⁸Em Um Piscar de Olhos

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Carolyna Borges

O fim de semana passou Em Um Piscar de Olhos. Tentei manter distância do João e da sua "amiga", eu entendo que não tenho o direito de achar ruim (ou talvez eu tenha sim), mas não quero me ocupar com isso. Nosso relacionamento amoroso acabou. Isso é um fato. A garota se mostrou um encanto durante todo o fim de semana e mesmo querendo sentir raiva dela, eu não consegui. Muito pelo contrário, nos momentos que foram inevitáveis nossa interação, nos demos bem. Na segunda de manhã, logo que o dia amanheceu, eles pegaram a estrada de volta à cidade. Eu senti aquele mesmo vazio, que sinto todas as vezes que ele vai embora, no entanto dessa vez, eu o chutei lá para o fundinho do meu coração.

As comemorações de fim de ano foram exatamente como sempre. Muita festa, fartura, graças a Deus, e muita diversão. João voltou de vez para a fazenda, e na medida do possível estamos mantendo a boa convivência. Nenhum de nós dois tocamos nos assuntos, Marcela ou Rio de Janeiro.

E por falar em Rio de Janeiro, minhas malas já estão prontas. O apartamento que escolhemos (Meu pai, minha mãe, Allan e eu) é exatamente como eu queria. E Sim. Allan nos ajudou a escolher o meu futuro lar. Estamos lidando bem com a viagem, ele está fingindo bem, digo isso porque não sou besta e sei que ele não engoliu ainda a minha partida.

A cobertura fica em um prédio de luxo (uma exigência, tanto do meu pai, quanto de Allan) para garantir minha segurança. O local conta com monitoramento 24h por dia, seguranças, fechaduras eletrônicas, elevador privativo. Até um heliponto tem no edificio. Segundo Allan, caso precisarmos nos ver com urgência, facilitará nossa ação.

Eu não reclamei de nada, a minha ansiedade em partir está aceitando qualquer exigência dos dois homens mais importantes da minha vida.

Eu gostaria de viajar em um voo comercial, no entanto meu irmão achou mais confortável e seguro que eu vá em nosso jatinho particular. Após decidirmos todos os detalhes, o dia tão esperado chegou.

Ontem foi meu aniversário, e como acontece em todos os anos, mamãe organizou uma festa para todos da fazenda. Foi delicioso. Recebi felicitações e ao mesmo tempo despedidas de todos meus amigos. Ganhei muito presentes e festejamos até tarde ao som de Jorge e Mateus, uma dupla sertaneja conhecida da nossa região.

Nesse momento sinto um frio na barriga, chego a sentir uma dor física, tamanha minha ansiedade com a chegada do momento que aguardei por anos. Meu pai e meu irmão me esperam do lado de fora do carro, onde minhas malas já foram colocadas. Minha mãe me acompanha no caminhar pela escada, antes de terminar os degraus, João surge, com seu chapéu nas mãos, as roupas (jeans, botas e camisa de botões) típicas de um cowboy.

Mais cedo eu já havia falado com todos, me despedido de cada um que compartilha os seus dias comigo aqui na fazenda. Funcionários que são minha família, e que levarei guardadinhos dentro do meu coração. Porém faltou alguém, não encontrei João em nenhum lugar por onde passei, e até pensei que ele pudesse deixar de se despedir.

-Boa sorte, Minha Estrela! Eu espero que você encontre o que procura e que volte logo pra casa.

Venci a distância entre nós e me aconcheguei em seus braços, e porra mesmo que eu não queira e que esteja lutando contra isso, ainda continuam sendo um dos meus lugares preferidos. - Eu vou sentir saudade, João!

Ele me apertou mais forte e suas palavras fizeram meu coração trupicar nas batidas. - Eu vou morrer de saudade, estrela!

Numa certa noite, após termos perdido nossa virgindade juntos, estávamos deitados na grama em frente minha casa, observando o céu e jogando conversa fora. As luzes estavam todas apagadas, sendo assim, toda a luz vinha apenas das estrelas do céu. Joãozinho disse que eu era como as estrelas na vida dele, que eu era sua luz. Nunca me esquecerei desse momento. Depois disso, adotou o apelido carinhoso, e sempre que eu o ouvia enchia meu peito de amor.
A> Aí que horror de hetero, scrro.

Com Amor, Carolyna - CAPRI { G!P }Onde histórias criam vida. Descubra agora