Mesmo que as aulas fossem começar no dia seguinte, mesmo que todos ainda estivessem bastante empolgados com nossa chegada e nosso namoro, mesmo que Gabriely e Wendy tivessem tentado convencer Samuel do contrário, dizendo que ele já tinha me monopolizado por tempo demais e agora era a vez delas, ele simplesmente alegou seus direitos como namorado, me pés dentro do carro e começou a dirigir para longe do Complexo de Apartamentos Hunter. Claro que eu já estava empolgada, mas fiquei ainda mais animada quando chegamos.
-- Aqui estamos nós outra vez -- falei baixinho abrindo um sorriso.
Sammy se sentou na toalha estendida na grama e indicou que eu sentasse entre as pernas dele. Sentei de lado, para poder olhar para ele sem ter que ficar olhando por cima do ombro o tempo todo e me recostei ao seu peito.
Studley Royal. Era óbvio que aquele já tinha se tornado o "nosso lugar".
-- E então, espertinho, o que vocês tem escondido de mim?
Sammy abriu um meio sorriso.
-- Você percebeu -- não era uma pergunta.
-- Não tente se fazer de inocente, mocinho. Aposto que você me fez perceber de propósito, só para me fazer ficar curiosa.
Seu sorriso ficou completo, então tive certeza de que estava certa.
-- Quer saber sobre o que mais Henry e eu conversamos? -- perguntou.
-- Tá brincando? Eu venho te perguntando isso a semanas! O que tem a ver com ter me trazido aqui?
Ele inclinou a cabeça de lado um pouquinho, como sempre fazia e me estudou por um momento. Segurou minha mão esquerda e virou a palma para cima, então começou a traçar suavemente as linhas.
-- Tudo -- disse ele. -- E mais um pouco.
-- É impressão minha ou você está nervoso? -- provoquei, mas essa era realmente a impressão que eu tinha.
Samuel parecia estar hesitando e isso era raro. Raro mesmo. Ele assentiu devagar e eu queria ter uma câmera para registrar esse momento para sempre. Se bem que era capaz de eu estragá-lo se fizesse isso, por esse motivo fiquei quietinha no meu canto.
-- Eu tenho um presente. Você não precisa aceitá-lo agora. Não há necessidade de se comprometer a nada, a não ser que você queira.
Resisti a vontade de provocá-lo novamente, dizendo que ele estava enrolando e me concentrei no que ele tinha dito. E arregalei os olhos quando compreendi do que ele estava falando.
-- Uh, Sammy...
-- Feche os olhos, Little Witch.
Não mesmo!
-- Talvez eu esteja com um pouquinho de medo de fazer isso, talvez eu não esteja pronta para o que eu acho que você vai me dar, então que tal mudarmos um pouquinho de assunto e você me explicar porque me chama assim?
Ele apertou minha mão um pouquinho, a confiança voltando.
-- Você me enfeitiçou desde o primeiro momento -- ele disse sério.
-- Está tirando uma com a minha cara -- declarei.
-- Estou -- admitiu sem culpa, o brilho da diversão dançando em seus olhos. -- Parecia apropriado. O cabelo vermelho. O gênio explosivo. A personalidade facilmente irritível...
-- E não menos importante, o fato de que eu estava com a aparência de quem tinha acabado de sair de um filme de terror de segunda categoria -- mencionei.
Ele não negou.
-- Mas não se preocupe, você ainda estava bonita. E acabou virando um apelido carinhoso.
-- Aham.
-- É sério -- fico me perguntando se o sorriso dele sempre teria essa capacidade de me desarmar inteira.
Suspirei.
-- Estou pronta para fechar os olhos agora -- falei e fiz.
Poucos segundos depois senti Sammy colocar um pequeno e macio objeto em minha mãos. Fechou meus dedos em volta dele e beijou o topo da minha cabeça.
-- Pode abrir.
Respirei fundo e abri os olhos, direcionando-os para a caixinha de veludo em minha mão. Olhei para Sammy por um momento. Seus lábios estavam apertados numa linha fina, mas o brilho em seus olhos persistia, me dizendo que ele estava ansioso a espera da minha reação.
