Capítulo 11

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— Lorena! Lorena!

Merda.

Apresso o passo pelo corredor da escola, enquanto Bryan corre atrás de mim. Eu não tive um ótimo desempenho o evitando por toda manhã na escola para acabar sendo obrigada a lidar com ele justo na hora de ir embora. Tento despistá-lo em meio aos outros alunos e entro pela primeira porta que vejo, que dava para escadas de emergências. Aquela era mesmo uma.

Desato a subir os degraus para o segundo andar, mas é tarde demais.

— Até quando você vai ficar com essa palhaçada? — Bryan faz a porta bater contra a parede, tamanha fúria.

O pavor tomava conta do meu estômago quando ele ficava assim. Embora ele nunca tenha feito nada contra mim, o modo como parecia que estava prestes a tomar uma atitude violenta a qualquer momento me paralisava. Seu respirar pesado e o rubor que subia pelo seu pescoço até a sua face eram como um alerta.

— O que você quer, Bryan? — já estava na metade da escada quando precisei me virar para encará-lo.

— Me fala! Seja sincera pela menos uma vez na sua vida. Você ficou com aquele cara? Você me traiu com ele?

Deixei a repulsa transparecer pelo meu rosto.

— Você é podre.

— Fala logo, Lorena! — se irrita ainda mais.

— É isso mesmo que você acha que eu estava fazendo? É com isso que você mais se preocupa?

— Preciso saber se você é ainda é minha namorada ou eu posso te excluir da porra da minha vida pra sempre.

— Pois fique à vontade pra fazer o que quiser! —cuspo as palavras com raiva.

— Então, é isso? — ele se aproxima. — Você vai me deixar por aquele otário?

— Eu não tô com ele, seu idiota. O Danilo é meu amigo e ele me respeita. Diferente do seu amigo — aponto o indicador para ele, ainda mantendo a distância segura entre nós. — O que ele fez comigo... ele fingiu que era você, ele se aproximou de mim enquanto eu estava dançando e.. ele tentou ficar comigo à força. Você ao menos acredita em mim?

— O Maurício estava bêbado. Vocês dois estavam. Ele disse que te confundiu com outra garota, mas logo que percebeu se afastou.

— Ah, cala a boca!  — eu me sentia incapaz de ouvir aquilo. Honestamente, eu preferia a morte. Não que isso fosse uma grande novidade. — Ele só se afastou porque outra garota viu o que estava acontecendo e jogou bebida nele.

Bryan colocou as mãos na cintura e soltou uma risadinha de deboche.

— Tem certeza que não está confundindo as coisas? Isso foi o que você fez comigo.

— Você também mereceu.

— E eu fiquei lá igual um babaca, todo molhado, vendo outro homem te levar embora — era como se ele nem estivesse me escutando. — E o engraçado é que, da última vez que nós tínhamos ido, eu apanhei do seu primo, porque você estava provocando outros caras. E, agora, quer que eu acredite que você também não possa ter provocado o que quer que tenha acontecido? Eu te pedi pra você me esperar na mesa, e você tava lá, rebolando no meio de um monte de gente, como se fosse solteira. Você gosta disso. Gosta da atenção. Você acha que eu não sei? Você dá moral pra qualquer um, Lorena. Tá sempre se oferecendo.

Sinto meus olhos arderem tanto que não consigo mantê-los abertos. Eu queria poder fazer o mesmo com meus ouvidos. Eu queria poder fazer o mesmo com o meu coração de merda.

Cada SegundoOnde histórias criam vida. Descubra agora