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❗️só lembrando que não vou seguir ao pé da letra toda a lore do jogo, até pq algumas informações são incompletas, por isso alguns nomes, eventos e cargos/funções dos personagens serão completamente fictícios. Não estranhem se tiverem personagens que não aparecem juntos no mesmo universo do jogo convivendo nos mesmos eventos❗️
No mais, boa leitura✌️

Uma mulher adulta completamente uniformizada segurando um fuzil me guiava pela base militar. De todos os lugares que uma enfermeira poderia trabalhar, essa talvez fosse a mais sinistra das opções, pelo menos se comparado ao asilo para idosos que trabalhei durante dois anos. Aqui, era mal iluminado, os corredores estreitos, repletlo de pessoas armadas e apressadas.

Durante o caminho, me questionei se tinha feito uma boa escolha em deixar de dar banho em idosos para atender soldados baleados. Espero que sim, pensei numa tentativa de me deixar confiante embora pudesse ouvir a voz da minha mãe me xingando por ter deixado o estado para morar num "quartinho de rodoviária", termo que ela usava para se referir aos alojamentos militares. Segurei firme na mochila pesada.

- nervosa? - a mulher me interrompeu, ainda me guiando até a enfermaria. Uma mão no fuzil e a outra nas minhas costas, como se ela desconfiasse que eu poderia sair correndo dali a qualquer momento. Poderia, mas talvez fosse tarde demais.

- um pouco. Nunca trabalhei com militares.

- Mia, né? - ela perguntou olhando de cima de um modo intimidador. Na verdade, todos aqui pareciam extremamente intimidadores, como se soubessem que são fortes o suficientes pra me partirem no meio só com o olhar. Essa mulher sem dúvidas era uma das mais amedrontadoras que já tinha conhecido na vida.

Apenas concordei com um gesto de cabeça. Ela sorriu de lado e voltou a olhar pra frente.

- olha, Mia - ela dizia relaxada - não sei se vai te animar mas o salário é bom. A rotina é estressante e muitas das vezes imprevisível quando se trata de serviço militar, mas a recompensa é generosa. Ainda mais para você no setor da sáude. 

- não sou médica, apenas uma enfermeira. 

- não precisa ser modesta comigo. Você consegue se virar com emergências - fiquei em silêncio, a fazendo se virar pra mim mais uma vez - certo?

- sim.

- bom. O que não vai faltar é trabalho pra você.

Ela me levou até minha sala. A placa escrito "enfermaria" estava desgastada e quase não dava pra ver devido à lampada queimada na entrada do cômodo, o lugar parecia um cenário de filme de terror. Era tudo, menos uma enfermaria.

- tá precisando de uma reforma mas dá pro gasto - a mulher tirou a mão do fuzil e abriu a porta pra mim.

Tinha uma pia, uma maca de metal, dois armários e uma janelinha no topo, na qual minha visão não conseguia alcançar através dela. Também tinha uma espécie de quarto separado por uma fina cortina, com quatro macas, dessa vez com colchão ao inves de metal. Supus ser a ala de internagem. Pelo menos o salário é bom, provavelmente nunca vou conseguir ganhar mais que isso sendo enfermeira.

- tem luvas e equipamentos naquelas gavetas - ela fazia um tour pela sala - aqui tem um telefone, caso precise falar com algum superior ou precise pedir mais mantimentos. Tem também uma pistola e munição na última gaveta, caso surja alguma emergência.

- emergência? - gelei - como assim?

- nem todos que estão aqui são amigáveis, tem que aprender a se defender sozinha. Sabe usar uma arma?

- não.

- sugiro que aprenda - ela tocou no meu ombro - ou não vai durar muito aqui.

Não consegui dizer nada, paralisada com a hipótese de ser assassinada na minha primeira semana de trabalho. Defininitvamente dar banho em idosos não era um trabalho tão ruim assim. 

Konig • COD [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora