Capítulo 26 - Últimos Extremos

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Olá, meu povo e minha pova! Tava com saudades de vocês. Sentiram minha falta? Sinto muito, eu tava em um bloqueio tenso; Mas não se preocupem, os motivos eram os melhores, ainda que as consequências tenham sido essa comprida ausência. Peço desculpas por isso e bom... Me perdoem também pelas condições em que a Jiminzinha deixou vocês. O último capítulo deve ter sido uma diliça de ler, não? Pois espero que segurem esse coração, bebam uma água e se preparem pra lidar também com mais 11k de palavras em altos e baixo. Aproveitem!
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Uma sinfonia de esquecimento e mistério parecia preencher as paredes sombrias da masmorra lúgubre. Cada centímetro desse espaço deplorável era envolto em clamores indizíveis e uma sensação de abandono, como se estivesse mergulhado em uma dimensão vazia e afônica. Os sons ocos e tênues, ecoando como gritos angustiantemente sufocados nas entranhas, eram devorados pelo vácuo impiedoso, perdendo-se na insignificância.

O sol, que outrora brilhara em pleno meio-dia, agora era apenas uma memória distante, seus sinos tilintando como um eco nostálgico de um passado promissor, agora manchado por eventos catastróficos. Suas notas alegres pairavam no ar, dissolvendo-se como o último suspiro de uma alma perpetuamente isolada. A tarde cinzenta abraçava tons desbotados, mergulhando cada vez mais fundo em um reino regido pela infeliz quietude e pela incerteza, como se até mesmo as pequenas nuances de emoção nessa realidade estivessem desaparecendo.

Porém, enquanto a vivacidade se dissolvia nesse espectro melancólico, Minjeong — contrariando as escolhas fatalistas de Jimin, caracterizadas pelos constantes: branco ofuscante, cinza monótono e um preto cru aos quais ela havia se conformado — se recusava a aceitar o destino neutro que se avizinhava, pois, afinal, ela sempre contemplou o mundo através de lentes azuis. Sua determinação em enfrentar essa escuridão, equivalente a um buraco negro, e restaurar a luz na vida daquela que aprendeu a valorizar mais que a própria liberdade, era inscrita em cada fibra de seu ser. Ela se apegava às lembranças das palavras proféticas que ecoavam em sua mente, envolvendo seu corpo e alma na voz inebriante da Yu: "Estar vivo não significa apenas que seu coração bate, mas sim a capacidade de fazer o coração de outra pessoa pulsar calorosamente."(cp. 4) Estas precisas palavras, sussurradas como um guia divino, foram o suficiente para levá-la até ali, adentrando por esse obscuro caminho de redenção, deixando para trás todas as limitações autoimpostas.

Cada passo apressado de Minjeong ecoava pelas escadarias intermináveis como tambores estrondosos, ressoando em seu peito de forma rítmica. Sua respiração, ofegante e ansiosa, preenchia a atmosfera com um requinte de ansiedade palpável. Seguindo em direção à cruel realidade que a aguardava, ela continuava a descer, alheia ao fato de que o coração de Jimin já não batia, tampouco emitia o calor que suas esperanças tanto ansiavam.

Ao chegar ao fim do corredor austero, repleto de celas abandonadas, Minjeong finalmente deparou-se com a visão lastimável e devastadora de sua senhora, completamente arruinada. Desacordada e pálida como um fantasma, seu braço inerte pendia para fora da catre de pedra onde fora deitada, dando a impressão de um ângulo não natural. Seus dedos finos e gélidos, manchados pelo carmesim da violência, entrelaçavam-se com uma aparente safira igualmente maculada, roçando o chão sórdido e poeirento com uma graciosidade macabra.

A espectadora precisou tatear seu caminho até o limite de seu alcance, com passos trôpegos, seus olhos marejados fixos na imagem dilacerante à sua frente. Aquele retrato dantesco, enquadrado por grades de aço retorcidas em constante desfoque, parecia pertencente a um pesadelo surrealista. Cada traço daquela obra parecia, não ganhar, mas perder, vida aos olhos dela, num prelúdio trágico.

Getting To Know Yu | WinRinaOnde histórias criam vida. Descubra agora