JEON
— Ei. — Hoseok enfiou a cabeça no meu escritório sem bater. — Estou pronto se você estiver. Você quer café?Eu girei na minha cadeira.
— Sim, definitivamente. Obrigado.
Hoseok me mostrou um símbolo de “ok” e desapareceu.
Fechei meu laptop. Nenhuma notícia digna de nota e nenhum relatório policial suspeito além dos que eu já havia reunido ao longo da semana. Houve outro avistamento de Vipers em nossas fronteiras e outra briga do lado de fora de um bar.
Uma semana atrás, eu estaria pronto para chegar lá e arrancar alguns dentes. Porém há uma semana atrás, Jimin concordou em ficar em Elkin Lake, no entanto. E não no quarto que fica no andar de cima do Lastro, mas em minha casa. Era uma solução temporária, Jimin afirmou. Só até ele encontrar seu próprio lugar. Mas eu não estava vasculhando as listagens de apartamentos e também não o vi procurando.
Acordar ao lado de Jimin todas as manhãs me enchia de um carinho tão forte que me aterrorizava. Meus sentimentos por ele me fizeram ficar mais atento a tudo, ajudando-me a domar a raiva que eu tinha contra os Vipers em uma determinação produtiva e justa. Contra meus lençóis brancos, a pele de Jimin era um impressionante contraste bronzeado a cada noite. Seus olhos verdes estavam vermelhos e sonolentos quando se abriram pela primeira vez na luz da manhã.
Às vezes eu o pegava me observando quando pensava que eu não via. O rosto dele se contorcia levemente, sua boca rosada se curvava, um sulco na testa. Jimin carregava um peso que não queria que eu visse. Mas eu tinha visto suas cicatrizes e ouvido um pouco de sua história. Não iria empurrá-lo ou forçá-lo a fazer ou dizer nada se ele ainda não estivesse pronto para compartilhar o restante. Quando Jimin estivesse pronto para me contar tudo o que faltava, eu estaria lá.
Hoseok abriu a porta com a bunda, para que sua mochila não a pressionasse, e depois a chutou atrás dele. Ele colocou nossas canecas fumegantes de café na minha mesa. Olhei irritado para aquele ato e Hoseok revirou os olhos, ignorando meu desgosto claramente.
— Tudo bem, vamos começar. — Falou. — Deixe-me puxar meu mapa aqui.
Ele puxou o laptop pequeno e elegante da mochila e o equilibrou na borda da minha mesa, os dedos voando rapidamente pelas teclas.
Hoseok sempre tinha esse olhar intensamente focado quando estava no computador. Seus olhos castanhos passavam pela tela e o menor sulco se formou na testa dele, onde suas grossas sobrancelhas escuras se uniram. Às vezes, sua língua se destacava no canto da boca, um remanescente bonito dos hábitos da infância.
Quando ele cresceu, começou a se parecer um pouco com Joon. A semelhança estava nas maçãs do rosto definidas e angulares e na ligeira covinha na bochecha. Mas, ao contrário de Joon, Hoseok era pálido como o marfim, com apenas algumas sombras de sardas no nariz arrebitado. Sua mãe, irmã de Joon, faleceu durante o parto. Joon o adotou como um recém-nascido sem hesitação, e Hoseok cresceu com uma família de caras de boca suja como eu, pairando sobre ele como um bando de pais protetores.
Agora, aos 25 anos, Hoseok vestia-se casualmente, mais como um garoto da cidade do que como um motociclista: de jeans, coturnos e jaquetas de couro. Era quando ele estava assim, fazendo algo complicado em um computador que eu mal conseguia entender, que lembrava que Hoseok era um adulto agora. Não mais o garoto que eu tinha brincado. E que, todos nós, às vezes, o tratamos como uma criança, apesar de confiarmos em suas habilidades como tesoreiro do clube.
A morte de Joon pairava sobre Hoseok como uma sombra, e sua dor ainda explodia ocasionalmente, mas ele estava lidando com isso da melhor maneira que eu podia esperar. E eu tinha visto a presença de Jimin aliviar a escuridão dele, vendo ele rir mais nas últimas semanas do que em meses.
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MOTORCYCLE CLUB
Romance[JIKOOK VERSION | GANGUES DE MOTOQUEIROS] Jimin só estava tentando seguir sua vida, deixando tudo relacionado ao seu pai e sua gangue para trás, quando acabou no clube rival do seu. Para piorar, Jimin não sabe o que fazer, ainda mais quando, com o p...