Sexta-feira, 4 de novembro

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(Jimin)

Pego Jungkook na casa dele às 16h15 para irmos até o aeroporto. Ele está lutando para morder a língua; queria que eu estivesse lá às 16h. Nosso voo é às 18h30 e, ao que parece, ele é o tipo de cara que chega ao aeroporto duas horas antes do voo.Isso não me surpreende.

Eu sou mais o tipo de garoto que corre até o portão e entra no avião dois minutos antes do voo.Como não temos malas para despachar, passamos pela segurança e sentamos perto do portão de embarque às 17h15. Eu poderia pegar no pé dele, mas não falo nada. Ele é rigoroso e pontual, e consigo admirar isso nele porque é uma coisa que.não consigo compreender e muito menos ser. Eu deveria elogiá-lo.Comemos uma coisinha porque ele diz que vamos jantar tarde com a mãe dele.Por algum motivo, isso me deixa meio nervoso, não por ela ser advogada e provavelmente rica. Consigo estar com qualquer tipo de pessoa… já conheci todos os tipos de gente. E quer saber? São pessoas… como eu. Essas coisas não me impressionam. O que me deixa nervoso é o tom de voz que Jungkook  usou quando falou sobre os pais na outra noite. Há medo e ressentimento nessa relação. E isso é sempre ruim. Que bom que sou ótimo em me proteger.Depois do nosso lanche, decido ligar para Yoon  para contar aonde estou indo.

Mandei mensagens para ele nos últimos dias, mas ainda não contei sobre a viagem a Chicago. Não sei se vou estar disponível no fim de semana e não quero que ele pense que o estou ignorando. Também não quero ser grosseiro e falar na frente de Jungkook, então pergunto:

— Você se importa se eu fizer uma ligação rápida?

— Claro que não. Não tenha pressa — diz Jungkook.

Yoon atende no segundo toque.

— Funerária Yoon, você mata, a gente esfria.

Não ouvi essa ainda e sou pego desprevenido. Dou uma gargalhada alta, mesmo não querendo.

— Oi, Yoon.

— Raio de Sol, o que está rolando na terra dos dez mil lagos?

— Acho que isso aí está errado, porque não vi nenhum lago em três meses.Estou no aeroporto, cara, indo passar o fim de semana em Chicago. E você, amigo?

— Tenho passagem de som em trinta minutos. Acabei de encarar o que deve entrar para a história como a comida chinesa menos chinesa que já comi. É estranho ter milho, batata doce e vagem na minha sopa de ovo, né?

— É verdade, é meio estranho. E deve ter sido feita com caldo de galinha.Espero que você não tenha caganeira de carne no palco.

Jungkook está tentando ficar na dele, mas não consigo deixar de reparar que sorriu com o último comentário. Ele devia estar lendo o livro da faculdade que tem no colo.

— Fiz a garçonete jurar pelo primogênito dela que foi feito com caldo de legumes.

— Cara, e se ela não tinha filhos? Ou se fosse ateia?

— Hã, não pensei nisso. Posso ter me ferrado. E o que você está indo fazer em Chicago?

— Jungkook me convidou. Ele é de Chicago.

— E isso é uma boa ideia? — Consigo ouvir a repreensão na voz dele.

Respondo com um sim breve e olho para Jungkook. Ele está se mexendo com desconforto na cadeira.

Ele bufa.

— Escute, sei que você é um garoto crescido, mas é meu  garoto e me preocupo com você. Você disse que ele é um cara legal e que só tinha enchido a cara no sábado, mas isso não justifica ele ter passado dos limites. — A voz dele está se elevando.

Raio de Sol (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora