Enquanto o sol filtrava através das copas das árvores, criando um tapete dourado na clareira, meus olhos foram atraídos por uma campânula azulada, suas pétalas delicadas balançando suavemente com a brisa. Estendi a mão e colhi a flor com cuidado, sentindo a fragilidade de suas pétalas sob meus dedos.
Ao me virar, deparei-me com Rosalie sentada ao meu lado, observando a paisagem com uma expressão serena. Um impulso repentino me fez estender a campânula em sua direção, um sorriso tímido surgindo em meus lábios.
— Para você. — murmurei suavemente. – campânulas.
Rosalie virou o rosto em minha direção, seus olhos cor de mel encontrando os meus. Um momento de surpresa passou por suas feições perfeitas antes que um brilho caloroso iluminasse seus olhos. Ela estendeu a mão e aceitou a campânula, as pontas dos dedos tocando delicadamente as pétalas azuis.
— Obrigada. — Sua voz era gentil, carregando um toque de apreciação.
Um sorriso sereno brincava em seus lábios, revelando uma vulnerabilidade sutil.
Nossos olhares se encontraram por um breve momento, e uma corrente elétrica pareceu passar pelo meu corpo, eu começava a ter uma compreensão silenciosa dessa conexão inexplicável.
Em silêncio, nós duas permanecemos ali, enquanto as flores continuavam a dançar com a brisa fresca.
—Antes de você chegar aqui, você estava caçando? – perguntei, meus dedos brincando distraidamente com as pequenas flores ao meu redor.
— Não. Eu gosto de aproveitar um pouco do sol, mesmo que não possa mais sentir o seu calor. – confessou Rosalie, acariciando a campânula em seus dedos finos e elegantes.
O vento frio fez os fios loiros de seu cabelo balançarem, o que combinado com seu rosto que brilhava como milhares de cristais, a fazia ter a aparência de uma deusa.
— Nada de calor?
Rosalie balançou a cabeça negando. Eu não conseguia imaginar não sentir calor.
— Nem frio. – ela acrescentou, quando ficamos em silêncio por alguns segundos.
— Nada?
Rosalie soltou uma pequena risadinha. Ela se deixou cair sobre a grama silvestre e fechou os olhos. A cascata dourada de seus cabelos se espalhou pelo tapete verde.
— Veja, é como você se sente. Eu não queria ser uma vampira. – Confessou Rosalie, seu peito ainda subia e descia com o movimento da respiração, embora eu soubesse que ela não precisava disso. – me fale sobre as outras flores.
— Oh, foi você quem pediu. Eu sou uma especialista em flores. – falei com um sorriso que não queria sair do meu rosto. Rosalie riu.
— Bem, me impressione então, especialista.
— Bem, deixe-me contar sobre as anêmonas, então. — Minha voz flutuava na clareira enquanto eu me inclinava para colher uma anêmona vermelha. — Elas são como as guardiãs da primavera, emergindo com a promessa do renascimento e da esperança. Parece bobo?
Rosalie abriu os olhos e observava atentamente, seus olhos âmbar refletindo o brilho das pétalas vermelhas que eu segurava com cuidado.
— Nenhum pouco. – ela disse.
— Elas representam proteção e amor duradouro. Dizem que carregam consigo a energia da resiliência, capazes de resistir aos ventos mais ferozes e florescer com beleza mesmo nos tempos mais sombrios. — Meus olhos estavam presos nos de Rosalie, e minha voz era suave enquanto falava.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma semideusa em apuros | Crepúsculo
FanfictionAmélia Jackson não esperava que os deuses fossem tão mesquinhos depois de toda a guerra com Gaia. Talvez tenha sido culpa dela ao insultá-los no meio do Olimpo, mas como qualquer semideus, ela já estava cansada de limpar a bagunça dos deuses. Revela...