CAPÍTULO 14 - Esperança.

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PRENDENDO a respiração por alguns segundos, Nursah ficou em um completo silêncio após estacionar o carro - um Jipe luxuoso na rua do endereço que Ayla havia enviado - a casa de Bikem

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PRENDENDO a respiração por alguns segundos, Nursah ficou em um completo silêncio após estacionar o carro - um Jipe luxuoso na rua do endereço que Ayla havia enviado - a casa de Bikem. Por um lado, ela queria chorar. E o outro sua vontade era de gritar de tanta raiva que sentia de si mesma. Por quê foi tão idiota para continuar mentindo? Por quê não disse logo que aquilo no hospital era apenas uma brincadeira. A resposta é uma só. Medo. O medo e a vergonha que a Demirhanli sentira ao pensar que o rapaz ia odiar-la quando soubesse que ela o tinha atropelado e que na verdade não era sua namorada como o haviam dito. Assim que tirou a chave da ignição, Nursah guardou a mesma dentro da bolsa e se dirigindo para dentro do condomínio; que era dividido entre casas e prédios, (sim, tudo em um só condomínio). Ayla a avisou que preferiu que ela e Bikem tivessem alguma aproximação e por isso disse que não queria a acompanhar até a casa do jovem.

Praguejou um palavrão enquanto xingava em pensamento a irmã de Kenan. Como ela estava tão tranquila para abandonar Nursah numa situação dessas!? A loira não tinha ideia de como iniciar uma conversa com ele, muito menos sobre falar do relacionamento dos dois. Ela estava em apuros! Precisava ser salva. Entristeceu-se só de imaginar e pensar como Bikem iria sair machucado nessa teia de mentiras, afinal, ela não era a única a mentir. Ayla acabou envolvida mesmo não concordando no início, mas o que podia fazer? Queria ajudar Nursah a se ver livre do julgamento da família dele em relação ao atropelamento.

Anunciou seu nome na portaria e disse que Bikem a liberaria para entregar no apartamento.

Ele falou com sua mais nova melhor amiga, e a mesma dissera que Bikem deveria ao menos tentar conhecer as pessoas a sua volta novamente, literalmente a começar do zero. Acabou aceitando. Mas ainda se sentia bastante inseguro, não deixou de pensar positivo neste momento difícil e repleto de confusão. Não se lembrar de sua família e de pessoas mais próximas era desgastante, pois a sua mente era pressionada o tempo todo para que qualquer mínima lembrança ou fragmentos de momentos aleatórios surgisse, não só ele mesmo colocava essa pressão em cima de si; também seus pais lhe mandavam mensagens tentando fazer com que Bikem se lembrasse de alguma coisa, mas era sempre o mesmo... nada vinha na mente. Era como se ela estivesse completamente vazia. De certa forma estava, sem nenhuma lembrança e apenas a certeza de ter Ayla na sua vida.

Respirou fundo.

Esboça um sorriso meio forçado, ele tentaria pelo menos ser educado.

Nursah sente o coração a quase sair pela boca quando o morador do 220 do BLOCO A atende a porta. Realmente, ela não sabia o que fazer. Se o cumprimentava com um aperto de mão ou sem dizer nada, movimento a cabeça para dizer "Olá". Igualmente - ele sentia-se do mesmo jeito. Imagina só você entrar na casa de um desconhecido porque você finge que é a namorada do cara e se aproveita da situação já que ele está sem memória? Então, tenta pensar um pouquinho como deve ser mais estranho ainda não reconhecer as pessoas e ter de viver tudo com elas de novo, mas para você, está vivendo pela primeira vez. Criando memórias com essas pessoas. Deve ser constrangedor...

Esaret - (Cativeiro) - 01.Onde histórias criam vida. Descubra agora