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Maria Luiza👩🏼

Hoje acordei cedo e fui para o meu estágio, trabalhei até as 13:00 e vim almoçar com o meu tio.

Tio Maurício também é meu padrinho de batismo e acho que se eu eu passar uma semana sem ver ele sou capaz de ter um infarto.

Me peguei pensando no Coronel algumas vezes, o que ele queria falar comigo ? Desde que a gente começou a trocar mensagens pelo menos um "oi" ele mandava todo dia.

Mas ontem e hoje não teve nada. O que me fez chegar a conclusão de que como ele já conseguiu o queria, transar comigo, eu agora sou carta fora do baralho.

E eu me recuso a ficar incomodada, tava na cara que era só isso que ele queria. A gente ainda se encontrou mais de uma vez porque propus os encontros. Ou então ele teria transado comigo no primeiro encontro e depois me ignorado.

Maurício: O pessoal do trabalho ficar fazendo festa de aniversário e eu tenho que ir para não parecer um babaca, isso me mata- dou risada.- É sério, odeio todos daquele escritório.

Meu tio ama reclamar de tudo e de todos, ele tem uma vibe bem antissocial.

Malu: Eu gosto do pessoal do meu trabalho.

Maurício: Você é estranha- olho indignada para ele - De um jeito bom, princesa.

Malu: Estranha de um jeito bom, isso não me parece um elogio.

Maurício: Acho melhor mudar de assunto, não tá ficando bom para o meu lado. Como foi seu final de semana.

Malu: Sai com meus amigos.

Maurício:  Aposto tudo que eu tenho que você estava torrando na praia.- dou um sorriso para ele.

Malu: E a culpa é sua, vivia me levando para a praia e eu me apaixonei pelo lugar.

Maurício: Bons tempos... Como vai o estágio?

Tio Maurício sempre pergunta sobre mim, como foi meu dia, o fim de semana, se estou me dando bem no trabalho ...Ele gosta de mostrar que se importa e eu amo muito isso nele.

Malu: Muito bem, as crianças estão aprendendo a escrever seus nomes....

                                         [...]

Jantei com os meus pais, o jantar estava incrível. Sempre está pois a moça que trabalha aqui tem mãos de fada.

Meu pai acabou se afastando para atender uma ligação relacionada ao trabalho. Ele está sempre com algum problema para resolver, eu odiaria ser advogada.

Malu: Tem trufas, você quer uma de sobremesa? - coloco em cima da bancada. Coronel comprou várias para mim.

Isabel: Comprou quando saiu com o seu tio? - ela analisa os sabores.

Malu: Comprei no fim de semana, um garotinho estava vendendo.

Isabel: Vendendo na rua? - concordo - Comprou chocolate de um mendigo, Maria Luiza?

Mais que pensamento foi esse?

Malu: Não, ele não é um mendigo. É só um garoto que vende os doces que a mãe faz.

Isabel: Você não comeu isso, né?

Malu: Mãe, é só um chocolate. Você está falando como se eu tivesse comprado drogas.

Isabel: Meu bem, você compra chocolates de um pedinte e acha que isso foi feita da maneira correta?

Meu Deus! Por que ela é assim?

Malu: Ok, eu como os chocolates sozinha- pego eles- isso não vai ser nenhum problema para mim.

As vezes elas tem uns pensamentos tão malucos que eu fico me perguntando como ela pode ser a mulher que me deu a vida se somos o completo oposto um do outro.

Depois de um tempo o meu pai foi para a sala e assistiu um pouco de televisão comigo. Ele sim comeu o chocolate, ele não está nem aí para a procedência, é uma formiga ambulante .

Depois de tomar banho deitei na cama e fiquei mexendo no celular. Estava passamos pelos status do WhatsApp e acabei parando no do Coronel.

O status é de ontem a noite, mas só estou vendo agora. Ele estava em algum tipo de festa. Parece que estava se divertindo.

Acabei pegando no sono cedo e assim que acordei me arrumei para o trabalho. Sai sem tomar café porquê não estava afim de bater boca de manhã cedo.

Passei a manhã toda na creche e quando deu meu horário vim direto para o restaurante almoçar.

Almoço praticamente todos os dias por aqui, é um restaurante bem simples perto do trabalho. A comida daqui é tão gostosa que da até ansiedade pelo próximo almoço.

Assim que meu almoço foi servido agradeci, estava comendo quietinha no meu canto quando escutei uma voz muito familiar.

Meu olhar foi atraído na direção dele.

Ele tá conversando com a senhora que é dona do lugar.

Me xingo mentalmente porquê ele sente que está sendo observado e vira o rosto na minha direção.

Pega no flagra. Que vergonha Maria Luiza.

Ele me encara e ergue uma sobrancelha, sustento o olhar ele fala alguma coisa para a senhora e vem na minha direção.

Coronel: Eaí, Maria Luzia, passeando?

Maria Luiza: Apenas almoçando, e você?

Coronel: Tô aqui a trabalho - ele puxa a cadeira e senta na minha frente.- Tu saiu lá do morro no domingo bem cedo.

Malu: Falei que ia sair com o Gustavo no domingo.

Coronel: Essa parte eu tô ligado, mas onde foi que tu dormiu? Sumiu do nada no meio do baile.

Malu: Me vigiando?

Coronel: Apenas me mantendo informado. Onde tu dormiu, meu romance?

Malu: Ok, vigiando não, apenas sendo curioso. Não que seja da sua conta, mas dormi na casa do seu irmão.- ele pisca parecendo surpreso.

Coronel: O filho da mãe disse que não sabia onde tu tinha dormido quando eu perguntei pra ele. Que cara babaca.

Malu: Por que tá perguntando de mim por aí? Se quisesse saber tinha o meu número para perguntar qualquer coisa .

Coronel: Sábado tu não parecia muito interessada em falar comigo.

Malu: Você queria falar comigo, mas não teve a capacidade de chegar até mim. Não sou cachorro para correr para o meu dono assim que ele chama.

Coronel: Tu é muito chata.

Malu: E mesmo assim você tá aqui. Vamos ser sincero, você já não conseguiu o que queria?

Coronel: Já, mas a gente só tem certeza que é bom quando repete a dose.

Malu: Desculpa, não vou mais pra cama com caras que não sei o nome. Já te disse que eu não vou voltar a ir para a cama com o Coronel, só com a outra parte dele. Vai te matar me dizer seu nome?

Coronel: Quero outro encontro.

Eu sei o que ele planeja, acha que vou ficar tão na dele e esquecer o lance do nome.

Ah, ele não faz ideia de com que está lidando.

Ou é do meu jeito ou não é.

É bom que ele entenda isso de uma vez.

Malu: Eu topo ir em mais um encontro com você, pode até escolher o local.- ele sorri satisfeito.

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