Upper East Side, Manhattan
07.03AMO terceiro dia desde o estranho desaparecimento dos adultos amanheceu na luxuosa casa de Gavin. Andrew e Sarah foram os primeiros a acordar, descendo silenciosamente para a sala de estar, onde a lareira ainda crepitava, lançando uma suave luz sobre o ambiente.
Andrew, esfregando os olhos, olhou para Sarah e sorriu. - Bom dia, Ferri. Parece que somos os madrugadores desta vez.
Sarah, bocejando, concordou. - Parece que sim. Como você dormiu?
Andrew, se acomodando no sofá, respondeu. - Razoavelmente bem. Este lugar é incrível, mas não é a mesma coisa, parece não estarmos em casa.
Sarah, se aproximando, concordou. - É estranho, né? Como tudo mudou de repente.
Andrew olhou para a lareira por um momento antes de falar. - Lembra da promessa que fizemos há cinco anos? Sobre não nos envolvermos com ninguém até nos reencontrarmos?
Sarah, sentando-se ao lado dele, sorriu levemente. - Claro que lembro. Foi uma promessa ousada, considerando como éramos na época.
Andrew suspirou, olhando para as chamas dançantes. - Eu prometi a mim mesmo que seguiria isso à risca, mas...
Sarah o interrompeu suavemente. - Mas a vida tem um jeito engraçado de mudar nossos planos.
Andrew assentiu. - Exatamente. Eu namorei algumas pessoas, mas sempre me perguntei como seria se tivéssemos continuado daquele ponto onde paramos.
Sarah, olhando diretamente nos olhos dele, disse. - Eu também me perguntei. Muitas vezes.
O silêncio pairou por um momento, carregado de sentimentos não ditos. A chama da lareira parecia refletir a tensão no ar.
Andrew, com um suspiro, falou. - Talvez seja hora de sermos honestos conosco.
Sarah concordou, olhando para as mãos. Não podemos mudar o passado, mas podemos decidir o que fazer com o presente.
Andrew, virando-se para ela, disse. - A promessa foi feita quando éramos adolescentes. Não somos mais os mesmos.
Sarah sorriu, sentindo o peso da tensão se dissipar. - Sim, acho que é hora de repensarmos muitas coisas.
O ambiente na sala estava tenso depois da conversa franca entre Andrew e Sarah. Sarah, decidindo compartilhar mais, soltou uma revelação que fez a atmosfera se tornar ainda mais densa. - Sabe, Andrew, enquanto estávamos separados, eu... namorei o Liam.
Andrew, tentando disfarçar, perguntou com um sorriso forçado. - Liam? Liam Ford? Sério?
Sarah, percebendo a mudança sutil na expressão dele, respondeu. - Foi só por um tempo. Não deu certo. Terminamos ontem.
Andrew, sentindo uma pitada de ciúmes, tentou brincar. - Bom, eu disse que não me envolveria, mas parece que você não resistiu.
Sarah, notando a tensão, suspirou. - Andrew, não foi assim. Não era o mesmo que o que tínhamos, e não durou muito. Mas é complicado.
Andrew, balançando a cabeça, disse. - Compreendo. E quanto ao Liam agora? Você tentou falar com ele depois do término?
Sarah pegou o celular e tentou acessar as redes sociais de Liam, mas seus olhos se arregalaram em surpresa. - Não consigo entrar. Nem nas redes sociais dele, nem em nenhum site de notícias. Parece que estou presa aqui.
Andrew, pegando o próprio celular, tentou acessar também, mas sem sucesso. - Isso é estranho. Talvez seja algum problema com a internet aqui.
Sarah, frustrada, tentou abrir outros sites conhecidos, mas todos estavam inacessíveis. - Isso não faz sentido. Estamos em plena Nova Iorque, deveríamos ter acesso a tudo.
Andrew, pensativo, disse. - Parece que estamos vivendo em uma bolha digital. Só conseguimos ter acesso aos conteúdos e pessoas que estão fisicamente aqui.
Sarah, surpresa, olhou para Andrew. - Uma bolha digital? Isso é possível?"
Andrew, com uma expressão séria, respondeu. - Não sei, mas parece que é a única explicação para o que estamos vivendo. Estamos isolados do resto do mundo, só podemos ter acesso a quem está na cidade.
A revelação deixou Sarah e Andrew perplexos, conscientes de que a situação que enfrentavam ia além do desaparecimento dos adultos. Uma nova camada de mistério se desdobrava diante deles, e a bolha digital que os envolvia era mais uma peça nesse quebra-cabeça complexo.
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Manhattan Society
FanfictionEm algumas épocas festivas do ano, os jovens do Upper East Side se reuniam para celebrar à sua maneira. Em meio à opulência de famílias de elite, essas tradições festivas são verdadeiros espetáculos de luxo. Quando eram adolescentes, um grupo renoma...