Capítulo 13: Tatuagem

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Muitas coisas aconteceram no "exterior". Thomas desistiu da sua vida social, entregando-se totalmente á solidão. O seu quarto tornara-se o seu refúgio, o seu escape da realidade, o único sítio onde ele se sentia seguro. Um certo dia, a tatuagem de Thomas por algum motivo começou a sangrar. Ele não sabia o motivo porque a tatuagem lhe doía tanto mas desconfiava que fosse por causa de Newt, para ele era como se fosse uma espécie de sinal ou assim.

Teresa tinha ido visitar Thomas, e claro ao vê-lo novamente a ter uma recaída emocional ela veio com a "mesma conversa".

- Tens de o esquecer Thomas...

- Não posso... Não quero.

- Já passou quase um ano desde que ele desapareceu, está na hora de o deixares ir. - dizia Teresa.

- Olha para isto - disse Thomas, apontando para a tatuagem no seu pulso - enquanto esta tatuagem existir eu não irei desistir... Foi a nossa promessa.

- Ugh, estou a ver que isso ainda não melhorou... Olha, eu sei que já te disso isto umas mil vezes, mas eu tenho de continuar a insistir... Thomas, esta coisa toda do Newt está a acabar contigo, e eu estou preocupada pela tua saúde... Desde o dia em que ele desapareceu que pouco comes, já nem vais á escola nem nada...

- Não consigo Teresa. Choro todas as noites e penso onde ele estará... Penso se ele olha para a nossa tatuagem e pensa no quanto me ama.

- Mas Thomas, não estás a pensar em todas as hipóteses...

- Ele não está morto Teresa! Eu sinto... - uma lagrima escorreu pelo rosto de Thomas.

- Desculpa. Por favor não chores... Não aguento ver-te a chorar...

- Quero ficar sozinho.

...

Teresa saiu do quarto enquanto Thomas apenas deixava as lagrimas caírem cheias de fúria.

"Eu sei o que te prometi Newt... Mas já não aguento mais... Esta dor consome-me todos os dias, já nem sei quem sou... Preciso de ti, por favor volta..."

Thomas durante todo este tempo apenas pensou que Newt iria voltar, aparecendo miraculosamente em algum sitio, mas nunca lhe passou pela cabeça em ir ter com ele, pelo menos até agora...

- É isso! Oh meu deus, como é que nunca pensei nisto?! Eu devo ser mesmo muito burro mesmo...

Era o último dia do mês, o que significava que mais uma pessoa iria desaparecer obrigatoriamente no dia seguinte.

Thomas pegou num papel e numa caneta e escreveu:

"Querida mãe,
Antes de mais, desculpa por tudo. Não tem sido fácil estes últimos meses... quer dizer, já faz quase um ano... Obrigado por todos estes anos que cuidaste tão bem de mim, este último em especial pois foi o melhor e o pior da minha vida. Sei que não deve ser fácil veres-me sempre tão triste e choroso. Peço também desculpa pelo susto e preocupação que te causei há uns meses atrás, juro que não o voltarei a fazer, foi um momento de fraqueza, derrota. Agora, estou cheio de forças para continuar e mais importante, tenho forças suficientes para partir em busca do Newt. Não me odeies, e lembra-te, a morte rejeitou-me daquela vez, não tenciono a reencontrar-me com ela tão cedo, por isso não te preocupes, perto ou longe, estarei bem. Quando tudo isto acabar voltarei para ti, por isso não faças nada de estúpido, e já sabes que te amo mas nunca é demais repetir. Amo-te mãe, isto é um curto até já.

-------------- Thomas "

Depois disso, Thomas pegou em algumas roupas e meteu-as numa mochila e de seguida, colocou o papel em cima da sua cama.

Não estava ninguém em casa, por isso ele saiu pela porta normalmente. Ele sabia que o momento estava a chegar, era como se houvesse alguma coisa dentro da sua cabeça a dizer-lhe "se queres mesmo voltar a vê-lo tens de o fazer".

Thomas pegou na sua bicicleta, passou a mão pelo banco pra retirar um pouco do pó e partiu em rumo ao desconhecido, sem parar e a alta velocidade.

O dia deu lugar á noite, e cansado, Thomas acabou por adormecer perto de uma arvore enorme...

Até que... o tão esperado dia 1 chegou.

Thomas acordou, o céu estava especialmente bonito nesse dia, e olhando para o infinito disse:

- Estou pronto.

NEWTMAS 2: O teste do LabirintoOnde histórias criam vida. Descubra agora