Capítulo 16 - Ao Resgate

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- Não chore mais, Ningning... Já está tarde e realmente deveríamos dormir. - Haewon quase ecoava o choramingar da amiga, sentindo-se um pouco sufocada pela forma como estavam espremidas em sua cama. O convite de consolo havia sido simples e despretensioso, uma demonstração de cuidado de uma colega de quarto atenta a tristeza nos olhos da chinesa. Porém, o que deveria ser um abraço reconfortante e um desabafo breve se transformou em duas horas de um aconchego interminável. Os bocejos já se tornavam frequentes enquanto Ningning fazia uma competição intensa com seus soluços incessantes, enxugando as lágrimas com um lenço. - Se continuar assim, seus olhos ficarão inchados amanhã. Não tínhamos combinado de fazer o seu retrato? Eu queria poder mostrá-lo para seu pai, já que passaremos o Natal juntas. Não seria agradável se ele achasse que eu a desenhei de propósito como um lêmure ou algo do tipo...

A jovem Ning, que antes chorava incessantemente, deixou escapar um risinho e deu um tapinha no braço da amiga. Ela era engraçada, apesar de tudo.

- Haewonnie... É que eu pensei que Minjeong viria me ver depois que apagassem as luzes, torci por isso, mas ela não veio. - A jovem tinha o rosto enterrado no pescoço da companheira, os dedos brincando com o lóbulo da orelha dela, como uma criança sonolenta, mas ainda chorosa. - Ela não deve realmente se importar comigo...

- Isso não é verdade! Provavelmente ela está cuidando de Jimin, você precisa entender isso, elas são família. E você sabe o quanto Minjeong é responsável e atenciosa. Sua ausência não é por desprezo... Ela deve estar passando por um momento difícil com sua prima, apenas isso.

As palavras eram ouvidas atentamente, mesmo que a ouvinte emotiva tivesse suas dúvidas. Mas ela sabia que Haewon não mentiria para ela, e duvidar do caráter de Minjeong era sem sentido. Ela era um verdadeiro anjo.

- Ei, eonnie... Eu posso dormir aqui? Percebo que o calor do seu corpo é confortável e seu perfume é agradável. - disse, se rendendo aos indicativos de que já era tarde. Mas havia encontrado um novo e peculiar lugar em que preferia dormir.

- Como é...!? - A senhorita Oh, que estava sendo lentamente dominada pelo cansaço, arregalou os olhos, confusa. Ela se afastou e notou que a menor a encarava com um olhar adoravelmente traiçoeiro. E ela era tão linda... A maior, incapaz de dizer não, desviou o olhar por um instante. Quando seus olhos percorreram a parede e pararam na janela, percebeu algo estranho. - Você vê aquela fumaça preta lá fora?

- Hm? - No momento em que ambas curiosamente se voltaram para o detalhe apontado, a porta se abriu com um estrondo, assustando as distraídas.

- Yizhuo, Haewon! Peguem suas roupas! Agora! A maioria de seus pertences já foram enviadas para casa, não é? Vamos logo, precisamos sair daqui urgentemente! O anexo oeste está pegando fogo. É muito perto. - Jang Wonyoung dizia alarmada com a voz tradicionalmente aguda, enquanto ao fundo, as demais garotas saíam apressadamente de seus dormitórios e a seguiam pelo corredor, em uma correria desordeira.

"O quê?!" As duas exclamaram em uníssono.
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Um dos prédios no campus estava em chamas, e o aviso de evacuação imediata chegou como uma terrível surpresa. As moças levantaram-se atordoadas, confusas e perturbadas com o repentino caos que se instalara. A claridade das chamas refletia nos seus olhos arregalados, enquanto tentavam entender a magnitude da situação.

A massa angustiada logo se reuniu nos corredores, desorientadas pela escuridão, o estalar do fogo e a urgência da ordem. Seus passos apressados ecoavam em meio ao silêncio da nevasca lá fora, enquanto feixes de luzes tremulantes eram lançados pelas lamparinas que algumas jovens ansiosas carregavam consigo.

Getting To Know Yu | WinRinaOnde histórias criam vida. Descubra agora