passos no escuro.

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Era cedo, não passava das 8h30 da manhã de um sábado. Min nem sabia porque estava acordado aquela hora, era um daqueles típicos dias em que a gente acorda cedo com um total de zero motivos. Não vamos fazer nada, não vamos a lugar algum, e não temos compromisso algum. Na real, ele tinha um compromisso, sim, mas como em todas as outras vezes, ele se esqueceu completamente desse detalhe.

— Já está acordado?!

— PORRA!

O garoto deu um salto quase olímpico da cadeira. Seu pai aparecera na porta de seu quarto tal qual um mágico brota subitamente no meio do palco. A diferença é que seu pai não tinha uma bomba de fumaça, só a aparição repentina, mesmo.

O velho começou a rir do próprio filho, adorava as reações dele quando tomava susto, e quando cessou a gargalhada, voltou a falar.

— Vem me ajudar a arrumar as coisas pra gira de hoje. Eu já ia te acordar, mas que bom que me poupou esse trabalho.

Diego olhava para a cara de tonto de Yoongi como quem dissesse, apenas com os olhos: "Eu sei que você esqueceu… de novo".

— Eu tenho mesmo…?

— Tem. Não foi um pedido, foi uma ordem. Vamos.

Diego explicou e fechou a porta do quarto. Já fora do campo de visão do velho, Yoongi suspirou pesado. Ele amava fazer essas coisas e ajudar seu pai a ajeitar as roupas, fazer guias, organizar as velas, materiais para os padês e tudo mais, mas ele esperava conseguir voltar para a cama mais um pouco para aproveitar o sábado da forma mais adequada possível: Dormindo.

Mas não seria possível.

Quando ele ameaçou se levantar para começar os trabalhos, seu celular tocou. Feito um fumante desesperado por nicotina, ele agarrou o aparelho tão rápido que quase escorregou e caiu no chão, como se ele fosse o fumante e o celular fosse um maço de cigarros fechadinho após dias de abstinência. Atrapalhado, tocou na tela duas ou três vezes antes de acertar o botão de atender, então, levou o celular à orelha direita.

— Fala comigo.

— Tu não vai acreditar no que eu acabei de achar.

— Vou, sim. Pode falar.

[...]

Não era um dia tão usual. Finalmente, Jung podia sentir aquela textura entre os dedos dos pés. A textura da areia, a brisa salgada e com cheiro de mar, parecia que ele se encontrava sempre que ia à praia.

E não estava sozinho, dessa vez. Sua mãe e irmã o acompanhavam.

Chegaram bem cedinho para aproveitar ao máximo o sol e a água. Maeli foi a primeira a "abandonar" completamente o barco e se jogar no mar salgado e refrescante. O dia estava muito, muito quente, daquela vez, e quanto mais quente, melhor. Hoseok até gostava de entrar no mar, mas, normalmente, era ele quem tomava conta das coisas na areia, enquanto sua mãe e irmã aproveitavam a água.

— Não vai se molhar mais, filho? — a mais velha voltava para a areia, a baixinha corria logo atrás — Vem para a praia pra ficar lendo livros a viagem toda?

— Você sabe que eu prefiro assim, mãe.

Hoseok era o tipo de pessoa que, ao invés de levar coisas normais de praia para a praia, como óculos de sol, bóias ou até uma bola de vôlei ou de futebol, ele levava livros. Amava a sensação de areia e mar junto de um bom livro do Raphael Montes, e aproveitava disso sempre que podia. Suspense e cheiro de mar eram o casal perfeito.

Não era novidade para ninguém, levando em consideração que ele gastou 80% do seu salário de um mês comprando livros novos pela internet. Ainda se lembrava da cara de bravo do carteiro quando teve que entregar aquela caixa grande e super pesada. Foi apenas um surto de momento adicionado ao fato de que a loja estava com uma promoção relâmpago, ele não faria isso de novo… dadas as circunstâncias.

O Dia em Que o Sol Sumiu • Yoonseok (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora