O Dia em Que o Sol Sumiu • Yoonseok (CONCLUÍDA)

nublado feito seu coração.

Jung Hoseok não apareceu na faculdade pelo resto da semana. Nenhum dos meninos tinha notícias dele, por mais que mandassem mensagens, era raro ele responder. Min Yoongi até ia para as aulas, mas ficava quieto, retraído, não falava com ninguém, e ia direto para casa assim que a aula acabava. Estava tudo um caos, não só para os dois, mas para seus amigos, também. Por mais que não tivessem muito a ver com o caso, eles ainda sentiam a falta e a tristeza dos dois.

Ninguém estava feliz.

Na sexta-feira, quando Min Yoongi voltou para casa, demorou um pouco mais do que o normal por conta do maldito trânsito que enfrentou dentro daquele ônibus no meio do caminho. Era uma merda quando acontecia, e o Min sempre chegava mais destruído do que o normal em casa. Daquela vez, não foi diferente.

— Meu filho! Pensei que não iria mais voltar!

Diego andava rápido pela casa, para lá e para cá, feito uma barata tonta. Min notou as roupas brancas e as guias que ele estava usando, e franziu as sobrancelhas.

— Tem gira hoje e eu esqueci?

— Claro que tem, Yoongi! Vá se arrumar, rápido!

Meu Deus, ele era um cabeça de vento! Como tinha esquecido disso?! Era tanta coisa, tanta preocupação em sua cabeça, que ele mal lembrava que teria gira de Malandros no terreiro em que ele frequentava.

— Ai, não vou, não. Tô morto.

— Ah, mas você vai, sim! — Diego gritou de outro cômodo — a Mãe de Santo me avisou que a Malandra dela queria falar com você. Ela vai arrancar minha orelha se você não for, hoje!

— Falar comigo? — ele ironizou.

— Com você!

Diego voltou para a sala e jogou as roupas brancas do Min em seu peito, depois, saiu novamente.

O garoto meio que não tinha escolha. Se arrumou o mais rápido que pôde e acompanhou seu pai até o terreiro. Eles sempre chegavam mais cedo para poder ajudar nas funções necessárias, e Yoongi acabava ficando, na maioria das vezes, na cozinha. Por conta disso, não estava presente quando a gira começou, mas não demorou muito para o chamarem para fora.

E ela já estava lá, bem bonita, esperando por ele num canto mais afastado no terreiro. Uma saia branca, camisa listrada branca e vermelha, seu chapéu enfeitado com rosas e baralhos, um cigarro e um copo de whisky. Era tudo que ela precisava.

Min Yoongi se aproximou com certo medo do que estava prestes a ouvir, mas sem hesitar um segundo sequer.

— Boa noite, camarada — ela falou.

O garoto respondeu o cumprimentando, e ela apertou sua mão. A energia tensa estava pairando no ar e chegava a comprimir o peito do rapaz, mas quando as mãos se tocaram, esse peso pareceu sumir instantaneamente.

— Que tanta tristeza é essa, aí? — ela perguntou, e tomou um gole do seu whisky — esse não é o cara que eu conheço…

— Essa semana não foi nada fácil.

— Cê gosta dele, não é?

— Eu…

Essa pergunta pegou o garoto totalmente de surpresa. Ele não imaginou que a conversa chegaria nesse nível tão rápido! Ele mal teve tempo de pensar, mas meio que sabia que ela já tinha a resposta, até se ele mesmo não tivesse.

— Não sei. Eu tô muito confuso…

— Sei que tá com saudade dele, mas eu vou resolver isso. Toma, é todo seu. Está precisando.

Ela estendeu seu cigarro para ele, que estava pela metade. Ele agradeceu e pegou, não gostava de fumar, mas aquele caso era uma exceção.

— O coraçãozinho do outro, lá, está doendo, eu consigo sentir. Ele gosta de você, mas se sente traído.