(2019)
Estranho olhar nós dois e já não nos ver
Somos agora o brilho desta estrela morta
A bilhões ...e bilhões
...de anos atrás
Somos algo preso nas tramas do tempo ...
Perdidos entre o agora e o que aconteceu a dois verões atrás
Como pode o tempo passar e essa dor ainda está aqui
Ainda?
Assim?!
Tão viva...
Eu não sei se foi ontem ou a 718 dias
Eu não sei mas se um dia isso vai passar
Parece que a eternidade coube inteira naquele "último segundo"
No momentos antes de tudo ruir
E quem sabe não seja este o tempo de Deus
Esse é nosso filho natimorto
Um lindo passado
Ao qual devemos odiar
Não acho que foi ruim por acabar
E sim, que tivemos um final ruim
E isso é o que estamos fadados a lembrar
E a tristeza hoje parece alguém tão familiar
Às vezes sorrio...
Às vezes canto...
Mas não me afasto desse mar
Como um peixe condenado a viver em águas escuras
Que vezes chega bem perto da superfície pra respirar.
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Cartas que esqueci de entregar para você
PoesíaUm amontoado de versos novos e antigos que, como cartas não entregues, nunca chegaram a ser lidas pelo destinatário que deveria as receber.