CACOS DO AMOR

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A verdade é que o amor é a droga que está destruindo a minha geração

E o chão em que eu piso está repleto de corações partidos,

Casos perdidos,

Doentes que jamais poderão se curar.


Talvez você não possa ver

Mas existe um ai! Bem do seu lado.

Ou talvez um deles pertença a você...

E você continue seu papel, como todos os outros,

Fingindo que nada aconteceu...

Seguindo religiosamente o itinerário de 7 às 6.


Talvez você esconda suas lágrimas ao sorrir

Talvez você só continue a mentir,

como lhe ensinaram tão bem a fazer.

Talvez a recompensa seja só um punhado,

mais um punhado...

De notas de cem

Que você não sabe em que gastar.


Todo prazer é pouco pra quem já não sabe onde o prazer está.


O que vamos fazer agora com todos estes supostos amigos?

Supostamente divertidos,

com os quais não conseguimos desabafar.


A impressão que eu tenho é que os instantes de suposta alegria

são uma peça onde em finjo viver

Onde eu finjo o prazer

que eu já não consigo encontrar


E eu andei sobre corações partidos

que são assim como relicários de vidro

Que se dilaceram ao pisar


Talvez a dor maior seja de quem os tenha perdido

Porém os cacos nos meus pés e o sangue que derramo

nos aproxime e nos faça dessa dor compartilhar

e eu a leve pelos caminhos onde eu vá...

Não me surpreende que, talvez por coincidência, eu não consiga nadar.

Cartas que esqueci de entregar para vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora