Capítulo 6: Preparativos

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Ryker estivera fora da mansão muito tempo, portanto, ainda que não tivesse esquecido os bailes, já não se recordava da azáfama que existia no dia do baile. Pouco depois da hora de almoço, já havia pessoas por todo o lado. Algumas trabalhavam na mansão e estavam a tratar de pormenores, outras tinham sido contratadas para aquela ocasião especificamente. Dando uma espreitadela pelo salão, que era um local bastante grande, Ryker viu como a decoração fora mudada, havia flores em vários locais, havia também duas mesas grandes a um canto, que teriam comida, quando o baile começasse. Ao fundo, estava a serem montadas colunas de som, para a música. Celine e Zelina andavam por ali, dando indicações.

- Não sei se tudo ficará perfeito – disse Celine, algo incerta.

- Vai correr tudo bem – assegurou a governanta. – Tratámos de todos os pormenores, portanto não haverá nada que corra mal. Tenha fé, Mrs. Sanderson.

- Trate-me por Celine, por favor – relembrou a mulher e Zelina acenou afirmativamente com a cabeça. Ambas tinham noção que estavam um pouco mais próximas, mas ainda assim não era como se fossem amigas, nem nada do género. – Falta alguém confirmar a sua presença no baile.

- Uma ou duas pessoas, mas não são importantes. O que importa agora é manter a calma e... ei! O que é que você pensa que está a fazer? Essas flores não são para aí! – exclamou a governanta, indo ter com um dos empregados, que obviamente se enganara no que estava a fazer. E a parte da calma desaparecera, no que tinha a ver com Zelina.

- Isto por aqui está animado – disse Ryker, entrando no salão e aproximando-se da cunhada. Viu Zelina a ralhar com o empregado, que se encolheu ligeiramente. – A Zelina tem um feitio terrível, por vezes. Se diz que é para se fazer algo assim e alguém erra, ui, cai em cima deles como um monte de tijolos. Claro que é divertido vê-la a desancar uma pessoa... desde que não sejamos nós essa pessoa.

- Vais participar no baile? – perguntou Celine. Era algo que ainda ninguém sabia, se Ryker decidiria aparecer.

- Não tenho a certeza se me vai apetecer. Este tipo de eventos acaba por ser algo maçador e se uma pessoa aparece, por vezes há outras pessoas que não nos largam. Ainda para mais, eu estive ausente durante um tempo, portanto, quem me reconhecer vai querer falar comigo e fazer-me perguntas – indicou Ryker, com um encolher de ombros. – Ainda não decidi se me quero submeter a isso.

- Eu acho que devias vir. Afinal de contas, estás aqui a viver.

- E é isso que o meu irmão Cole também acha? – perguntou Ryker. Celine não respondeu. Não queria mentir, mas ao mesmo tempo, também não queria dizer algo que Ryker achasse desagradável. Mas ele conhecia o irmão, sabia o que ele pensava. – Pois, também me pareceu que ele não aprova. Para ele, preferia muito mais que eu ficasse no meu quarto e não aparecesse, de todo.

- O Cole... tem alguns receios, mas claro que tu fazes parte da família, ainda que neste momento tu e os teus irmãos não se estejam a dar muito bem. Mas acontece. Talvez, se apareceres no baile e tudo correr bem, o Cole mude um pouco de atitude para contigo.

- Tu és demasiado boazinha, cunhada. Queres que nós nos demos todos bem, não é? Só que a realidade é diferente. Mas talvez tenhas razão, talvez eu deva participar do baile. E como foste tu que sugeriste... enfim, vou pensar no assunto – indicou Ryker. Deu uma palmadinha num dos ombros de Celine. – O meu irmão fez realmente uma boa escolha de companheira.

Virando costas, Ryker afastou-se, mas ainda viu Celine sorrir, parecendo satisfeita. Ela era realmente fácil de manipular. E era boazinha, isso era notório. Ryker já lhe conseguira dar a volta, tanto que ela queria que ele fosse ao baile, mesmo Cole tendo uma opinião diferente. E Ryker sempre pensara ir ao baile, só não queria deixar o jogo em aberto. Era mais divertido guardar a informação para si e talvez colocar os irmãos sobre pressão, com receio que ele aparecesse sem mais nem menos. Ao começar a subir as escadas, deparou-se com Ford, que vinha a descer. Ford olhou-o, mas não parecia querer dizer nada.

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