Capítulo 19: A Força das Mulheres

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Audrea Myers vivia no último piso de um prédio de luxo. A entrada do seu apartamento, bem como a maior parte das divisões, eram em tons de branco. Havia quadros caros nas paredes, bons tapetes no chão e de tempos a tempos, Audrea insistia em mudar a decoração. Tinha apenas uma empregada a tempo inteiro e já mudara de empregada várias vezes, só nesse ano. Como se punha a gritar pela mínima coisa e da última vez atirara uma caneca contra uma empregada, todas acabavam por se despedir.

Ao subir no elevador, Audrea viu-se ao espelho e ajeitou o cabelo. As portas do elevador abriram-se e ela saiu. Pouco depois, estava a destrancar a porta. Por vezes, tocava à campainha, para a empregada vir abrir, mas ela era muito lenta, portanto era melhor assim. Não achava que fosse manter a Hyancint ao seu serviço muito mais tempo. Ou Hannah, já não se lembrava de como ela se chamava. Era algo que começava com um H. Ao entrar na sua sala de estar, estacou.

- O que estão vocês aqui a fazer? – perguntou Audrea, olhando paras as três mulheres que ali estavam. – Como é que conseguiram sequer entrar?

Sentada num sofá no meio da sala, estava Celine, vestindo um vestido preto, com algumas rendas. Ajeitou ligeiramente o vestido, enquanto encarava Audrea. Não muito longe dela, de pé, estava Zelina. Tinha os braços cruzados e cara de poucos amigos. Prendera um medalhão antigo à blusa clara que vestia. Por fim, de pé, junto a uma estante que existia na sala de estar, estava Adrienne, com o cabelo apanhado caindo-lhe sobre um ombro. Trazia ao ombro uma mala de cor creme.

- Não foi difícil entrar aqui – respondeu Celine. – Uma nota para o porteiro, algum dinheiro para a sua empregada e o acesso foi permitido. Já agora, a sua empregada mandou dizer que se despede. Aparentemente não estava muito satisfeita consigo. Nem o porteiro. Nem a senhora com quem nos cruzámos no elevador. Todos parecem detestá-la, por um motivo ou outro.

- O que não me surpreendeu absolutamente nada – disse Zelina, tentando reprimir um sorriso. – Enfim, ficámos à sua espera, para termos uma conversa.

- Quero-vos fora daqui imediatamente! – exclamou Audrea. – Não foram convidadas para aqui estar e não tenho de ter qualquer tipo de conversa convosco, nem agora, nem nunca, portanto desapareçam.

- Interessante, não gosta de visitas inesperadas e no entanto, fez o mesmo em relação ao baile – disse Adrienne, de forma pensativa, falando no geral, em vez de se dirigir à dona do apartamento.

- Vão-se embora, senão chamo a polícia!

- Pode fazer isso, mas penso que será melhor que nos oiça primeiro – indicou Celine, falando calmamente. – Para começar, há novidades a nível empresarial que lhe vou comunicar. Há cinco dias, resolveu aparecer na reunião da Sanderson Electronics, o que deixou o meu marido bastante aborrecido. Claro que ele não poderia simplesmente deixar que você aparecesse quando e como quisesse, portanto foram tomadas medidas.

- Como assim? Que medidas?

- Você estava a representar a Gold Investments, mas não era a principal acionista dessa empresa, portanto o Cole resolveu comprar a maior parte das ações da Gold Invesments, o que quer dizer que é ele agora o sócio principal e como tal, a primeira ordem de trabalhos foi afastá-la a si da posição de representante. Em breve deve estar a receber uma comunicação. Portanto, a sua forma de se infiltrar na empresa chegou ao fim – esclareceu Celine.

- Não esperava que conseguissem dar a volta à situação tão depressa, mas não importa. Se pensam que isso me irá parar por muito tempo, enganam-se.

- Quando alguém não é bom da cabeça e é determinado, é complicado – disse Zelina, encolhendo os ombros. – Mas claro que sabíamos que isso não a iria parar, por isso mesmo é que aqui estamos. Andámos a fazer uma revista no seu apartamento. Eu, por exemplo, encontrei um pó branco interessante. Eu pensava que aquilo era farinha para bolos, mas já me disseram que não. É para uso pessoal.

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