A melhor canção de todas

938 156 30
                                    

Olá. Sentiram minha falta?


Não devemos temer nossas paixões,  recordo ter lido em algum lugar. A frase nunca fizera sentido, não até hoje. Não até conhecê-la em sua absoluta vulnerabilidade.

Sob as luzes que atravessavam as paredes de vidro do banheiro, dissipando a escuridão ao nosso redor, encontrei-me admirando Rosalie. Seu cabelo, longo e dourado como ouro, sua pele pálida e perfeita, e seu sorriso caloroso eram surpreendentemente humanos e, ao mesmo tempo, divinos, fazendo meu coração errar uma batida.

As pontas de seus dedos se arrastaram pela minha nuca, enviando uma onda de arrepios pela minha espinha. Um calor inesperado tomou conta de mim, fazendo meu coração acelerar. Inconscientemente, minha mão direita se apertou contra a parede da banheira, enquanto minha respiração se tornava irregular e meu corpo ansiava por mais daquele toque.

O sutil repuxar de seus lábios vermelhos e o olhar travesso em seu rosto revelavam que ela apreciava cada instante. Eu sentia seus olhos devorando cada resposta do meu corpo com uma mistura de deleite e curiosidade.

Quando seus lábios roçaram levemente meu queixo, um arrepio elétrico percorreu minha pele, acendendo cada célula do meu ser. Era como se um fogo líquido corresse por minhas veias, deixando-me ofegante e com o coração acelerado, completamente à mercê de suas carícias.

A poderosa filha de Poseidon, tão irredutível em reverenciar o rei dos deuses ou qualquer outra divindade de qualquer panteão conhecido,  tão somente em alguns segundos se ajoelhou para uma vampira imortal.  Não perdi a ironia de tudo isso.

Estendi a mão, percorrendo delicadamente a linha do maxilar molhado enquanto ela fechava os olhos, se entregando ao meu toque. Inclinei o rosto e sua boca encontrou a minha, nossas línguas enroscaram-se sensualmente, iniciando um beijo profundo e lento.

Uma de suas mãos segurou meu cabelo, enquanto a outra acariciou meu rosto, a pele aquecida pela água quente, deixando respingos e gotas mornas na minha bochecha. A onda de calor e luxúria percorreu minha espinha,  eu queria mais, queria tocá-la, prová-la, explorar cada pedacinho do seu corpo com minha boca, queria estar impossivelmente mais perto de Rosalie.

Como se lesse meus pensamentos, ela abriu o aperto de aço que mantinha sobre mim, então afastei-me ligeiramente e roçei os lábios quentes no seu ombro, no pescoço, os dedos trêmulos dançavam pelo seu braço, roçavam hesitantes o volume dos seus seios. Eu nunca tinha experimentado algo do tipo, mas arrancar pequenos gemidos dela pareceu quase como tocar uma linda melodia na qual você se perde a noite toda.

Minha respiração saiu acelerada quando as mãos de Rose chegaram ao meu queixo e viraram devagar o meu rosto. Com o coração latejando, a encarei. Deuses, ela era tão absurdamente linda, com seus lábios rosados abertos e olhos escuros transbordando de desejo na luz esfumada, que tive vontade de mordê-la, saciar cruamente essa fome por ela.

— Você quer entrar? — ela sussurrou a pergunta.

Meu peito agitou-se à medida que notei que era a única ainda inteiramente vestida, contra o corpo  nu de Rosalie na banheira. Ela começou a beijar a coluna do meu pescoço, enquanto tirava uma longa mecha de cabelo escuro da minha bochecha.

Seus lábios percorreram minha mandíbula,  os dedos em meu queixo aplicando pressão para mover meu rosto de acordo com sua vontade. Inesperadamente, seus dentes poderosos morderam levemente minha bochecha. Um arrepio desceu até os dedos dos meus pés fazendo-os se contorcer.

— Eu não adoraria nada mais que isso.— respondi.

Então, Rosalie se inclinou e cobriu minha boca com um beijo. O beijo de agora era um convite, uma pergunta sem palavras. Continuei a beijá-la mesmo enquanto tentava me livrar das roupas que me cobriam. Rosalie interrompeu o beijo apenas o tempo necessário para puxar a blusa por cima da minha cabeça e me livrar de qualquer tecido  no meu corpo.

Uma semideusa em apuros | Crepúsculo Onde histórias criam vida. Descubra agora