Sábado, 29 de outubro

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(Jimin)

Café. Preciso muito de café. Fiquei na rua até tarde ontem com Jungkook, Hwasa e Namjoon. Não bebi, mas tive dificuldade para dormir. Vou precisar de uma dose enorme de cafeína para iniciar meu dia. O show do Rook é hoje, e eles vão chegar no começo da tarde. Preciso acordar.

Tem algumas pessoas na fila quando chego ao Grounds. Romero me cumprimenta e sorri para mim enquanto recebe o dinheiro de um homem num terno. Jungkook está atrás do balcão, de costas para mim. Parece que ainda não me viu quando recebe o pedido de uma morena na frente da fila. Ela flerta. Ele não. Dou uma risada baixinha. Deus, nunca reparei antes, mas Namjoon estava certo: as garotas se esforçam tanto com ele. Ele me vê e pisca. É sutil. Se eu não estivesse olhando,não teria reparado. Não fui a única que reparou, ao que parece. Tem outra pessoa olhando. A morena joga o cabelo por cima do ombro e me olha de cara feia. E, por um momento, sinto um desejo primitivo surgindo em mim, uma necessidade de reivindicá-lo de alguma forma. Luto contra o desejo sufocante de pular por cima do balcão e beijá-lo sem parar. Mas aí lembro que ele não é meu. A vontade passa, e fico me perguntando o que diabos acabou de acontecer.

Finalmente chega minha vez. Jungkook dá um tapinha no braço de Romero.

— Você pode pegar o café de Jimin, Rome? Grande. Preto. Já volto. — Ele corre na direção da porta do apartamento. — E vou pagar! Não aceite o dinheiro dele — ele grita enquanto abre a porta. Jungkook volta antes de Romero ter colocado a tampa e acena para mim do outro lado do balcão. Então, dá a volta e me entrega um envelope pequeno. Feliz aniversário, Jimin está escrito nele.É uma caligrafia esquisita. Talvez ele devesse ser médico, e não advogado.

— Feliz aniversário, Jimin— diz Jungkook, sorrindo.

— Jungkook! O que está rolando, semana de aniversário? Não precisa disso. Você me levou pra jantar ontem, lembra?

Ele dá de ombros.

— Aquilo foi um presente de todos nós. — Ele dá um sorriso doce. — Esse presente é meu.

Abro. É um vale-presente do Grounds.

— Obrigado. É perfeito. — Eu penso na nossa conversa de algumas semanas antes na floricultura e acrescento: — Isso é chantagem ou suborno?

— Nenhuma das duas coisas. Estou fazendo um seguro.

— Seguro?

— É. São doze copos de café. Doze vindas ao Grounds. Doze chances de ver você. — Ele está com o sorriso fofo de menino. Está barbeado de novo, o que dá um visual irresistivelmente jovem a ele.Eu o abraço, beijo na bochecha e sussurro no ouvido:

— Seguro é bem parecido com suborno. — Em seguida, me afasto para olhar nos olhos dele. — Você não precisa me subornar, sabe? Eu gosto de estar com você. Obrigado

Eu espero o sorriso torto, mas a expressão dele continua doce e sincera.

— De nada. Gosto de estar com você também, Jimin. — Ele indica o balcão atrás dele. — Escute, é melhor eu voltar para o trabalho, mas vejo você à noite. Mal posso esperar pelo show.

— O Rook vai arrebentar. — Dou uma piscadela enquanto recuo em direção à porta. — Prepare-se adequadamente.

Ele ri e faz um cumprimento.

— Pode deixar.

Yoom me manda uma mensagem de texto pouco depois das 14h: Estou aqui!Estamos no local do show.

Eu respondo: Chego em 10 minutos. Pego a bolsa em cima da cama e saio correndo para o carro. Estou procurando a chave nos bolsos enquanto desço correndo os degraus até o estacionamento quando o vejo encostado na porta do meu carro. Corro mais rápido, e o sorriso enorme no rosto dele é contagioso. Ele me pega em um abraço e me gira, com meus pés voando alto acima do chão. Amo os abraços de Yoon.

Raio de Sol (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora