Capítulo 20: Tempestade

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"O que se está a passar?" perguntavam os clareirenses entre si.

  As sirenes voltaram a ecoar pela Clareira mas desta vez, muito antes do suposto.  

Newt estava com um mau pressentimento, e, olhando pela janela viu algo que nunca tinha visto antes: o céu coberto de nuvens negras prestes a rebentar sobre a clareira.

As sirenes soavam de maneira diferente, um tom mais assustador... 

A Caixa subiu, e no mesmo instante uma tempestade rebentou sobre a clareira. Nunca tal tinha acontecido e todos perceberam que algo não estava bem, isto só podia significar uma coisa: aquele jogo estava a chegar ao fim.

Apressaram-se a verificar o que trazia a Caixa desta vez, e o que encontraram foi confirmar a teoria.
Inconsciente, uma jovem moça, de cabelos escuros e longos e de pele branca e suave. Os habitantes da Clareira estavam com medo, isto já era demais para eles...

Newt viu que algo não estava bem lá fora.

"O que se passa?" perguntou Thomas acordado pelo barulho vindo da clareira.

"É o que vou tentar descobrir" respondeu Newt saindo apressado.

...

Newt viu Chuck a correr na sua direção.

"O que está a acontecer?" perguntou.

"Não sei. Ninguém sabe... Estão todos a dizer que isto é uma catástrofe e que vamos todos morrer aqui" disse Chuck prestes a chorar.

"Não te preocupes Chuck... Vai ter com o Thomas á Herdade sim? Ele está na minha casa, faz-lhe companhia..." 

Newt correu em direção á Caixa, e quando viu o recém-chegado a primeira coisa que pensou foi em Thomas. A melhor amiga de Thomas, Teresa tinha sido enviada para cá. Como iria Thomas reagir? 

Ninguém parecia querer tocar na jovem, mas Newt ordenou que a levassem para um local seguro e abrigado onde ela pudesse recuperar. A tempestade piorava a cada minuto, e o céu ia, aos poucos, transformando-se com tons vermelhos. Newt não sabia como era o Inferno, mas se soubesse tinha a certeza que aquele céu seria a imagem perfeita para o descrever.

As horas foram passando, alguns clareirenses comentavam sobre o assunto do dia e sobre o que iriam fazer a seguir.  Newt decidiu que o melhor que tinha a fazer era voltar para a Herdade, voltar para junto de Thomas e dar-lhe a notícia.

"Voltei..." disse.

"Newt! Finalmente!" gritou Chuck ao ver o rapaz.

"Calma, calma... Olha Chuck, trouxe sopa quente do Frypan para nós os três, porque não passas aqui a noite?" 

Thomas fez um olhar do género "Newt, o que é que estás a fazer á nossa vida..."

"Claro que sim! Mas, eu vou dormir onde?" perguntou o rapazito olhando de um lado para o outro.

"A minha cama é grande o suficiente para os três!" disse Newt soltando uma gargalhada.

Quando todas as luzes se apagaram algo aconteceu. Ouviu-se um enorme trovão, que fez tremer toda a clareira, mas não foi só isso, Teresa tinha despertado.

Estava sozinha, numa espécie de abrigo de madeira. Não sabia onde estava, e estava a entrar em pânico. Decidiu aventurar-se á chuva e ir em direção á Herdade á procura de respostas.

Thomas tinha acordado com o barulho do trovão, e saiu de fininho da cama para não acordar Chuck nem Newt. Ficou a ver a chuva a cair pela janela, arrepiando-se de vez em quando. O vidro começou a ficar embaciado, e Thomas passou a mão para o limpar, foi aí que viu a rapariga a caminhar á chuva. Thomas teve uma sensação que estava a ter um Déja Vú, mas a rapariga estava longe e a chuva não o deixava ver nitidamente. Pegou numa toalha e foi ao seu encontro.

Ia correndo á medida que se aproximava, queria gritar, mas sabia que se o fizesse iria acordar toda a gente, mas tambem sabia que se não dissesse nada iria assustar a jovem moça.

"Não tenhas medo! Vem comigo" disse Thomas a uma boa distancia da rapariga.

Thomas levou-a para casa, neste caso, para a casa de Newt. O rapaz acendeu uma vela e conseguiu ver o rosto da rapariga. Reconheceu-a. Abraçou-a e começou a chorar de felicidade, Teresa não estava a perceber o que se estava a passar, obviamente ela sofria de amnésia tal como todos os outros, parecia diferente, distante, fria...

"Teresa! Ah! Estão tão feliz por te ver!!!"

Newt acordou com a agitação e viu o que se passava, mas achou melhor não interromper, por isso fingiu estar a dormir.

"Pareces esfomeada! Queres que te vá buscar algo para comer?" perguntou Thomas.

"Sim, por favor..."

"Está bem, fica aí, eu volto já..."

Saiu, ficando apenas o silêncio, até que...

"Indivíduo A-2... Thomas."


NEWTMAS 2: O teste do LabirintoOnde histórias criam vida. Descubra agora