Capítulo 6

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JEON


O sono me escapou. Durante toda a noite, minha mente correu, sempre voltando para o estranho no Lastro, batendo em mim como um cachorro encurralado.

Eu precisava achar alguém para ficar, algo rápido e casual e sem sentido, para liberar parte da agitação que eu criei. Ser um jovem presidente tinha certa pressão, a pressão para provar que sou digno do legado de Joon, apesar da minha relativa falta de experiência. Se eu ganhasse a reputação de sair com todo mundo por aí, seria como se eu não estivesse levando meu papel a sério, e só provaria aos membros que não estava pronto para a responsabilidade da presidência.

Não que eu tivesse muito tempo para namorar, de qualquer maneira. Faz muito tempo desde o meu último relacionamento. Tanto tempo que nenhum dos membros próximos a mim me culparia caso eu achasse alguém para sair. Eu manteria isso discreto, é claro. E mesmo que o que estava acontecendo com Jimin não fosse o meu problema, não conseguia tirá-lo da cabeça. Algo sobre Jimin era diferente dos meus relacionamentos anteriores. Não era o claro impedimento dele — embora eu gostasse de um pequeno desafio de vez em quando —, mas o que quer que estivesse o perseguindo.

Ele estava fugindo.

Mas de que?

Com um suspiro, rolei de costas e cruzei as mãos atrás da cabeça.

Não era da minha conta. Mas, em contraponto, esse garoto apareceu em meu território, então o dever exigia que eu investigasse pelo menos um pouco.

Precisava me concentrar nos problemas crescentes com o Ninho da Víbora, porém meus instintos me disseram que eu precisava pelo menos tentar ajudar Jimin. Mesmo que ele ignorasse minhas ofertas de assistência.

Assim que ele se sentou ontem, saí do bar e liguei para Max. Eu tive sorte que ele estava no turno de reboque naquela tarde. Max gostava de um desafio mecânico e se orgulhava da velocidade e qualidade do serviço da Ankhor Works.

Ele consertaria o carro de Jimin rapidamente.

Mas eu não estava pronto para deixar Jimin escapar.

— Diga a ele que você precisa pedir uma peça. — Mandei através da ligação.

Max bufou e recuou. Ele odiava a ideia de dar a impressão de que sua amada loja não era bem abastecida ou eficiente.

Tudo bem. — Concordou depois de algumas discussões. — Eu vou fazer isso. Mas é melhor você saber o que está fazendo. Esse garoto parece que realmente precisa chegar aonde quer que vá.

— Eu sei. — Resmunguei. — É por isso que não posso deixá-lo sair ainda.

Seokjin, é claro, convenceu Jimin a ficar. Ele pode se comunicar apenas com um aceno de cabeça, algo sobre ele incentivava as pessoas a cederem. Se alguém pudesse começar a superar as defesas de Jimin, era Seokjin.

Suspirei.

A luz cinzenta do amanhecer do lado de fora começou a se infiltrar pela janela. Não faz sentido tentar dormir agora. Tirei o edredom e me sentei, o ar frio da sala arrepiou meus braços e peito nus.

Às vezes, apenas às vezes, eu queria acordar ao lado de outro coração batendo. Imaginei Jimin enrolado em uma das camas macias em um quarto acima do Lastro, seus cabelos castanhos espalhados pelo travesseiro, sua expressão cautelosa suavizada pelo sono. Seu ombro parecia estreito, mas forte sob a minha mão, quando o toquei no bar horas atrás.

Como seria o resto do corpo debaixo das minhas mãos? Forte e magro? De pele macia? Meu pau mexeu com interesse.

Tentei afastar esses pensamentos. Minha atração por Jimin não foi a razão pela qual eu queria ajudá-lo. Seria idiota da minha parte tentar entrar nas suas calças enquanto ele estava claramente fugindo de algo perigoso.

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