Capítulo 14 - Inquietação

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Em Daehan, o ambiente em si parecia mais um retiro monástico do que qualquer outra coisa. Ning Yizhuo suspirou profundamente, parecendo resignada com a perspectiva de mais um domingo monótono antes de ser forçada a retornar a Saeloun Harbin. À medida que deixavam o pátio para trás, seus olhos se prenderam ao majestoso teatro que se erguia diante delas, e um leve surto de frustração escapou de seus lábios.

- Por que diabos não podemos simplesmente ir ao teatro?! Está bem ali! - Ela exclamou, quase se entregando a um acesso de descontentamento.

Uchinaga concordou, mantendo os braços cruzados em desaprovação. O vento cortante agitava seu sobretudo de couro favorito, intensificando o desconforto. - Concordo. Eles estão tratando entretenimento como se fosse um crime. Ouvi dizer que os estudantes de Suhyeon têm permissão para sair todas as semanas. É uma injustiça. - ela disse, provocando a concordância das outras emburradas.

Ohhae rolou os olhos com desdém. - Essa suposta 'educação igualitária' parece mais uma sentença de prisão. Elas não nos deixam fazer nada! - Reclamou, expressando sua insatisfação.

Enquanto o grupo caminhava de volta para a área dos dormitórios, Chaeryeong e Jeong estavam imersas em seus próprios pensamentos. Uma delas havia sugerido a ideia de ir ao teatro, mas, como sempre, a resposta das autoridades havia sido um enfático "não". A outra parecia preocupada demais com questões mais sombrias para se importar com tudo isso. Silenciosamente, elas lamentavam suas circunstâncias naquele momento.

Ningning, percebendo a distração, colocou gentilmente a mão no ombro a sua frente para guiá-la. - Estou com inveja, Minjeong. Vá e divirta-se por mim. - ela comentou sobre a saída mencionada mais cedo, seu desejo genuíno apesar do semblante descontente.

A loura concordou com um sorriso fraco e começou a andar ao seu lado, mas sua concentração estava em outro lugar. "Apesar de eu não estar indo ver espectáculo algum...", pensou distante.

O tão esperado dia estava finalmente chegando, como havia sido reforçado por sua senhorita naquela manhã durante o desjejum. "Amanhã, Jeongie, é o dia em que vamos sair. Tenho certeza de que será especial para você", confirmou Yu, preenchendo-a de expectativa e ansiedade. Desde então, Minjeong tentava conter sua própria euforia, ao mesmo tempo em que queria alimentar grandes esperanças para reencontrar sua mãe no hospício Haneul. A possibilidade de vê-la novamente, mesmo que brevemente, ou não, despertava diversos questionamentos. E se sua mãe estivesse muito doente? E se Karina não conseguisse sair no dia seguinte? As preocupações a consumiam, fazendo-a ajustar ansiosamente a gola de seu casaco.

Charyeong, ao perceber a inquietação da absorta, se mostrava preocupada com os boatos que havia ouvido. - Jimin está tão indisposta durante toda essa semana que não pôde comparecer à missa mais cedo, Minjie?

Minjeong tentou parecer esperançosa ao responder, mas a preocupação pairava em suas palavras. - Eu não sei... Ela tomou remédio na noite passada, mas acho que ainda deve estar um pouco cansada, só isso.

A simples menção do nome de Jimin fez o rosto da Ning se fechar. - Hmph! Quem liga se ela está doente. Ela está sendo punida por tratar as pessoas cruelmente.

As outras garotas do grupo perceberam a alteração no olhar de Minjeong ao ouvirem as palavras frias que foram esbravejadas. Elas não podiam julgar a reação da chinesa. Nem a Kim podia, mesmo sabendo que a situação era mais séria do que pensavam. Mas as palavras foram além ao afirmar: - Ela vai morrer jovem neste ritmo.

Aquela afirmação foi o suficiente para desencadear uma explosão em Minjeong. Ela estacou no próprio passo, soltando-se do toque de Ningning com uma certa brusquidão. O resto do grupo colidiu contra suas costas, mas ela mal notou. As imagens daquela hipótese mórbida se concretizando invadiram sua mente, transbordando sua aflição em um grito.

Getting To Know Yu | WinRinaOnde histórias criam vida. Descubra agora