XV - Sexologista

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— Eu ainda não entendi qual o problema de ele não saber sobre o beijo. — expliquei pela décima vez às meninas. — A gente nem namorava ainda.

— É, mas você vê o Jun diariamente e, ainda por cima, está viajando com ele. — Jieqiong apontou em minha direção, indignada. — É quase traição!

— Traição?!

— Vamos, ligue, conte ao Hansol. — Xiao puxou o celular de meu bolso e passou a procurar o número dele entre a lista extensa de contatos. Imediatamente recolhi o aparelho daquelas mãos intrometidas. — Devolve!

— Eu sei cuidar do meu relacionamento, não pedi a ajuda de vocês. — dei o veredito para que, assim, elas me deixassem em paz, mas não percebi que Xiao já tinha iniciado uma ligação no viva-voz.

— Alô, amor? — era Hansol. Praguejei em meus pensamentos e retirei do modo colocado antes que a dupla de atentadas começasse a proferir coisas desagradáveis. Pus o celular rente ao ouvido e respondi:

— Oi, amor, tô com saudades... — dirigi-me à varanda para obter uma dose maior de privacidade, fechando as portas corrediças a fim de impedir a passagem de qualquer uma das duas mulheres. — Como você está?

— Morrendo de saudades de você. — com uma tonicidade manhosa, falou. Devido ao eco presente no som emitido pelo telefone, deduzi que meu namorado se encontrava dentro de um banheiro. — Aproveitando o Havaí?

— Sim, muito! Uma pena que você não pôde vir. Estaria aproveitando um milhão de vezes mais se você estivesse aqui, comigo.

— Não pense em mim e faça tudo o que puder fazer.

— Tudo bem, vou tentar.

— Tenho que desli-

— Vem logo, Hansol... — uma voz dengosa e um tanto quanto conhecida entrou de relance na linha. Arqueei uma sobrancelha.

— Tem alguém com você? — questionei.

— É o Boo Seungkwan. Eu vim ao banheiro para conversar com você, mas ele quer que eu retorne ao set.

— Ah, então ele também é diretor do novo projeto em que você está trabalhando?

— Exatamente. Que coincidência, não é?

— Sim, mas é uma coincidência boa. O Seungkwan é um ótimo profissional e trata seus subordinados com bastante respeito. — recordei a época do drama protagonizado por Jun e Xiao. — Enfim, acho melhor eu desligar agora. É noite no Havaí, e eu tive um dia puxado. Andei de parapente, acredita?

— Mentira! — gargalhou. — Você fez um escândalo, não fez?

— Às vezes eu odeio o quanto você me conhece. — acompanhei as risadas dele. — Boa noite, amor.

— Descanse, certo?

Quando a chamada obteve seu fim, guardei o celular no bolso e abri as portas corrediças, deparando-me com Jieqiong, que tinha as mãos no quadril e um semblante indignado.

— Eu já disse, Jieqiong, não vou cont-

— Eu pensei que ele era o chifrudo, mas, pelo jeito, é o contrário.

Hein?

— Do que você tá falando?

— Acreditou mesmo na desculpa esfarrapada dele?

— Por que eu não acreditaria? Eu reconheci a voz, é realmente do Seungkwan.

— O que tem o Boo Seungkwan? — Xiao, ainda deitada no sofá devido à sua condição, mostrou-se interessada ao escutar um nome familiar.

Separados por uma foice e um marteloOnde histórias criam vida. Descubra agora