MOTORCYCLE CLUB

Capítulo 9

JIMIN

O letreiro cuidadosamente escrito à mão na porta do armazém dizia: ANKHOR WORKS.

Verifiquei o endereço no cartão. Eu estava no lugar certo.

Tudo nesta cidade era de propriedade ou adjacente da Ankhor.

Por que meu carro não foi rebocado por uma pessoa normal e agradável, com uma velha e chata loja? Em vez disso, aqui estava eu, nesse imenso armazém convertido, com sua pesada porta de aço e teto de metal corrugado, cercado por carros velhos e motos elegantes e personalizadas. Eu deixei o trio de caras do clube no café apenas para entrar em outro ponto de encontro do clube.

Minha frustração ameaçou transbordar e se transformar em raiva.

Os sinos pendurados na porta tocaram quando eu entrei.

— Olá?

Minha voz ecoou pelo vasto espaço do armazém, repleta de elevadores para carros e coberta de papel de parede com pranchas pesadas. Apesar da quantidade de coisas, o chão era espaçoso e aberto.

— Alguém aqui? Estou procurando por Max.

— Me dê um minuto. — Veio a resposta abafada debaixo de um velho Camaro, no outro extremo da loja.

Um sofá xadrez surrado e algumas cadeiras esqueléticas formavam a área de espera perto da porta da frente. Sentei-me e peguei algumas revistas de automóveis e romances de "John Le Carre" na mesa de café.

Eu estava prestes a desistir de esperar quando o homem finalmente saiu debaixo do carro. Era o mesmo homem enorme e careca que rebocou meu carro, agora vestindo macacão desbotado com o nome costurado na frente. Ele limpou a graxa das mãos enquanto se aproximava.

— Bom dia. — Saudou. — Você encontrou um lugar para ficar ontem à noite?

Eu não estava com disposição para mais conversa fiada, então fui direto ao ponto.

— Como está meu carro?

— Bem. — Max começou. — Nada mudou desde que falamos ao telefone na noite passada. Fiz o pedido da junta da cabeça, mas ainda levam alguns dias. — Ele encolheu os ombros. — Olha, garoto, deixe-me ser completamente honesto com você. A peça em si é barata, é o reparo que é tão caro. Vou ter que desmontar o motor inteiro para chegar à junta do cabeçote, e só Deus sabe que outros problemas eu vou encontrar.

— Sim, eu sei qual é o reparo. — Suspirei. — Você tem certeza de que é a junta do cabeçote? Não é apenas um vazamento de refrigeração?

— O que, você quer vir dar uma olhada? — Ele parecia ultrajado com a minha pergunta.

O discurso que planejei tão meticulosamente agora parecia desnecessariamente combativo. Max ergueu as sobrancelhas, esperando com expectativa. Ele não tinha motivos para mentir para mim.

E sim, era bizarro e improvável que meu carro falhasse tão catastroficamente sem problemas antes. Também era estranho que levasse tanto tempo para fazer um reparo como esse, convenientemente quando Jeon insistia em me manter por perto. Mas isso era predominantemente uma loja de motos, então por que eles manteriam uma peça obscura dos motores dos anos 90 abastecida?

Max estava esperando pacientemente, mãos abertas, pronto para me deixar dar uma olhada no motor. Talvez eu consiga dizer qual era o problema, ou talvez não.

Todo mundo estava querendo me pegar? Ou eu precisava deixar minha paranoia de lado por alguns minutos?

Eu estava tão cansado.