³⁰ Calma amor

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Carolyna Borges

Com tudo finalmente esclarecido entre nós, decidi que fariam um jantar no meu apartamento para meus dois amores. Era estranho pensar que elas conheceriam meu lar no Rio, pois eu não me sentia completamente em casa naquele lugar. E também porque nos últimos dias tenho ficado mais na casa da Priscila. Elas conhecerão minha casa mesmo quando forem para a fazenda, aliás, minha cabeça já estava planejando um fim de semana com elas na Fazenda Borges.

Priscila é uma mulher cem por cento urbana e tenho pensado muito na possibilidade dela não gostar do campo. A fazenda Borges é um paraíso, temos uma cachoeira maravilhosa na propriedade, um lago imenso, nascente de água potável, sem contar todos os animais e todo verde que temos disponível. As árvores frutíferas, os currais, o haras do meu irmão, o cafezal que é a minha grande paixão. Eu sempre amei café, desde criança, e na nossa fazenda nós não tinhamos nenhum pé. Foi então que pedi ao meu pai para cultivarmos o grão e fazermos a nossa própria bebida. Seu Alessandro como um pai maravilhoso que sempre foi, abraçou a minha ideia e deu toda força para eu levasse adiante.

Eu era apenas uma menina, entrando na adolescência. Fiquei encantada quando um especialista, que meu irmão contratou, foi até a fazenda e fizemos praticamente um curso com ele. E quando os primeiros pés começaram a dar os frutos, anos depois, eu quase enlouqueci de ansiedade. Sabia que tínhamos que respeitar todo o processo e foi o que fiz. Não consigo explicar como foi a sensação de quando bebemos o líquido quente e forte frutificado nas nossas terras pela primeira vez.

Foi emocionante! Na época foi produzido uma pequena quantidade, mas com o tempo meu pai decidiu que aumentaria a produção.

O nosso café é consumido na nossa fazenda, todos os nossos funcionários têm acesso ao grão à vontade para consumo. Nós não damos conta de consumir tudo que temos por isso foi construido um local de armazenamento adequado para manter o café com qualidade, sem estragar. Allan me enchia sobre começarmos a vender. Ele insiste que devo criar uma marca e colocar o produto no mercado. Talvez eu faça isso um dia.

Fui com o motorista levar flora para a escola, ela estava meio amuadinha e até chequei sua temperatura, mas ela não estava com febre. Depois passei no supermercado para comprar tudo que eu precisava para o nosso Jantar. Já tinha mandado uma mensagem para Priscila e combinado tudo. Eu estaria no apartamento preparando a comida e assim que nossa menina saisse da escola elas me encontrariam.

Estava super ansiosa, queria muito que elas gostassem. Por isso faria uma receita da minha mãe, queria que elas sentissem um gostinho da minha casa. O cardápio série simples, assim como tudo que nos envolve lá na fazenda. Não era muito boa nos doces, mas faria uma sobremesa para flora, bem simples e gostosa.

Tomei um banho e me arrumei. Vesti um vestido bonito e fiz até uma maquiagem leve. Arrumei a mesa, escolhi um lugar para colocar as flores naturais que comprei no supermercado, tinha feito dois arranjos, o menor ficaria sobre a mesa. Coloquei a comida em vasilhas bonitas para servir que ficariam sobre o balcão buffet. O vinho já estava resfriando, o suco da minha princesa já estava na geladeira.

-Sobremesa, ok. Comida quente e servida. Ok. Tudo certo.
-Estava com as mãos trémulas e suadas e pontualmente na hora marcada a companhia tocou. Já havia liberado a entrada delas no prédio. E caminhei apressada e sorrindo até a porta.
Fiquei sem fôlego ao olhar minha namorada. Estava linda, com uma camisa azul clara, um sobretudo num tom mais escuro e uma calça jeans. Meu coração disparou ao vê-la e quando meus olhos alcançaram a menininha mais linda do mundo, senti lágrimas se formando nos meus olhos.

Ela estava linda, com um vestidinho azul, todo rodado e um buque de flores nas mãos.

Me agachei na sua frente e ela soltou a mãozinha que segurava a de sua mãe. As flores estavam na outra e ela me estendeu, sorrindo, dizendo que eram pra mim.
Peguei o buque e lhe dei um abraço apertado. O cheirinho dela era tão bom.
Fiquei de pé e dei um beijo rápido na Priscila, logo as convidando para entrar.

O cheiro estava ótimo e fomos direto para a mesa, para não deixar a comida esfriar e também porque flora não podia comer muito tarde.

Recebi muitos elogios do meu amor e fiquei ainda mais feliz quando flora aprovou o sorvete com calda quente de banana.
Após o jantar ela foi para o sofá ver TV e nós ficamos na mesa conversando e bebendo vinho.
Convidei a prica para conhecer o apartamento e roubamos beijos uma da outra durante o nosso tour.

- O apartamento é lindo. - ela disse assim que voltamos de mãos dadas para a sala.

- É sim, mas a minha casa na fazenda é muito mais linda que aqui. E tem muito mais a ver comigo. Vocês precisam conhecer. Aliás eu estava pensando sobre isso...
Nós poderíamos passar um fim de semana lá. O que você acha?

Estava ansiosa e apreensiva. Queria muito que elas gostassem do meu mundo.

Estávamos sentadas agora no sofá, flora tinha dormido. Priscila beijou os nós dos meus dedos e em seguida minhas mãos.

-Eu adoraria conhecer a sua familia e a sua casa. E tenho certeza que a minha filha vai amar.

Pulei no seu colo enchendo meu amor de beijos.
Eu amo essa mulher!

-Vou organizar nossa ida então. Quero fazer uma surpresa pra eles. Pode ser no próximo fim de semana? Na sexta?
Seu sogro tem uma propriedade! Podemos ir de jatinho, vou tentar acertar tudo e contratar o piloto que sempre trabalha pra gente sem que meu irmão fique sabendo. Vai ser dificil, mas não custa tentar.

Estava atropelando as palavras e falando muito rápido.

-Calma amor, respira. - Priscila estava rindo de mim, mas eu não ligava. Estava feliz e muito ansiosa.

-Nunca fiquei tanto tempo longe deles. - Meus olhos encheram de água e disfarcei.

Priscila me beijou com seu jeitinho todo carinhoso.

- Não vejo a hora de ter todos vocês juntos. As pessoas que eu mais amo na vida, juntinhas, na fazenda...

Flora acordou e não me aguentei em contar a viagem que fariamos. Eu sabia que deveria esperar ficar mais próximo do dia para não deixá-la ansiosa como eu. Mas não estava me aguentando. Ela, como esperava, amou a notícia e pulou sobre nós nos fazendo gargalhar. Florinha deitada no meu colo, e eu no da Priscila assistimos mais um pouco de TV até Priscila decidir que estava na hora de levar flora para dormir em casa. Fiz uma pequena mala e fui com elas. Não queria passar mais nenhum segundo longe dos meus amores.


[...]

To be continued...

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Com Amor, Carolyna - CAPRI { G!P }Onde histórias criam vida. Descubra agora