¹⁹ Te deixar ir

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Carolyna Borges

- Ela está usando uma roupa sua? - Ouço a intrometida perguntar a Priscila enquanto me posiciono atrás da parede.

- Como você entrou na minha casa, Vanessa?

- Pela porta da cozinha. Eu sei que ela sempre fica aberta.

-Eu já disse mais de uma vez e vou repetir. Espero que você entenda e essa seja a última. Nós não temos nenhum relacionamento além do profissional Srta. Lopes.

Sinto meu coração disparado, por estar ouvindo a conversa escondida (juro que não tenho esse costume, se minha mãe descobrir ela arranca minha orelha).

- Eu já pedi para você parar de vir até minha casa sem avisar. - Priscila continua e tudo que eu queria era ver a cara daquela metida. - Você é só minha funcionária e eu não te devo nenhuma explicação.

- Uma funcionária que você fode. - Ela altera o tom de voz e percebo que ficou brava.

Aí, sinto meu peito queimar e meu estômago revirar. Eu sabia que elas tinham um envolvimento.

Ouço Priscila continuar.
-E pensei que tivesse sido clara quando te disse que não havia mais nada entre nós.

- Agora você tá fodendo a babá?

Mesmo não a vendo posso sentir o tom de deboche que ela usa ao se referir a mim. Cobra peçonhenta! Peitos falsos, jararaca..

- Eu não vou admitir que você se refira a Carolyna dessa maneira, vá embora Vanessa. Não me faça acabar com qualquer vínculo que ainda tenhamos.

-Eu não acredito nisso, sou eu Priscila! Sempre estive ao seu lado. Você mal conhece essa garota, já esqueceu tudo que Elana fez a você?

Elana? Quem é Elana? Ouço passos apressados e uma porta se abrindo.

-Eu não me lembro de ter pedido conselhos. Por favor, saia da minha casa srta. Lopes.Eu não vou permitir que você se intrometa na minha vida.

Saio correndo e troco de roupa em tempo recorde, sigo até a cozinha onde deixei minha bolsa, no mesmo instante Priscila entra apressada e me encara parecendo nervosa.

- Eu... Já estou indo embora. - Digo tentando evitar seja lá o que for.

-Eu acho que você acabou ouvindo a nossa conversa.- ela afirma.

-Sim, eu ouvi.-A parte que eu estava atrás da parede não precisa ser dita, né? Mas não vou mentir. - Você não me deve explicações, Priscila.

-Mas eu quero conversar com você.

-Ok. -Suspiro. - Pode falar.

-Vamos para sala. - Ela me oferece a mão e assim que o toque acontece sinto todo meu corpo reagir. Nos encaramos por segundos e penso se ela também sentiu.

Chegamos á sala e nos sentamos no sofá. Priscila imediatamente começa a falar.

- Eu já tive um caso com ela, mas acabou faz muito tempo. Não quero que você pense...

-Não estou pensando nada, Priscila. - A interrompo. - Como eu te disse, eu ouvi toda a conversa. Você não precisa me explicar nada, nós não temos um...

-Eu quero você. - Agora ela é quem me impede de falar. - Eu nem sei oque você acha sobre isso, quero dizer não sei se gosta de mulher, mas você é tudo que eu quero.

-O que? - Pergunto totalmente surpresa. Minha respiração totalmente descompassada.

- Eu quero você, quero continuar te beijando,  te sentindo, tocando seu corpo com o meu. Eu... Não vai embora por favor Carol. É você que eu quero, Carolyna. Não existe mais ninguém. É você!

Com Amor, Carolyna - CAPRI { G!P }Onde histórias criam vida. Descubra agora