Ali seria enterrada a única mulher que Hira havia feito amizade, por longos três meses enquanto Nihan era voluntária na Eritreia. Com o coração partido por ter sido a assassina da pessoa que iria libertá-la do tráfico. Ficou trancada no quarto durante a cerimônia toda a pedido de Orhun.
OS raios de sol invadiram o quarto de Hira, mesmo deixando a cortina fechada, podia sentir os raios ultravioletas lhes cegarem as vistas. Checando as horas no relógio fixado à parede ficara imensamente aliviada por ser 06h30 da manhã. Botou o uniforme, foi à cozinha preparar o café de Orhun Bey Demirhanli e bateu na porta do escritório.
- Trouxe o seu café expresso romano, senhor.
- Entre! - disse ele, em voz alta. - ESTÁ DELICIOSO - bebericou o café e comenta num sorriso satisfeito, desmanchando. Fechando a cara para a menina morena. - AGORA, VÁ PEGAR OS PRODUTOS DE LIMPEZA NA LAVANDERIA, ARRUME O MEU QUARTO.
Ordenou. A acompanhou, analisando se a garota sabia fazer tudo aquilo e no instante que chegaram no quarto dele, ela fala, totalmente abatida:
- Mas está tudo limpo...
Olhou ao redor. Então, querendo dar pelo menos um motivo para que a mesma limpasse, saiu do quarto -, já prevendo que Hira o seguiria atravessando o ateliê de arte da sua mãe, pegou as latas pesadas de tinta e jogou no piso e teto do seu quarto.
- Agora tá sujo. Quero ver tudo brilhando!
Baixara a cabeça, chorando. Pelo visto, chorar fazia parte da rotina até dar seu último suspiro.
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Afife se encontrava em seu quarto. Chorando pela morte da filha. Batidas na porta a fizera engolir o choro.
- Zagreb, o que está fazendo aqui?
- Seus remédios, senhora. - disse com a bandeja na mão e o copo de água - Precisamos terminar aquela nossa conversa.
Ela assentiu.
Dona Afife já estava suspeitando da nova empregada, o que a mais intrigava era o filho ficar a sós com a jovem e viverem de segredinhos por aí. Imaginava que Hira estava tendo um caso com Orhun. Mas ainda não era certeza, sabia que seu filho escondia algo e iria descobrir mais cedo ou mais tarde...
- Fique de olho na Hira. Tudo o que ela faz, e se estiver com meu filho melhor ainda, vai segui-los e escutar todas as suas conversas - a idosa fez uma pausa. - Também a mantenha ocupada das tarefas de casa para que ele não fique com ela sozinho, essa parte eu estarei o interrogando nas próximas semanas.
- Sim, Afife. Pode deixar comigo.
(...)
Durante a cerimônia do velório, Orhun abraçava Nursah com todo carinho, seus olhos quanto os dela estavam vermelhos e o nariz também, pelo choro de saudade de Nihan, a mulher mais alegre, forte, e independente que já conhecera. Ela não vai voltar por culpa de Hira. Ao pensar nela, a imagem do seu corpo semi-nu o faz imaginar como seria beijar aquela boca... aquele corpo gostoso... ESPERA, ORHUN DEMIRHANLI! Brigou com a sua consciência. NÃO PODE DEIXAR UMA MULHER ATRAENTE TE DOMINAR POR SUA INÚTIL ESTÉTICA. Tem que se concentrar em apenas uma coisa: arruinar a vida da assassina. Jamais iria a perdoar por tirar a sua outra metade, sua irmã gêmea, a quem amava tanto que daria sua vida sem graça no lugar dela.
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Esaret - (Cativeiro) - 01.
RomanceOrhun é um empresário de sucesso que foi criado em uma família rica, mas sem amor, junto com sua irmã gêmea Nihan, a irmã mais nova Nursah e sua mãe fria e distante, Afife. Há algum tempo, Nihan partiu para fazer trabalho voluntário como médica na E...