Capítulo 15: O Chef e o Motorista

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Adrienne viera à mansão para tratar de assuntos de trabalho. Visto que Cole ficara a trabalhar na mansão e havia assuntos a tratar pessoalmente, ela fora ali. De qualquer forma, gostava do local, portanto qualquer motivo servia para ir fazer uma visita. No entanto, Tadeo irritara-a, pela forma como falara com ela. Sim, Adrienne era funcionária, mas achava-se acima de um mero motorista, cujas únicas qualificações necessárias eram saber conduzir e evitar acidentes. Ela tinha um cargo importante, era completamente diferente.

E no entanto, ali estivera Tadeo, como se fosse dono de toda a razão. Obviamente que ficara muito irritado por Ryker o trair e ainda que dissesse que já não queria saber, não era verdade. Adrienne decidiu que em vez de ir primeiro ter com Cole, faria uma visita a Ryker, para lhe contar o que tinha acontecido. Tinha de conseguir afastar Tadeo dali. Já bastava ter Brendan por perto, quanto mais agora ter o motorista assim contra ela também. Zelina, que lhe abrira a porta, ficou a olhar para ela.

- Está à procura do menino Cole? Ele está na arrecadação, mas talvez se vá demorar um pouco – avisou a governanta.

- Não tem problema. Irei falar com o Ryker primeiro. Sabe se ele está no quarto dele?

- Penso que foi para lá, sim – respondeu Zelina. – Quer beber ou comer alguma coisa?

- Não, não quero nada. Vou ter com o meu namorado e depois irei procurar Mr. Sanderson para falarmos de negócios.

- O seu namoro com o menino Ryker foi bastante repentino. Espero que saiba o que está a fazer. Não que não veja que é mulher inteligente, mas por vezes deixa-se que o coração dite o que fazer e nem sempre as coisas acabam bem.

- Está a dizer o quê exatamente? Que o Ryker não é de confiança? Ou que eu e ele não devíamos estar juntos? Não, não responda, não importa, na verdade. Esteja descansada, sei o que estou a fazer.

Adrienne afastou-se, em direção às escadas. Sabia o que estava a fazer, claro. A governanta não sabia que aquele era um namoro falso e no que dependesse de Adrienne, nunca ficaria a saber. Assim que conseguisse um pretendente adequado, terminaria tudo com Ryker e ele seguiria a sua vida, conforme entendesse. Ao subir um novo lanço de escadas, até ao último andar da mansão, Adrienne pensou que Ryker poderia simplesmente viver no piso térreo, mas não, tinha de se isolar de todos e obrigar as pessoas a subirem imensos degraus. A porta do quarto estava aberta, portanto não parou e entrou. Ryker estava junto a uma janela.

- Ah, se não é a minha suposta namorada – disse ele, quando ouviu passos e se virou. – Então, de que é que precisas?

- Só por eu ter aparecido, achas logo que preciso de alguma coisa?

- Não precisas? – perguntou Ryker. Adrienne torceu o nariz, mas não desdisse o que ele acabara de perguntar. – Bem me parecia. O que foi?

- Tens de fazer com que o Tadeo seja afastado daqui, que seja despedido. Foi bastante rude comigo, quando aqui cheguei hoje. Deve estar todo aborrecido por tu o teres traído, mas eu não fazia ideia, nem tenho de levar com ele. Quero que arranjes maneira de te livrares dele.

- Pois, é bastante fácil dizer isso, mas antes de mais, eu não tenho qualquer poder para contratar ou despedir ninguém. Quem paga aos empregados é o meu irmão Cole, não eu e se for falar com o Cole e lhe disser para despedir o Tadeo, ele vai fazer perguntas. Não posso simplesmente dizer-lhe que foi rude contigo, porque o Cole vai perguntar a razão. Obviamente que não quero dizer-lhe a razão.

- Não queres admitir que andaste envolvido com o motorista. Qual é o mal? Isto é, achas que o teu irmão vai pensar pior de ti do que já pensa?

- Não sei se vai ou não, porque não vou falar com ele. O Tadeo fica. Foi rude contigo, mas vai passar. Não é realmente motivo para uma pessoa perder o emprego.

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