Heather, minha filha, fecha essa boca! Está parecendo um peixe fora d'água e o gatinho na sua frente deve achar que você é retardada! Haja como a pessoa educada que você não é!
– Nada. – balbuciei e então pigarreei para dar estabilidade a minha voz. – Eu não disse nada.
O carinha me encarou por mais alguns torturantes segundos e ergueu as sobrancelhas.
– Mas você está bem?
Não. Eu não estou bem e a culpa é sua! Porque você tinha que ser tão... tão... Esteticamente perfeito! Argh!
– Claro. – respondi, minha voz soava perfeitamente plana...
...mas ele não pareceu acreditar nadinha e o motivo era óbvio: Com aquela maquiagem eu estava parecendo a noiva cadáver.
– Então... está aqui à visita?
– Não. – neguei. – Sou Heather Sharpe. A nova moradora do apartamento dezoito.
Isso, Heather. Até aqui está tudo bem. Continue assim.
– Ah, então seremos vizinhos. – estendeu a mão para mim. – Sou Justin Hunter. Moro no apartamento dezenove. – apertei sua mão. – Caso precise de algo, tenho certeza de que minha mãe irá adorar atendê-la. Ela estava louca para saber quem seriam os novos vizinhos.
Pisquei.
Quer dizer que as pessoas achavam que eu iria morar com meus... hã... doadores de DNA, vulgo pai e mãe?
– Claro. – eu não tinha a mínima inclinação a seguir seu conselho.
Sou uma garota que não se apega. O que só faz com que me apaixonar à primeira vista por garotos lindos de morrer seja um fato recorrente no meu cotidiano. Tenho certeza de que esse súbito amorzinho por Justin será uma coisa passageira... ou não.
– Preciso ir agora. Seja bem-vinda, Heather. – ele disse com um sorriso que para mim, foi tão maravilhoso quanto o sol atravessando as nuvens e passou a descer as escadas rapidamente.
Acenei debilmente em sua direção, embora ele já não pudesse me ver e fui em direção ao meu apartamento, arrastando minha mala de rodinhas cor-de-rosa atrás de mim e segurando meus saltos.
Parei em frente a porta pensando em quanto toda aquela situação era absurda.
– Heather, sua idiota! – murmurei para mim mesma e encostei a cabeça na porta. – Você acabou de chegar e sua estadia tinha tudo para ser boa em Londres, porque você tinha que se apaixonar pelo primeiro garoto a falar com você? Idiota, idiota, idiota. – batia a cabeça na porta a cada vez que me xingava, para ver, ser lá, se talvez algum neurônio volta a funcionar.
– Bem, isso não é uma coisa que se vê todo dia. – alguém falou com o tom obviamente zombeteiro e olhei para ver de quem se tratava e depois olhei em direção as escadas por onde Justin havia ido e de volta.
Qual é o problema desse lugar? Só tem caras gatos?
O cara em questão, tinha cabelos rebeldes e pretos, porte atlético, pele um pouco morena e olhos de um incrível tom de verde.
O fato de ele estar vestido totalmente de preto chamou ainda mais minha atenção para o quanto ele parecia sexy, mas eu não senti a mesma inquietação no peito que senti por Justin ao olhar para ele, e pelo sorriso sarcástico em seu rosto, eu poderia jurar que ele estava zombando de mim. Também, pudera, não é todo dia que você vê uma garota se xingando enquanto bate a cabeça na porta. Isso somado a minha aparência, me garantiria uma passagem só de ida para o manicômio.
Tirei meu olhar dele e foquei minha atenção a plaquinha prateada acima da sua porta.
Apartamento dezenove.
Ah, droga, então a beleza era de família.
Posso morrer agora?
***
Oie! Cheguei mais cedo do que prometi, não é mesmo? Bem, já sabem, né? Se gostou, vote e comente, para ajudar na divulgação. É muito importante para mim e eu adoraria saber a opinião de vocês. Beijos.
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Loucamente Apaixonada [Completo]
HumorHeather sempre teve tudo que o dinheiro poderia comprar: Bolsas, sapatos e roupas de grife. Mas nunca teve o amor dos pais, que preferiam passar seu tempo em algum lugar do Atlântico do que com a filha. Disposta a começar uma nova vida, ela se muda...