Capítulo 11: Declaração

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A manhã de segunda-feira chegou, com um sol radiante a brilhar e uma manhã sem nuvens. O baile dos Sanderson passara e para quem estivera envolvido, havia agora um ano inteiro para poderem recuperar. Cole levantara-se cedo, como costume. Sentia-se preocupado, não consigo, mas com Celine. Ao baile fora no sábado e no domingo, Celine não quisera sair do quarto. Nem sequer se vestira, ficando de camisa de dormir, ora sentada na sua cama, ora numa poltrona. O cabelo não fora penteado, nem a maquilhagem aplicada, nem parecia ter vontade de fazer nada.

- Querida, anda lá, reage – pedira Cole. – A noite de ontem já passou, hoje tudo pode voltar ao normal.

- As coisas não desaparecem assim de um momento para o outro – dissera Celine, macilenta, a pele bastante pálida e os olhos vermelhos, de quem dormira mal. – Sinto-me péssima.

- Podíamos...

- Não quero fazer nada, só quero ficar aqui. Por favor.

Cole respeitara isso. Não quisera forçar a esposa a fazer algo que não quisesse. Mantivera-se tanto pelo quarto, como pelo escritório da mansão. Não lhe apetecera fazer nada de especial, se não podia ter Celine com ele. Visitara Ford no quarto dele. O irmão melhorara, mas também decidira ficar-se pelo quarto no domingo, para recuperar. E agora, um novo dia surgira, mais um dia de trabalho. Por um lado, era bom, pois Cole iria sair da mansão, deixar aquele local podia cortar com a tensão que tinha acumulado dentro de si. Ao abrir a porta do quarto, para sair, olhou para trás, para a esposa, ainda adormecida na cama.

Esperava que ao entrar na sala de jantar, não estivesse lá mais ninguém, mas a verdade é que Ford já se levantara e estava sentado à mesa, bebendo chá e comendo torradas. O estômago acalmara, mas achara melhor tomar um pequeno-almoço simples, não fosse piorar novamente. Não conseguia explicar porque se sentira tão mal na noite do baile, mas Ryker avisara-o que talvez estivesse a beber demais, pelo que Ford achava que era possível que fosse isso, desconhecendo que o irmão tinha colocado algo na flute de champanhe.

- Então, estás melhor hoje? – perguntou Cole, ao sentar-se à mesa.

- Sim, sinto-me melhor, obrigado – respondeu Ford, bebendo um pouco mais do chá. Achou que devia ter posto um pouco mais de açúcar, porque não era amante de chá natural, mas para não fazer com que o estômago se agitasse demais, colocara apenas meia colher. – E a Celine?

- Ficou a dormir no quarto. Espero que hoje queira de lá sair – respondeu Cole. Zelina entrou nessa altura, dando os bons dias aos dois. – Ford, fazes-me um favor? Visto que eu tenho de ir trabalhar, se a Celine não sair do quarto, vais lá vê-la?

- Claro que sim – respondeu Ford, de imediato.

- Não se preocupe, menino Cole, ela ficará bem. Eu também estarei de olho – prometeu Zelina.

- A Audrea abalou-a, quer fosse por ter invadido o baile duas vezes, quer tenha sido por ter sido maldosa ou por ter exposto a toda a gente a minha situação e da Celine...

- As pessoas não precisavam de ter ficado a saber o que se passava, é verdade. Foi um golpe baixo, da parte da Audrea. Pergunto-me como é que ela sabia que tu e a Celine estavam a ter dificuldade em ter filhos... talvez tenha sido só um golpe de sorte, visto que ela mentiu em relação a Celine ter um problema. Mas de uma forma ou de outra, surtiu efeito, pôs as pessoas a falar e a Celine a chorar. Ela não merece – disse Ford, mordendo com demasiada força a torrada que tinha numa das mãos.

- Se essa mulher voltar a aparecer por aqui, eu chamarei a polícia e temos na entrada aquele vaso de que não gosto nada, portanto se por acaso houver um acidente e o vaso embater na cabeça dela... digamos que não se perde tudo – indicou Zelina, falando de forma vaga. Cole e Ford riram-se. – Estou a falar a sério.

A Família SandersonOnde histórias criam vida. Descubra agora