Manjiro se vê sozinho em meio a seus amigos. Ele não costumava pensar nessas coisas antes, mas agora, vendo seus amigos namorando e se descobrindo, o fazia pensar bastante em que tipo de pessoa ele estava se tornando.
O que ele quer fazer da vida...
Abro meus olhos, vendo uma pequena luminária e um teto branco. Levanto devagar, sentindo a dor se espalhar por todo meu corpo, olho para meus braços e vejo um monte de fios grudados na minha pele. Puxo tudo de uma vez só, fazendo as máquinas fazerem barulhos altos e irritantes, logo após um monte de gente entra correndo ali, como se alguém estivesse morrendo.
Sinto um cascudo na minha cabeça antes de ken-chin me abraçar apertado e iniciar uns dos maiores esporros que eu já ouvi na vida. E eu já escutei muitos.
— Seu imbecil do caralho, eu nunca mais vou deixar você sair sozinho, tá me ouvindo? — Ele fala nervoso, me apertando contra seu corpo. — Vou colar em você que nem carrapato, e você não vai poder reclamar!
Solto um riso, sentindo seu corpo tenso relaxar. Mas ele não me solta, as outras pessoas continuam falando, uma enfermeira entra com uma bandeja de comida. Ela põe no cantinho da cama, já que eu estou no colo de ken-chin neste momento.
Assim que ela entra, todos ficaram em silêncio, mas foi só ela sair que voltou o barulho.
Eu nem sei se podia entrar tanta gente assim em um só quarto. Mas aqui estão todos eles, espremidos e aparentemente com ódio.
— Gente... — Suspiro, todos se calam apesar de contrariados. — Eu sinto muito, mas ele estava com Emma.
Escuto o choro baixo de minha irmã, estico minha mão e a puxo para um abraço, não quero que Emma se culpe.
— Não chora... — Murmuro fazendo carinho em seus cabelos, espero ela terminar de chorar para a soltar. — E além disso era a oportunidade perfeita, agora temos todas as provas para colocar ele na cadeia.
— Você não... — Sanzu se irrita, me deixando surpreso. Geralmente ele me trata por "meu rei". — Você não tinha o direito, Mikey! Você já fez demais pela polícia, sacrificou sua vida, suas amizades, seu amor para conseguir por Kisaki na cadeia. — Ele chora, os cabelos rosas estavam totalmente bagunçados. — Eles não tinham o direito de pedir para que fizesse isso, e você não tinha o direito de aceitar isso! Havia outros meios de salvar Emma sem que você fosse sacrificado porra!
Engulo o choro, mordendo meu lábio inferior. Sanzu se aproxima da cama do hospital, o rosto inchado e as olheiras fundas embaixo dos olhos.
Percebo que todos estão assim, sei que eles não descansaram até me encontrar e me sinto culpado, eu sempre acabo dando trabalho para todos eles.
— Você é importante para todos nós, você salvou a todos nós! Você não é substituível, você não é um monstro e você não está sozinho seu idiota do caralho! — Todos estavam chocados pelas falas de Sanzu, mas eu sei que ele só estava desabafando os anos de preocupação comigo. — Para de se jogar no perigo como se tudo bem você acabar morto! Para de tentar abraçar o mundo e esquecer de si próprio! Só para...
Ele cai no chão, as mãos em frente ao rosto tentando limpar as lágrimas que não param de cair.
Sinto as minhas próprias descerem por minhas bochechas, meu corpo vai tremendo enquanto os soluços escapam de minha garganta. Ken-chin me abraça, tentando me confortar.
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