¹⁸ Espera

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Priscila Caliari

Vejo quando Carol corre e pula na piscina com roupa e tudo. Seu desespero é tanto que demoro a entender o que está acontecendo. Largo o sorvete sobre a mesa e corro em sua direção. Ela abraça minha filha, que assim como eu não está entendendo nada, com tanto desespero que sinto meu peito arder.

Vejo Carol sair da água com minha filha nos braços, flora está assustada.

- O que aconteceu? - Pergunto e percebo o quanto Carol treme agarrada a minha filha.

- Eu não sei mamãe, a Cacá está chorando. - Minha filha em sua inocência, passa os bracinhos envolta do pescoço de Carol e tenta consolá-la.

Acompanho as duas até uma cadeira. Aproximo e me ajoelho em frente as duas. Noto Rosa se aproximar com uma expressão assustada.

As duas a minha frente continuam agarradas e toco a mão da Carol que aperta flora e treme Incontrolávelmente.

- Carol? - Ela me encara e vejo tanto medo em seus olhos. - Tudo bem, pode soltar a flora. - Procuro Rosa ao meu redor e a vejo com as mãos juntas sobre o coração. - Leve flora para o banho, por favor.

- Pode soltá-la Carol. - Ela afrouxa os braços e pego minha filha de seu colo entregando-a para Rosa.

- Me desculpe! - Ouço seu sussurro e ajoelho-me novamente a seus pés.

- O que aconteceu? - Ela me olha e desaba em um choro sentido.

Aproximo-me mais e a puxo para meus braços. Ela enterra o rosto em meu peito e chora de soluçar. Acaricio suas costas suavemente esperando que se acalme e possamos conversar.

-Eu pe pensei que e-e...la ti-tinha se afogado. - Carol mal consegue falar de tanto que soluça. Seu corpo treme demais e sinto a necessidade de abraçá-la mais forte.

- Está tudo bem. - Afirmei para que ela se acalme. Levantei da posição agachada que estava e firmei mais meus braços ao seu redor. Suas mãos que até então estavam soltas ao redor do corpo envolveram minha cintura.

Ficamos abraçadas não sei por quanto tempo, mas quando ela se afastou percebi que não tinha sido suficiente.

- Eu a vi boiando de bruços na água. Pensei que...

- Ela só estava nadando. - A interrompo. - Eu entendo que você tenha se assustado, mas está tudo bem agora. Vamos? -Lhe estendo minha mão. - Você precisa tomar banho e tirar essa roupa molhada, ou ficará doente.

Seguimos de mãos dadas para dentro de casa, Carol ainda tremia.

-Ela deve ter se assustado tadinha. Eu a arranquei da água de repente. Preciso falar com ela.

Subimos as escadas de mãos dadas e levo Carol até o quarto de hóspedes.

-Primeiro tome um banho, aqui não tem roupas, mas você pode usar um roupão. Vou pedir para Rosa colocar suas roupas na secadora. Depois que terminar vocês conversam.

- Certo, obrigada e me desculpe Pri.

Ela estava envergonhada? Por se preocupar com minha filha?

- Você não tem que se desculpar por se preocupar com flora. Na verdade eu lhe agradeço por tanto cuidado. Fique à vontade.

Saio do quarto sentindo meu coração inquieto. Ver a reação da Carol, saber que ela gosta e se preocupa verdadeiramente com minha filha trouxe lembranças que eu não gostaria de reviver. Uma pessoa que conheceu flora há poucos dias desesperada com a possibilidade de um acidente, enquanto a própria mãe nem se lembra que ela existe.

Com Amor, Carolyna - CAPRI { G!P }Onde histórias criam vida. Descubra agora