Separei as pálpebras devagar e constatei o teto acima de mim. No momento seguinte, tombei o rosto para o lado e me deparei com um Wen Junhui dormindo suavemente em meio aos lençóis brancos. Sorri recordando a noite passada, ainda sem acreditar no que fizemos e no quão repentino foi. Engraçado perceber que doses de um simples vinho foram o suficiente para nos levar às atitudes de ontem.
Então, escutei um barulho e duas vozes femininas conversando provenientes da sala. Ergui o tronco de forma abrupta e me dei conta da presença de Xiao e Jieqiong.
Divisei ao redor e notei a bagunça causada por mim e Jun: todos os preservativos comprados estavam distribuídos pelo chão, amarrados e preenchidos com nosso sêmen. Se as meninas flagrassem aquilo juntamente à cena de nós dois nus sobre a cama, chegariam a uma conclusão na hora.
— Merda! — praguejei no formato de um sussurro desgostoso ao saltar da cama, rapidamente recolhendo as camisinhas e as roupas espalhadas pelo pavimento. Entrei no banheiro, joguei o amontoado de látex no lixo e enfiei a vestimenta amassada no cesto.
Na ponta dos pés, aproximei-me da porta e a tranquei devagar a fim de não levantar suspeitas. Procurei uma bermuda e um suéter entre meus pertences e os vesti antes de acordar Jun cuidadosamente. Ele abriu os olhos devagar e sorriu, mas eu pressionei o indicador contra seus lábios para evitar que qualquer palavra fosse proferida por suas cordas vocais:
— A Jieqiong e a Xiao estão na sala. — sussurrei. — Toma.
Entreguei uma calça moletom ao chinês e me afastei, também fazendo questão de guardar a sacola com o logotipo da farmácia em algum lugar de difícil acesso. Quando Jun se aprontou, destranquei a porta e tentei agir normalmente:
— Bom dia. — bocejando e me espreguiçando, cumprimentei. — Chegaram há muito tempo?
— Uns minutos atrás. — Xiao respondeu. Pude constatar as marcas de chupões no pescoço, nas coxas e na parte de seus seios exposta pelo decote. A noite dela com certeza foi divertida.
— Ah, Jieqiong, acabei de lembrar. — me dirigi à mulher de madeixas compridas. — Eu e o Jun nos esquecemos de comprar aquilo que você pediu...
— Tudo bem. — com um gesto ligeiro, ela tranquilizou. — Eu e o Nahoa não dormimos juntos, de qualquer maneira.
— Você nem sabe o que rolou, Minghao. — a Cheng manifestou uma epifania, parecendo recordar algo importante. — Eu e a Jie passamos metade da noite numa delegacia aqui perto.
— O quê? — a confusão se instalou no meu semblante.
— O Nahoa, irmão do Keoni, foi preso porque descobriram que ele estava drogando as bebidas do luau de ontem.
— O quê?!
— Ele é bartender profissional, com formação e tudo, por isso a gerência do hotel o contratou. Ninguém imaginou essa loucura.
— Mas o que tinha nas bebidas? Ele machucou a Jieqiong?!
— Por incrível que pareça, não. — a supracitada se pronunciou. — Os policiais também não entenderam muito bem por que o Nahoa fez o que fez. Parece que foi puramente por diversão.
— Vocês estão me preocupando. — cocei o pescoço. — A substância era perigosa?
— Nem tanto.
— O que era, então?
— Tesão de vaca.
Engasguei com a saliva.
— A Jieqiong relatou que não surtiu efeito sobre ela, mas eu e o Keoni viramos monstros na cama. — Xiao detalhou.
— Mas... foram só nos coquetéis, certo? — receoso, questionei.
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Separados por uma foice e um martelo
FanfictionPor mais que sua vida não fosse um completo paraíso, Minghao podia afirmar que prosseguia bem indo a manifestações, lutando pelo proletariado, compartilhando memes de humanas e, claro, sempre encontrando espaço para acender um cigarrinho, tal ato qu...