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Coronel 🤬

Eu não tive coragem de dizer pro meu romance que o meu compromisso de hoje é com o tio dela.

A mina tava toda animada falando do que tinha planejado pra aula de hoje, não tive coragem de tira isso dela.

Mas agora que eu tô aqui eu me arrependo.

Eu confiei por um momento no Cobra, vim sozinho, mas ele veio com o Dante.

E o Dante tá me olhando como se eu fosse eu estivesse indo pro abate.

Cobra: Tu sabe que eu nunca gostei de ti, né? Mas ultimamente tu tem de superado.

As vezes fico na dúvida se o cara realmente me odeia ou é obcecado por mim.

Coronel: Tudo seria bem mais fácil se tu entendesse de uma vez que o meu relacionamento com a Maria Luiza não tem nada a ver contigo.

Cobra: Tá, e ir atrás da minha mulher morta, isso também não tem a ver comigo?

Porra, que cara chato.

Falta muito pra morrer de velhice?

Coronel: Sabe porquê eu vim aqui? Eu nunca quis confusão contigo, só embarquei na tua onda. Não tinha nada a perder então não  tinha problema da trela pra um velho maluco.

Cobra: De que porra tu tá falando?

Coronel: Que a Maria Luiza é minha tu querendo ou não, não adianta jogar sujo que não vai adiantar. A prova de que eu gosto pra caralho dela e quero um futuro com filhos e tudo que tenho direito e vir até aqui dizer que não quero problema contigo.

Não vou perder minha mulher por bobeira.

Porra, nunca senti isso por nenhuma outra pessoa e nem me imagino mais sem o meu romance.

Cobra: Tu tava até ontem mexendo nos fantasmas do meu passado e agora tá aqui erguendo bandeira branca? Não fode cara, não mesmo.

Coronel:Tudo que eu faço eu faço por um motivo.

Cobra: Há é, e qual o motivo?

Coronel: Sabe- mudo de assunto - me matar ou matar o meu irmão, não vai trazer teu filho de volta.

Pô, a gente sabe que é isso que ele quer. Olho por olho, dente por dente.

Ou no caso, filho por filho.

E eu sei que o ódio por mim é mais forte porque eu me pareço muito com o meu pai, bem mais que o Felipe.

Cobra: Contasse pra Malu que tu tá aqui?

Coronel: Por quê? Tá pensando o qual complicado vai ser se tu simplesmente me der um tiro agora?

Olho para o Dante que não tá muito longe de mim, notei que ele tá olhando de uma forma estranha pro chefe dele, como se quisesse dar um recado.

Cobra: Cuidei tanto pra ela não se expor a toda essa toxidade, já bastava a mãe.

Coronel: Ela tá muito bem cuidada do meu lado.

Cobra: Eu não vou discutir sobre isso, mas a gente sabe onde ela tava quando a merda aconteceu.

Coronel: Por que tu me chamou aqui?

Cobra: Sabia que os pais dela me procuraram nada satisfeitos com o relacionamento?

Coronel: Tô muito preocupado que a velha racista não gosta de mim.- vou é meter um filho preto na Maria Luiza, isso sim.

Cobra: E pro pai promotor tu liga? Questão de tempo até a Isabel fazer ele fuçar toda sua vida.

Coronel: Maria Luiza sabe dos meus corres, então que se foda.

A única pessoa que ela queria eu me desse nem mesmo é esse velho desgraçado.

Cobra: Eu não te quero perto da minha sobrinha...

A fala me deixou confuso se era um tipo de ameaça ou não, mas então eu senti a queimação no peito e o barulho de uma moto distante se afastando.

Encarei o tio do meu romance enquanto sentia meu peito queimar e a força pra ficar de pé ia se esvaindo.

Um tiro, eu levei a porra de um tiro no peito.

Dante: Caralho!-escuto ele gritar se aproximando.

Eu devia ter trazido alguém junto.

Merda, eu devia ter me despedido melhor da Maria Luiza.

Ela  vai ficar me esperando pro almoço....

Eu nem me lembro de ter caído não chão, mas eu tô aqui.

Coronel: Eu...- porra, isso dói- Não contei pra ela que vim te encontrar - dói pra porra- Tu vai se safar disso.- encaro o Cobra.

Levo uma mão até o bolso pra pegar o celular e a outra eu uso pra tentar estancar o sangue.

Coronel: Eu não vou contar - digo quando consigo pegar o celular- ela não merece isso.

Dante: Porra!- ele passa as mãos pelo cabelo - Tem sangue demais...

Cobra não diz nada enquanto me encara. Abro a conversa com o meu romance e escolho mandar áudio .

"Eu não vou pro almoço, tive uns problemas"

" Eu... Tu sabe disso, eu só nunca disse. Te amo"

Dante: Mas que porra, ele vai morrer.- o cara olha alterado para o chefe. - É aqui que tu toma tua decisão final.

Cobra: Eu não mandei atirar nele - ele olha ao redor desconfiado de tudo- Não mandei fazer isso. Se fosse pra fazer eu mesmo faria.

Dante: A escolha é tua, ou tu deixa ele morrer e a culpa não vai ser tua, ou tu vai por a felicidade da Maria Luzia em primeiro lugar.

Sinto uma vontade absurda de tossir e quando faço isso sinto o gosto de sangue.

Meu celular começa a vibra e eu vejo que é ela.

As mensagens também chegam.

" Não, você não pode falar isso por áudio"
" Me atende agora"
" Kaique"

Não consigo mais manter o celular no meu campo de visão.

É, nada de bebê pretinho pra mim.

Dante: Chefe ?

Cobra: Inferno ! Cara- ele me olha - te odeio pra caralho- ele se abaixa e pressiona o ferimento- mas não vou te deixar morrer.

Acho difícil..

Coronel: Eu... tenho que te contar...- porra, porquê a dor tá diminuindo, isso não é bom, é? - Eu acho que... Só a tua mulher morreu no tiroteio... o teu filho não.

Cobra: O que?  De que merda tu tá falando?- as imagens começam a sumir da minha frente - Vamo coloca ele no carro logo Dante.

Dante: Beleza- fecho os olhos - Espero que saiba que tu tá fazendo o certo.

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