PRÓLOGO.

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NIHAN, irmã gêmea de Orhun, escolheu ser voluntária no continente africano e ia de país à país examinar enfermos, num "hospital" improvisado vivia atendendo constantemente às emergências dos pacientes em Estados mais graves

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NIHAN, irmã gêmea de Orhun, escolheu ser voluntária no continente africano e ia de país à país examinar enfermos, num "hospital" improvisado vivia atendendo constantemente às emergências dos pacientes em Estados mais graves. O espaço não era tão pequeno assim, pois ela havia feito todo o trabalho de contratar pessoas aptas a construir aquele hospital afim de ser alguma esperança para os moradores de vilas próximas; pensou que não seria tão doloroso quando chegasse em Asmara, capital de Eritreia. Lógico que já imaginara a escassez dos habitantes daquela região - porém, nunca viu nada parecido com a realidade que presenciou... e ainda que soubesse do sofrimento e desgraças do qual as pessoas absorviam todo o tipo de traumas e sequelas de uma guerra, um conflito entre o bem e o mal. Foi quando Nihan começou a observar o quanto tudo aquilo parecia uma luta sem fim, seu queixo foi ao chão no segundo mês que desde que chegara.

Bebendo seu copo de água. Sentia-se feliz por matar a sede com o calor que fazia por andar quilômetros até sua hospedagem. Um lugar bem afastado onde a população costuma morar. O sol queimava por sua cabeça e o suor pingava conforme os passos acelerados ficavam fundos, quase sendo uma corrida, a pressa de relaxar assim que chegar em "casa" - era forte pelo cansaço do dia a dia.

Um disparo que ouvira de repente a deixara surda por um instante e logo em seguida outros disparos acelerados de tiros muito próximo da sua temporária casa. Correu, se afastando da rua paralela do lar. Correra novamente para outra rua o mais longe possível, assustador, mais ainda quando sua rua é tranquila e do nada aparecem homens atirando uns nos outros. Se escondeu num local vazio e onde não podia mais escutar os barulhos torturantes. Até que algo parecido com um muro, pequenas construções iniciais de casas de pedras e tijolos, bem... geralmente era usado por pessoas moradores de rua que não tinham um lar, poderia se esconder ali bem mais seguro onde ficava; o problema seria ficar sem suas roupas, travesseiros ou cobertores. Encostou-se sobre a parede discando o número do seu colega no celular:

- Alô? Olá Ozan... eu não queria te atrapalhar agora, mas tenho um problema urgente! - o jovem loiro dos olhos verdes se preocupa com a voz assustada e alarmada de Nihan.

- Ok, ok. Pode me contar! Eu sou seu amigo e estou aqui para te ajudar. Vá em frente, o que está te incomodando?

- Houve tiroteios frente a minha pousada! - ela se desesperou, tentando segurar as lágrimas. - E eu fugi de lá, acho que tô bem longe... Tem como você me pegar e levar-me na sua casa?

- Claro. Não se preocupe, por favor... nem pense em sair dali.

- Sim, muito obrigada! Você salva a minha vida sempre. - sorri ao encerrar a chamada.

Choro. Olhou em volta, seguiu o som até encontrar a dona das fungadas que aumentava pelo desespero. Viu uma cabeleireira castanho-escuro deitada no chão ao virar o corpo naquele destroço. Um garota machucada! Parecia quase desmaiar, então, aproximou-se dela para oferecer ajuda e acalmá-la.

- O que você tem? - tocou os cabelos sujos e bagunçados da jovem. - E por quê está aqui...

A mesma gritou apavorada, arrastara o corpo pra trás na intenção de se proteger. - Calma, não vou te machucar... O meu nome é Nihan e o seu?

- H-Hira. - gagueja chorando muito. - Eu não tenho uma casa.

Só disse isso. Ela não conseguia falar mais. Nihan tentou de todas as formas fazer a menina falar o que havia acontecido para estar com tantos hematomas e cada parte do corpo sangrando. Mas ela não responde, obviamente. Hira continuava em uma crise de choro por mais que a mulher sorridente e atensiosa fosse calma, fazendo-a se distrair da tristeza que inundara o seu ser. Ozan chegou por volta de minutos, uma afobação tomava conta daquele homem pois o medo de sua amada ser morta à tiros lhe dava arrepios só de pensar. Ele foi convencido pela crush a deixar a deixar Hira morar na sua casa por um tempo até Nihan conseguir ir embora para visitar a família na Turquia em breve.

- Vamos examiná-la. - disse Ozan, colocando o corpo magro da garota sobre a cama - então os dois, depois de dar um possível diagnóstico passaram a receita dos remédios. - Nihan, olhe isso! - ela se assustara de certa forma com o tom que ele usou, intrigada com as palavras que sairiam de sua boca.

- Que foi? - deu cinco passos e viu então, seu amigo - quase namorado, apontar para a saia branca incardida e os tornozelos da moça.

Imediatamente os olhos da irmã de Orhun se arregalam quando Ozan começa a subir o vestido cada vez mais, mostrando os machucados pela perna arroxeada, sim, agora era bastante evidente o terror que a jovem turca passara.

- Ela está sem calcinha e todos os hematomas indicam... não há dúvidas de que essa menina é uma vítima de estupro - lágrimas escorrem pelo rosto ao imaginar o pesadelo que Hira sofrera.

- Dá pra saber mais ou menos a quanto tempo... - se interrompeu, Nihan. Era um assunto delicado e ver aquela pobre menina ser arrancada do futuro de sonhos, afinal; ela não seria a mesma depois desse trauma, um fardo emocional já era carregado desde a infância.

- Muito recente. Provavelmente de ontem para hoje.

- Meu Deus! Que inferno esse garota passou.

Indignação era encontrada pelas faces do casal de médicos. Deram remédios que fizeram-a apagar por completo.

***

Alguns dias se passaram desde que Hira fora acolhida. Não conseguia falar, e só conseguiu quando Nihan foi uma irmã mais velha pra ela, cuidando da menina traumatizada.

- Você é turca, como você vive aqui? - indagou a irmã de Nursah.

- Eu... sou escrava. Desde que me conheço por gente. Numa viagem com os meus pais, um acidente os mataram. - faz uma pausa e respira, a falta de ar aumenta aos poucos - As pessoas que me encontraram venderam-me, então fui passada de mão em mão até Cezar me raptar quando fugi das mãos de uma senhora que pagou muito dinheiro por mim.

- Senhor... que vida difícil. Olha, eu vou estar aqui sempre para você, Hira. Vou te levar comigo assim que eu for visitar minha família. Não vou descansar até estar segura.

Ozan abriu a porta do quarto trazendo a refeição em uma bandeja. Ele pergunta fitando os olhos da jovem Hira: - Quantos anos você tem?

- Vinte e dois. Não tenho mais família... sou uma imunda escrava que ninguém quer!

Ela surta.

- Você tem a gente - os dois disseram ao mesmo tempo.

- Somos a sua família, agora. - fala o namorado de Nihan.

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O primeiro capítulo está aí, não vou fazer exatamente como a série mas vai ser bem parecida, apenas algumas coisas vão mudar! Nihan a partir daí descobre como é o sistema de tráfico humano e irá se envolver em encrencas...

Esaret - (Cativeiro) - 01.Onde histórias criam vida. Descubra agora