Capítulo 6 - Liz / Jungkook / Liz

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Liz

A sexta-feira passou voando e logo chegou a hora de começar a me arrumar para o festival. Leon ainda continuava trabalhando e eu não consegui avisá-lo que iria sair, o seu celular só dava desligado, mas não me importei muito porque eu sabia que chegaria cedo. Meu avô estava em casa, mas permanecia trancado no escritório e eu não me vi na obrigação de falar para onde ia mesmo. Tomei um banho e vesti o vestido vermelho que eu tinha escolhido, optei por ir de botas porque sempre tinha muita lama nessas festas de rua e não havia nada pior que ficar com os pés sujos. Fiz uma trança bagunçada nos cabelos e me maquiei discretamente, só caprichando no rímel para destacar os meus olhos. Meu celular tocou no momento que estava terminando de colocar os assessórios, olhei o visor e o nome da Polly estava piscando. Atendi rapidamente:

— Oi, Pollyana. – falei só para mexer com ela.

— Vai levar um soco no meio da cara se me chamar desse palavrão de novo. Perdeu a noção do perigo, ruiva? – ela fingia estar brava e eu dei risada.

— Fala, Polly do meu coração. – agora foi a vez de ela rir.

— Melhor agora. – ela me respondeu com aquele jeito autoritário fingido que ela tinha. — Já está pronta?

— Sim, e você? – perguntei enquanto colocava o relógio.

— Estou quase chegando à sua casa, os meninos arranjaram um carro e vieram nos buscar. Espera a gente no portão?

— Claro, já estou descendo. Beijo! – me despedi, peguei o resto das minhas coisas, coloquei na bolsa e desci sem notar a presença do meu avô pela casa, ele ainda devia estar trancado no escritório.

Ao caminhar até a entrada da minha casa, me senti um pouco insegura. Eu sabia que o Diogo iria tentar ficar comigo, mas eu não estava muito interessada. Ele era muito lindo, mas sei lá, não despertou nada de mais forte em mim. Eu não era muito experiente, em toda a minha vida, eu só havia beijado um único menino. Elias era um amigo de Leon e sempre percebia que ele me olhava diferente. Nos beijamos nesse mesmo festival dois anos atrás, fiquei com ele mais uma vez, mas Leon tratou de espantar o menino, dizendo que eu não era para o bico dele. Não me importei muito, na verdade, eu não gostei dos beijos dele, não senti aquele frio na barriga que todo mundo diz sentir, aquela adrenalina, as borboletas no estômago, as pernas bambas, nada disso. Depois dele não houve mais ninguém até o dia anterior, quando o Diogo me roubou aquele selinho, que também não fez sentir nada a não ser vergonha. E eu não tinha planos de beijar o Diogo novamente, queria apenas curtir a festa e nada mais, esperava que ele entendesse aquilo.

Assim que cheguei ao portão, eles estacionaram o carro para eu entrar. Para minha sorte, Polly estava no banco de trás e o Diogo estava dirigindo, mesmo assim, ele saiu me deu um abraço apertado e disse que eu estava linda. Me sentei ao lado da Polly, o Cadu olhou para trás e me deu um sorriso, mas logo se virou. Olhei para a minha amiga e apontei com a cabeça para ex-namorado dela e ela fez sinal de negativo. Entendi que eles haviam conversado e ele continuava sem aceitar que ela não voltaria para ele. Fomos conversando com os meninos sobre amenidades até chegarmos à Seropédica, o trajeto era bem curto, uma meia hora, no máximo. Diogo estacionou o carro perto do hotel onde estavam hospedados e abriu a porta para mim como um perfeito cavalheiro. Logo que eu saí, ele segurou minha mão e saiu me levando para o meio da festa como se fôssemos namorados, olhei para trás e Polly estava bem separada do Cadu e a sua cara não estava das melhores, muito menos a dele. O Diogo não pareceu perceber o clima tenso ou não deu importância.

Paramos no gramado da praça e estava lotado. Uma banda legal tocava no coreto e eu gostei do som que eles estavam fazendo. Diogo logo deu um jeito de me abraçar por trás e encostou sua boca na minha orelha:

Fire On My Mind - Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora