Palavrinhas Mágicas - Part.2

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Eu estava jantando com Amélia quando Samuel e seu avô chegaram. Ela tinha dito que o horário deles era sempre imprevisível e que havia a possibilidade de eles demorarem muito para chegar, então deveríamos começar sem eles. Eu tinha contado a ela numa versão resumida toda a minha vida e o que tinha acontecido desde que conheci seu neto, principalmente a parte dos cartões. Sim, eu estava falando pelos cotovelos, mas ela também tinha ficado indignada com tudo aquilo e começado a falar sobre como todos os homens da família eram complicados. Ela e o marido já se conheciam a dois anos -- ela era funcionária da empresa -- quando ele finalmente reuniu coragem para convidá-la para sair. Eu nunca poderia ter imaginado algo assim julgando pela personalidade extrovertida de Oliver.

Enfim, os homens da casa chegaram, mas só o avô de Sammy, depois de um tempo, se juntou a nós e a essa altura já tínhamos terminado o jantar e estávamos apenas conversando.

-- E então, sobre o que essas duas beldades tanto conversam? -- perguntou Oliver sorrindo.

-- Sobre o traço genético que dita que todos os homens dessa família devem ser idiotas e complicados quando se trata de romance -- disse Amélia.

Ele assentiu, sem se ofender nem um pouco.

-- Devemos lembrar que na família até hoje ninguém quebrou o recorde do nosso filho -- ele viu minha cara de interrogação e começou a explicar: -- Olavo conheceu Charlote quando começou a frequentar o restaurante dos pais dela. O problema é que nessa época ele namorava uma estilista.

-- Muito bonita -- falou Amélia. --, mas insuportável. Quanto mais tempo se passava, mais ela se tornava pegajosa e ciumenta. Então, na bela noite em que meu filho conheceu sua esposa, foi amor a primeira vista. Mas o idiota não sabia o que fazer para se livrar da namorada sem "machucá-la e passaram-se semanas antes que conseguisse terminar o namoro. Mas, em vez de Olavo ir atrás do amor de sua vida, ele decidiu que seria mais respeitoso deixar o morto esfriar no caixão antes de tentar iniciar outro relacionamento, embora eu acredite que ele só não sabia o que fazer e estava desesperado por dentro. Ficar solteiro fez com que a estilista continuasse o rondando por um bom tempo, mas ele se manteve firme e não quis mais nada com ela, felizmente.

-- E então ele foi atrás da Charlote, certo? -- perguntei, não deixando de me divertir com o modo como eles estavam contando tudo aquilo.

-- Ah, sim, mas como ela já tinha percebido com que tipo de companhia ele costumava se relacionar, não quis nada com ele durante meses -- continuou Oliver. -- Mas além do traço genético mencionado anteriormente, temos dois outros que o ajudaram muito: Insistência e paciência. Ele teve que trabalhar muito, mas enfim conseguiu conquistá-la.

-- Resumindo: quem tem que ter paciência somos nós, mulheres da família -- retrucou a avó de Sammy. -- Só Deus sabe o quanto eu precisei dela para te esperar por dois anos, principalmente quando já era óbvio que você estava caidinho por mim.

***

Deixei os donos da casa conversando e subi decidida até o segundo andar. Precisava falar com Samuel por motivos óbvios, mas tinha que ter cuidado para não dar uma de manteiga derretida, por isso fiz minha melhor cara de séria e entrei em seu quarto sem bater, como sempre faço. Mas ele não estava lá e não havia qualquer barulho que denunciasse que ele estava tomando banho, então saí e fui em direção ao "meu", pois era provável que ele estivesse me esperando.

Tenho certeza de que minha cara de séria foi para o espaço assim que abri a porta e me deparei com ele, sentado na minha cama e olhando para minhas anotações. Samuel estava vestido de um jeito que nunca vi: Calça e camisa social e uma gravata frouxa pendendo do pescoço, combinando de forma sexy com o cabelo bagunçado.

