acolher seu rosto em seu ombro quente com cheiro de temperos e lavanda. Uma mistura peculiar para alguém que possuía seu cargo na cozinha. A mão gorducha de sua dama de companhia acariciou seu rosto, passando-lhe um pouco de conforto, como uma mãe faria.
— Olhe só, todo vermelho. Parece um tomate — observou Eva. — Diga-me, menino. O que está chorando agora? Não existe mais nem lágrimas em seus olhos.
Eva estava certa. Tudo que tinha para ser colocado para fora havia se dissipado nas últimas horas. Jimin sabia que chorar não iria solucionar seus problemas.
— Você tem razão — Jimin se sentou e passeou os dedos por sua roupa, percebendo só então que usava o mesmo que ontem e sequer se trocou.
Fez uma careta de desgosto. Estava tão atordoado que nem mesmo lembrou de se lavar.
— Preparei o seu banho. As servas estão esperando minha ordem para entrarem com os baldes de água quente. — Sua dama de companhia já estava em pé a sua frente outra vez. — Acredite em mim, o senhor irá se sentir melhor ainda depois de um bom banho.
— Não sei se isso é possível agora... — murmurou com tristeza. — Mas eu gostaria muito de um banho.
Eva bateu palmas e as mulheres invadiram o quarto enchendo a banheira com água quente. Enquanto mergulhava em pétalas perfumadas que Eva tratou de trazer de sua casa em Dumbarton, Jimin se recordou da carta que havia pego outro dia. Procurou por ela em meio ao quarto e a viu dobrada na mesa de cabeceira, esquecida. O conteúdo dela era o que tinha para comprovar suas suposições.
Ter uma ocupação em posse de suas ações dali por diante seria ótimo. Por isso, tratou de ficar quieto quando foi vestido e arrumado para o café da manhã. Faria sala aos donos da casa e seria educado para se juntar a eles. Suas aulas de etiqueta teriam que valer de algo.
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Remetentes •Jjk+Pjm•
Fanfic| Concluída | Jikook/ABO | Longfic | Park Jimin é um jovem camponês tímido e cheio de manias entre seus irmãos, ele possui dificuldades em conquistar um pretendente. E, cansado de viver atacado por sua própria família, Jimin acaba fingindo estar sen...