Abri a caixinha.
O anel preteado era cravejado de pedrinhas brancas e carregava uma pequena pedra verde no centro. Não era extravagante, era lindo. E estava transpassado em uma delicada corrente de prata. Samuel pegou a correntinha e o ergueu de frente ao meu rosto.
-- Prometi ao seu pai que ia pôr um anel no seu dedo assim que me formasse -- disse ele baixinho. -- então podemos chamar isso de pré-pedido de casamento.
Levei uma mão ao peito, quase sem palavras.
-- Eu realmente não sei o que dizer -- falei.
-- Basta um sim ou não. Ou pode simplesmente não responder agora. Eu já disse que sou um homem paciente, Heather. Sempre vou esperar por você. Não quero te apressar nem nada, só quero provar que você é a única que eu quero daqui para frente. Quando eu disse que queria construir um futuro com você, não estava brincando.
O mundo virou um borrão quando meus olhos lacrimejaram e assim que pisquei, lágrimas quentes desceram pelo meu rosto. Toquei o anel, sorrindo e notei que todo receio que eu tinha sentido antes tinha simplesmente desaparecido assim que sussurrei:
-- Sim. É claro que sim, seu bobo.
Seu sorriso era como o sol aparecendo entre as nuvens num dia nublado. Lindo, carregado de esperança e portador de uma felicidade contagiante.
Samuel abriu o fecho do colar e afastou meus cabelos para o lado, então o prendeu. O anel descansou em meu peito, sobre as batidas do meu coração.
-- Obrigado -- ele disse, tocando meu rosto e enxugando as lágrimas e parecia que eu tinha lhe dado o maior presente que ele podia receber, não o contrário.
Segurei sua nuca e puxei-o para mim, dando início a um beijo carinhoso e suave, tentando lhe transmitir tudo que eu estava sentindo. Aquele não era um pedido de casamento ainda, somos muito jovens e eu ainda não passo de uma menina imatura que estava aprendendo a crescer, mas era um passo a mais no longo caminho que trilharíamos juntos. Com Samuel tudo parecia certo. Tê-lo ao meu lado me fazia ansiar pelo futuro e não temê-lo.
Ainda não sei o que fiz para merecê-lo em minha vida, mas sei que faria de tudo para fazê-lo feliz assim como ele me faz. Samuel me ensinou a ver tudo de um jeito novo. A viver.
Ele era meu melhor amigo. Meu amor. Meu vício. Meu maior presente. Meu Sammy.
E mesmo após tantas decepções e descobertas que trouxeram tanta tristeza, naquele momento, percebi, eu era a garota mais feliz do mundo.
☆☆☆
E é com felicidade e saldade que eu encerro esse primeiro livro ❤.
Tenho muito o que agradecer a todos vocês que chegaram aqui, mas vou fazer isso direitinho nos agradecimentos depois ;)
Decidi não postar o epílogo já que vou escrever o livro 2 e não quero estragar surpresa nenhuma.
E então, amores, gostaram do final do livro? Tem perguntas? Curiosidades? Falem aí nos comentários!
E você, leitor fantasma que nunca apareceu por aqui, sei que você gosta da história, caso contrário não teria chegado até o fim, então que tal deixar seu votinho?
Não excluam o livro da biblioteca. Vou avisar aqui e no livro da Achyle quando começar a postar o livro 2. Também vou avisar no meu perfil, então quem quiser me segue aí.
Um beijo, meus anjos e mais uma vez, obrigada. Vocês são muito importantes pra mim.
♡Cynthia R.♡
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Loucamente Apaixonada [Completo]
HumorHeather sempre teve tudo que o dinheiro poderia comprar: Bolsas, sapatos e roupas de grife. Mas nunca teve o amor dos pais, que preferiam passar seu tempo em algum lugar do Atlântico do que com a filha. Disposta a começar uma nova vida, ela se muda...