Ele olhou para mim, ainda empacada na porta e inclinou a cabeça de lado, abrindo um pequeno sorriso torto. Desviei o olhar e acabei percebendo uma rosa cor-de-rosa sobre o criado-mudo. Ele obviamente a tinha colocado ali. Que fofo...

-- Você já está corando e eu ainda não disse nada -- falou, mas ao contrário de sua expressão, seu tom não demonstrava tanta segurança e isso teve um efeito positivamente reverso em mim.

Olhei novamente para ele.

-- Porque não me disse nada antes? -- perguntei e cuidadosamente fechei a porta.

-- Preciso mesmo listar os motivos? -- ele levantou da cama ficando de frente para mim, mas sem se aproximar e me esperou assentir. -- Lembra do dia em que Gavin chegou no complexo e eu te deixei conversando com a minha mãe? -- Tradução: ele me "sequestrou" do meu próprio apartamento e me largou na cozinha da mãe dele. -- Ele decidiu ter uma conversa séria comigo e explicar que não importava o quanto eu tentasse me aproximar de você, porque em algum momento você iria embora. Que você era do tipo de garota que nunca tem um relacionamento que dure muito. Que se divertia sempre e depois se mandava. E era óbvio que você estava sentindo alguma coisa por Justin. Mas depois teve a conversa que você teve com Wendy...

-- Então você ouviu mesmo -- resmunguei baixinho.

-- Sim. E mesmo que tenha ficado aliviado por saber que você não queria mais nada com meu irmão, eu não gostei de te ouvir praticamente confirmando tudo que o seu primo tinha dito. Eu estava me apaixonando por você e não era nada bom saber que você não conseguia amar ninguém.

-- Mas você me disse no aeroporto que não queria que eu me apaixonasse por você! -- exclamei nervosa.

-- E eu realmente não quero -- disse calmamente caminhando até mim. Parou bem perto e eu tive que erguer um pouco a cabeça para olhá-lo nos olhos. -- Não se for como das outras vezes que você se apaixonou por alguém. Eu não quero te perder, Little Witch. Não quero que me deixe para trás como faz com todas as pessoas que entram na sua vida. Eu quero que você me ame, como eu te amo, assim você nunca iria embora -- suavisou ainda mais sua voz. -- Seria pedir demais?

Respirei fundo ao ouvi-lo dizer aquilo em voz alta. Saber de algo é uma coisa, mas ter a confirmação dita em alto e bom som, é outra completamente diferente. Ele disse as três palavrinhas mágicas que podem fazer qualquer garota pirar. As palavras que tantas outras pessoas dizem da boca para fora. Palavras que ninguém nunca me disse com tanta sinceridade.

-- É claro que não seria -- suspirei e cruzei a pouca distância que nos separava, então peguei a gravata dele e o puxei para mim, ficando com os lábios bem próximos aos dele quando disse: -- Eu te amo, seu bobo.

E diferente de antes, dessa vez quem começou o beijo fui eu.

☆☆☆

A eletricidade voltou! Viva!!!
Eu estava esperando MUITO por essa parte. Amei ela e espero que tenham gostado também.

Estou demorando a postar porque como está no final tenho que ter um cuidado especial com o que escrevo, mas fiquem frias, os capítulos vão continuar saindo ;)

Gente, por sugestão de uma leitora, vou trocar o nome de Sob O Mesmo Teto, já que tem umas histórias famosas aqui no Wattpad com esse nome e pensei em 'Amizade (Im)perfeita'. Acho que combina bastante com a Milly e o Gui. Lembrando: o enredo ainda é o mesmo.

Bem, acho que amanhã tem capítulo da Achyle lá em Adoro Odiar Você. Estão com saudades dela? O que acharam desse capítulo?

Um Beijo, amores e caso tenham gostado, deem uma estrelinha, sim?

Loucamente Apaixonada [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora