Maraisa.
Acordar no quarto de Marília foi como estar no paraíso. Além daquela ser a cama mais macia em que eu já dormira, tudo tinha o cheiro dela. Cada centímetro do meu corpo estava sensível.
Surpreendentemente, eu não estava com dor de cabeça, como costumava acontecer quando eu bebia. Ao invés disso, sentia-me descansada, confortável e segura.
Nem acreditava que contara tudo a ela na noite anterior. Eu não tinha vergonha da minha gravidez - era jovem e ingênua, mas ainda era algo que havia contado a poucas pessoas. Agora, Marília era uma delas. Estava com medo de que ela me visse com outros olhos agora, mas ela não me passou essa impressão.
Meu celular tocou, despertando-me dos pensamentos. Era Sara.
Merda. Por que me sinto tão culpada?
Não havia acontecido nada entre mim e Marília na noite anterior. Mas acho que meus pensamentos em relação a ela me fizeram sentir como se eu tivesse traído a mulher com a qual estava saindo, mesmo que Sara não fosse, tecnicamente, minha namorada. Nunca concordamos em sermos exclusivas.
Minha voz estava grogue quando atendi.
— Oi.
— O que está havendo? Acabei de passar na sua casa para ver se você queria ir tomar café da manhã comigo, e o seu pai disse que você não estava.
Sara sabia sobre o meu relacionamento com Noah, mesmo que o pobre Noah não soubesse. Tive que contar a Sara para explicar por que estava passando tempo na casa de Marília.
Passei uma mão pelos cabelos.
— É, eu, hã... acabei exagerando um pouco no vinho ontem à noite no jantar, então decidi dormir na casa do Noah.
— Por que não me ligou para que eu fosse te buscar?
Era uma pergunta justa. Embora Sara estivesse trabalhando no restaurante quando tomei a decisão de ficar ali, eu poderia tê-la esperado terminar seu turno.
— Eu não queria incomodar você, e já tinha dormido na hora em que você terminou o seu turno. Meu pai estava trabalhando e só poderia vir me buscar depois da meia-noite. Então, acabei dormindo aqui.
— Quer ir tomar café da manhã? Posso passar aí e te buscar agora.
Eu não estava com muita pressa para ir embora.
— Talvez possamos ir jantar mais tarde, que tal? Ainda não tomei banho e tenho que fazer algumas coisas hoje.
— Tudo bem, pode ser. Estarei de folga esta noite. — Ela suspirou. — Onde você dormiu?
Hesitei, incerta sobre como responder àquela pergunta.
— Marília me deu o quarto dela, porque é uma suíte.
— Ah, ela te deu, é?
Franzi a testa.
— Por que falou desse jeito?
— Eu não confio nessa mulher.
É em mim que você não deveria confiar.
— Eu a conheço há um tempo, Sara. Não há motivos para não confiar nela. Ela que está fazendo o melhor que pode. E não deu em cima de mim, se é isso que está querendo insinuar.
Acredite, eu tentei.
— É melhor mesmo que ela não faça isso.
Mesmo que eu não pudesse culpar Sara por ficar um pouco desconfiada, sua atitude também foi irritante.
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M. Mendonça | G!P
FanfictionComo massoterapeuta itinerante, eu estava acostumada a entrar na casa de estranhos, mas no dia em que cheguei à imensa casa de Marília Mendonça, não fazia ideia do que me esperava. Esse trabalho era diferente de qualquer outro. Do lado de fora da ca...