Capítulo 11 - Hellmon

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Em algum lugar no canto da cidade de Wolfsberg. Passos frios se perderam na solidão de um beco. Clara e Nicolas se encolheram de medo, sem saber o que iria acontecer.

Clara fechou os olhos ao ver o homem armado indo em direção a ela.

Naquele momento, ela aceitou a morte certa. Era inútil fazer qualquer coisa. Se aquele fosse o seu fim, em um beco sujo e insignificante. Que fosse. Ela não se importava mais com a sua vida a muito tempo.

O último arrependimento que ela carregaria para o inferno seria o seu fracasso de fazer qualquer coisa para ajudar o Nicolas.

O som dos passos em sua direção aumentava.

E aumentava.

Clara entreabriu os olhos, não querendo que sua ultima visão fosse a escuridão completa.

Mas ela foi pega de surpresa ao ver o homem simplesmente passar reto por ela. Ele marchou para trás deles, e se agachou diante o resultado do acidente, a bicicleta quebrada sobre a parede.

O segundo soldado parou diante o Nicolas e de forma educada, ele pediu permissão para o examinar.

Ele analisou bem o estado da bagunça com sua visão e seu tato. Um toque de cuidado em suas mãos.

- "Não vejo sinais de lesão grave nas crianças." - Ele afirmou

O outro homem virou e gritou para a sua superiora.

- "Senhora, apenas uns pacotes de doce espalhados e uma bicicleta quebrada!"

- "Custo dos danos ?" - Ela cruzou os braços

- "Eu diria pelo modelo que é um Nel Lusso ordinário. Custo dos danos desses civis não deve ultrapassar os 100 euros pelo concerto."

- "Hm, menos mal. Dá pra evitar um processo..."

A mulher observou a reação confusa dos dois pirralhos e, então, sem dizer uma palavra, tirou um maço de dinheiro e arremessou no chão a frente de Clara sem o menor cuidado.

- "Toma. Pague uma bicicleta nova e nada disso aconteceu."

Ela anunciou virando as costas, enquanto fazia um gesto chamando os homens a posto.

Clara ficou sem palavras. Ela não conseguia acreditar no que acabou de acontecer. Ela se agachou sem jeito para pegar o dinheiro sujo e molhado ao chão.

Era muito dinheiro. Ela conseguiu contar em torno de 200 Euros !

A mulher misteriosa se afastou de volta para a van e os homens a seguiram.

Mas antes que ela pudesse entrar no carro e fechar a porta para deixar tudo para atrás, Nicolas de repente se arremessou e começou a rolar no chão segurando a sua perna, em meio a gritos e gemidos

- "Ow meu tornozelo ! Meu tornozelo acho que quebrei meu tornozelo !!" 

O que ? Clara olhou confusa. Mas você estava bem até um minuto.

A superiora respondeu sem virar as costas.

- "Para com o teatrinho. Meus homens já examinaram vocês. O que você acha que eu sou ?

- "Eu vou falar isso pra minha mamãe ! Ela é uma advogada muito boa." - Nicolas exclamou apontando dedos.

- "Vá em frente. Dê à sua mãe uma dor de cabeça por um acidente que vocês mesmo causaram."

- "Bom...Mas como eu sou um garoto legal, nós podemos evitar esse problema... contanto..." -

A líder do bando parou, e olhou Nicolas pelos ombros sem se virar, uma postura indiferente, mas curiosa pra ouvir o que ele tinha a falar.

O Crepúsculo de KahnwaldOnde histórias criam vida. Descubra agora