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Poesía

Um amontoado de versos novos e antigos que, como cartas não entregues, nunca chegaram a ser lidas pelo destinatário que deveria as receber.

INFERNO

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de ottolado

de ottolado

(2013)

Reze outro terço

Peça ao Santos

Diga que tudo foi um engano

Ponha toda a culpa em Satanás

Diga que nos descuidamos!

E que não fomos longe demais

Mas não!

Não venha me dizer que não gostou!

Você veio porque quis

Com seus próprios pés

Me desculpe, mas só eu posso dizer

O que eu posso e o que eu não posso ter

E garota eu quero fogo

Quente como brasa, doce como mel

Mortal como veneno da serpente

Algo assim, tão proibido...

Que toque inferno, terra e céu.

Garota eu quero amor que se sente sem dizer

E que se devora com olhar

Algo maior

Que quebre minhas correntes

E que, enfim...

Posso me libertar do medo

Eu quero alguém em que eu possa confiar

E não ter receio de me entregar

Chega de máscaras, mentiras, esquemas...

Eu estou cansado de todo esse teatro

Em que nem os mais idiotas fingem acreditar